Neste momento o que a nós moçambicanos interessa é saber até onde a charada da Renamo irá ter fim, com esta sua jogada em querer alterar as regras do jogo democrático.
É necessário dissipar o espectro de uma crise inventada por aqueles a quem a democracia parece um estado de espírito e não uma conquista arreigada em convicções profundas dos moçambicanos. E como dizia Nietzhche “As convicções são inimigas mais perigosas da verdade do que as mentiras.”
Mais do que questionar o estado da nossa democracia é importante respeitar o passo gigante dado desde a independência, as eleições de 1994 até chegarmos onde estamos.
O estado da nossa democracia é saudável, mas face às circunstâncias poderia estar melhor se a Renamo, como um dos actores, fosse uma organização politicamente séria e de reputação recomendável.
Apenas o cinismo, hipocrisia e oportunismo baratão motiva aqueles que questionam a constuicao, e as leis que nos regem como se a mesmas não resultassem de uma consulta aos partidos em representação de todos quadrantes da sociedade. O (CC) Concelho Constitucional ao chumbar os dois recursos da Renamo e da coligação (Mãos dadas) que contestavam a legalidade da (
Se para a Renamo a constituição, os tribunais e o governo com a FIR e FADM não nos protegem, quem então nos protege? A Renamo e os seu bandos de assassinos à solta que em vez de escola preferem as armas para tirar a vida dos moçambicanos como jogatina política?
Eu moçambicano me confesso: pertenço a uma geracao que foi moldada culturalmente pela cultura marxista pós independência. O processo de desideologização foi natural, em conformidade com as transformações sóciopoliticas não só no terreno, como no mundo.
Nao me sinto condicionado a olhar para o Moçambique actual com displicência ou a ter uma visão limitada demitindo-me de ser eu mesmo. O povo moçambicano nunca esteve em disputa por este saber estar com o partido Frelimo e estar suficientemente maduro para saber aonde quer ir.
O governo quando necessário deve ser criticado porque a crítica quando é construtiva é a via mais célere de corrigir decisões erradas; mas atenção, devemos reconhecer o mérito da boa governação, quando este se desdobra no esforço em liderar os moçambicanos a reduzir a pobreza. Nesta perspectiva não vejo qual o moçambicano com cabeça no lugar incapaz de discernir entre o certo e o errado.
A Renamo com a sua filosofia de ódio a matar inocentes para chantagear o governo, nao mudou uma vírgula no seu curriculum…onde já se viu? A sua acção recente com a chancela do seu sanguinário chefe, quebrou de forma premeditada o compromisso assumido com a democracia e fechou o espaço para um possível diálogo sério com os moçambicanos e governo.
Nem todas as faixas etárias são homogéneas na forma de pensar nem mesmo entre aqueles que beberam da mesma educação, mas há tendências que persistem viver rebeldes sem motivo, porque o seu motivo tudo devora como afirmação de ruptura contra uma ordem universalizada por direito. Pessoalmente já não consigo disfarçar a raiva que começo a sentir por uns indigentes intelectuais da nossa praça em busca de protagonismo, e a este bando de indivíduos que quer viver como se estivéssemos ainda ao abrigo do AGP. Para mim considero-os inimigos de Moçambique democrático.
Conforme a opinião de alguns analistas, a decisão do principal partido da oposição de não participar nas eleições autárquicas de 20 de novembro, caso não haja uma mudança na lei eleitoral, podendo ser "prejudicial para o sistema político moçambicano", é também um "erro" estratégico da Renamo.
"Efectivamente se a Renamo não participa, poderá ser entendido como um sinal de fraqueza e crise do sistema político moçambicano, mas provavelmente um erro para a Renamo, porque as eleições autárquicas têm permitido alternância política em vários municípios".
É precisamente aqui que reside o busilis da questão. A Renamo não quer um simples diálogo quer impor uma nova ordem. Quer entreter a sociedade e se possível ver o quadro político adensar para conseguir marcar pontos que deseja. Fazer pontos para Renamo seria incluir no diálogo os já mencionados facilitadores, mas não aqueles que o governo quisesse incluir. Como possíveis facilitadores nacionais menciona o nome Lourenço do Rosário e do Bispo Dom Dinis Sengulani, …mas será que estes são mais credenciados do que a Assembleia da República? Para a Renamo parece bem que sim, ja que parece que se entendem e até estiveram em Santundjira com o seu chefe. A Renamo pode muito bem desfrutá-los como assessores e até pretensos facilitadores, mas nós os moçambicanos temos confiança absoluta no parlamento. Este tipo de moçambicanos com o protagonismo no umbigo julga que os 24 milhões são ignorantes. Não existe no quadro legal actual qualquer acórdão que fundamente as reclamações da Renamo.
A Renamo ao pretender alternar o quadro de segundo partido mais votado com um acordo político, pretende assumir-se como alternativa ao poder, facto que nunca esteve ao seu alcance. Esta seria uma falsa premissa, a Renamo nunca foi um partido do poder nem tem um eleitorado que a qualifique a esse estatuto.
A mediocridade de alguns agentes pretensamente políticos vulgarizam o processo político nacional, com as suas teses medíocres baixando o nível da discussão, quando a situação requer coesão e harmonia não só de atitude, como da palavra que ajudem a ultrapasar o desplante absurdo de uma oposição sequiosa do poder. O
A luta continua!
Inácio Natividade