Um grupo liderado por de cidadãos moçambicanos juntou-se para constituir uma associação chamada Parlamento Juvenil. Paradoxalmente, este mesmo grupo foi “buscar” um não jovem para assumir a direcção da mesma associação. Estamos a falar na verdade do senhor Salomão Muchanga.
Porém, a contradição do movimento está lá, pois apesar de ter sido fundado com base em princípios e perspectivas da juventude, temos um não jovem a liderar o movimento. Na verdade este não jovem está rodeado por jovens obedientes que fazem a reprodução do seu poder. Em troca, este grupo de jovem recebe “palmadinhas” nas costas e alguns trocados, e o verdadeiro bolo, esse sim fica com o senhor dos “sapatos brancos”. Alguns jovens, que se aperceberam da crise de orientação do movimento, abandonaram o barco porque sentiam que seu suor era para servir ao não jovem, ao não pensador, mas muito esperto senhor Salomão Muchanga.
O Parlamento Juvenil do senhor Salomão Muchanga, nunca será parlamento, muito menos da juventude por estar a usar uma falsa qualidade e se formos a olhar para os modus operandi deste grupo iremos concluir que de facto de parlamento e/ou de juventude nada existe. É que aquele grupo não funciona com base nos princípios democráticos; naquele grupo não há transparência; naquele grupo não há seriedade, aliás, só incautos é que continuam a cair nas malhas daquele antigo homem da RENAMO, chamado Salomão Muchanga. Este senhor que diante de parceiros internacionais, se apresenta como membro da sociedade civil mas quando se aproxima às autoridades governamentais até exibe cartão de membro do Partido Frelimo.
Quem é que sistematiza projectos do parlamento juvenil? São jovens que não tem nenhuma compensação monetária do trabalho que fazem, a não ser alguns trocados, do grande senhor não jovem que até furta-se de explicar aos seus pares, os demais detalhes sobre os procedimentos subsequentes dos projectos. Ali dentro, Salomão Muchanga preferiu montar um grupo coral, para evitar que sua liderança fosse contestada. Este senhor, não jovem, alia-se há muitos jovens em eventos públicos para fazer passar a ideia de que ele está com jovens, mas nunca ele arrisca a convidar estes jovens para integrar o parlamento juvenil porque ele sabe que seria o fim da sua hegemonia.
Não é possível que um movimento que se queira juvenil possa alcançar as suas metas, quando é gerido por um não jovem, preocupado e com uma agenda não meramente juvenil. Salomão Muchanga, que tal como referimos antes se apresenta como “sociedade civil imparcial”, para os doadores e como membro da Frelimo para as autoridades nacionais, é a força motriz do MDM, um suporte para os ideais deste partido político sedeado na Beira, aliás, não é por acaso que o discurso do seu grupo está orientado para uma abordagem catastrofista sobre o nosso país, apelando para um voto contra o partido no poder.
Ao declarar o voto contra o partido no poder, Salomão Muchanga, através do seu movimento, tenta forçar uma adesão ao MDM por parte de jovens e apoiantes do PJ, uma causa desconhecida por muitos moçambicanos e parceiros do grupo. Ele jamais poderia fazer esta abordagem na perspectiva de beneficiar outro partido, pois da RENAMO ele sabe perfeitamente não tiraria nenhum dividendo. Conforta ao Salomão Muchanga, que nesta fase da sua idade, que está muito para além da juventude, tenha pequenos suportes frágeis e emocionados para conseguir avançar
A pergunta que se coloca é, por que é que muitos têm se furtado da réplica das acções do parlamento juvenil? Por que é que jovens com intervenções activas na sociedade só aparecem em fotografias do PJ mas nunca integraram o grupo de trabalho efectivo do mesmo? Estes já se aperceberam da falsificação dos princípios das vontades dos jovens que ocorre dentro do parlamento juvenil. Há ali uma lavagem do activismo social da juventude, em prol de mercenários e corruptos que se juntam a jovens para satisfazer o seu ego.
É impossível que os doadores não saibam da má gestão e da contradição que há a nível daquele grupo e se continuam a atribuir fundos e mais recentemente tecto, é que estão a ser continentes do massacre da causa dos jovens. Estes estão claros numa agenda com senhor Salomão Muchanga que não é necessariamente da juventude. Se não for este nosso entendimento verdadeiro, devem, alguns destes doadores garantir que o PJ seja liderado por jovens com princípios democráticos bem definidos, e acabar com o uso de falsa qualidade que orienta aquele movimento, pois, a continuar no ritmo em que está, teremos a legitimação das contradições todas que aqui foram alinhadas.
O PJ se apresenta como uma alternativa disfarçada de alguns parceiros de cooperação para mandar recados, o que significa falta de maturidade e ingerência nos assuntos alheios por parte de pessoas que sempre se acreditou que fossem séria e maduras o suficiente para contribuir na formação de uma cidadania plena.
Não estamos contra a casa de luxo que foi adquirida para o parlamento juvenil, mas sim a reprodução de princípios que violam a vontade dos jovens e a democracia. Não é justo e nem benéfico para o futuro deste país, que quem devia apoiar na formação de um cidadão íntegro para o futuro, faça vista grossa há desmandos de um movimento que se acreditava que pudesse ajudar a moldar a juventude do futuro. É que aquele Pepino está a torcer e o seu proprietário financia o seu crescimento deficiente, remetendo o futuro da justiça, da liberdade, da transparência e boa governação a vícios desconhecidos.
Jossias Maluleque