Há pessoas que nascem dotadas de qualidades naturais de liderança para deixar a sua marca onde quer que passem e outras dotadas de outras qualidades mas nunca para liderar o que quer que seja…nem mesmo a sua própria família.
O ser humano é um ser racional com o seu coeficiente de inteligência variável, podendo o menos dotado, se lhe for proporcionado um ambiente apropriado, agigantar-se e ultrapassar os seus limites. O racionalismo de testes cognitivos de inteligência testemunham a diferença dos QI, nas performances dos testes psicológicos escolares, na produtividade profissional, na aprendizagem de novas tecnologias e informática e em em ciências militares… Mas, claro está que existem os multitalentosos que conseguem ser quase perfeitos em tudo, e aqueles que conseguindo exprimir-se melhor numa específica área, não fogem à mediocridade em outras áreas de estudo, distinguindo-se destes, os preguiçosos, sempre de mãos estendidas incapacitados no uso de neurónios.
Os multitalentosos são aqueles dotados de vocação que se expressa abrangendo um raio de accão incondicionado em que se interpõem em distintas áreas de estudo, havendo necessidade de os sectores enquadrarem-se e produzirem efeitos complementares beneficiando disso o estado e a sociedade civil.
São seres predestinados.
Armando Guebuza é um predestinado, isto é, um ser eleito da providência divina e dos homens, mas se trata de um simples mortal.Certo que onde existe o humano existirá sempre a mão de Deus, mesmo para aqueles ateus cépticos e agnósticos.
Guebuza foi figura marcante no regime anterior e determinante na economia comportamental actual, derivado da realidade socioeconómica imposta pelas leis de mercado.
A nós, nacionais moçambicanos, o colonialismo não nos deixara outra opção que não a luta armada, para que fôssemos livres. Durante o colonialismo fomos usados como instrumentos económicos e políticos de uma máquina opressora e racista a mando do estado colonial português, que era ao mesmo tempo peça geoestratégica do ocidente e do regime do apartheid. De manhã, ao anoitecer, vivíamos prisioneiros em nossa própria terra, ora espancados e brutalizados, privados de todos direitos.
A luta de libertação nacional conduzida pela Frelimo contra o colonialismo português, permitiu que os moçambicanos desmitificassem a superioridade racial da raça branca, e a aquisição de uma visão real do conceito de cidadania, reforçando a unidade nacional, que se veio manifestar determinante na definição do inimigo e objectivo da própria luta armada.
As transformações verificadas aquando do processo de luta de libertação e mesmo o conceito utópico marxista do homem novo, não podem ser banalizadas e jogadas ao lixo da história por deterem elementos inequivocamene válidos e actualizados.
De facto, o socialismo reconhece a espiritualidade como parte do homem, por isso o socialismo integral ateu esgotou a sua dialéctica argumentativa. A tradição africana, Cristo, Maomé, Moisés e o hinduismo com os seus deuses falaram mais alto, contudo o partido Frelimo resistiu à guerra fria, à queda do socialismo integral e instalou-se na democracia ainda mais forte e coeso.
O homem moderno pretende estar sempre informado, por essa ser a via do seu existencialismo. O existencialismo é quem define o homem de hoje a sua actualidade ou como ele se define dentro desse espaço em permanente movimento e transformação. Nada está esgotado até irmos ao fundo do poço, saber e conhecer, por não se poder racionalizar o mundo materialmente globalizado conforme nós o percebemos.
A liberdade de acção sociopolítica de cada é determinada pelo grau de formação e educação e por vezes convições religiosas. Somos regulados por convicções formuladas e assumidas quando nos libertamos dos espartilhos que as condicionam. Alguns de nós, sem o saber, nascem carregando consigo o peso e os anseios do povo e país nas mãos. Armando Guebuza, o nacionalista ainda jovem estudante liceal, foi presidente do Núcleo de estudantes do Centro Associativo dos Negros, Secretário para Educação e Cultura em Nachingweya, Inspector das escolas da Frelimo tendo sido eleito para o Comité Central em 1966. Foi Comissário político Nacional, uma espécie de porta-voz ideológico do partido e formação dos grupos dinamizadores no periodo revolucionário.
Nessa missão estava também incumbido de manter as FPLM ideologicamente fiéis à linha da organizacao política. Guebuza ocupou vários cargos ministeriais, desde ministro de Administração Interna no governo de transição e ministro do Interior no primeiro governo de Moçambique independente. E ainda outros cargos ministeriais, incluindo vice-ministro de Defesa, ministro da Presidência para Agricultura, Comércio, Indústria Ligeira, até que em 1986 é nomeado ministro de Transportes e Comunicações e da Presidência para o Comité de Ministros de Transportes da SADC. Armando Guebuza também liderou as conversações com a Renamo que levaram à assinatura do AGP em Roma em 1992. Foi chefe da bancada do partido Frelimo saído das primeiras eleições gerais democráticas de 1994.