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Comecem lá a pensar grande

Por admin

Notícias sobre exploração florestal são, hoje, frequentes. Demasiado frequentes. Mas, também, preocupantes. Pelos danos, pelos prejuízos, de vária ordem, que esta actividade está a causar.

 Ainda no passado dia 3, o “Notícias” (página 2), que se trata de Um negócio que lesa o Homem e a natureza. E, começa por escrever que A mão do Estado continua curta demais para conter os desmandos que crescem e se sofisticam nas florestas, ao colo de um grande “buraco” que se chama fiscalização. A local faz saber que Tudo acontece apesar do recente agravamento das multas previstas na Lei de Florestas e Fauna Bravia … E por aí adiante. A seguir ao entretítulo Licenças simples geram discórdia, o articulista acrescenta que Os operadores de concessões florestais entendem que quem destrói as florestas em Moçambique não são os madeireiros chineses, e sim os operadores nacionais de licenças simples que cortam a madeira sem nenhum controlo, motivados não só pela natureza simplificada e curta duração das suas licenças, como também pela alta dos preços de compra oferecidos pelos clientes chineses. Colocada neste pé, a situação parece que não podia ser mais clara. É que, de facto, ao que se lê, os chineses não abatem árvores, não destroem as nossas florestas. Compram o produto do crime coberto por lei a quem o faz por eles. Pensam que, como compradores, nada têm a ver como foi obtido o produto que compram. Sem dúvida, uma posição cómoda. Noutro passo, o articulista escreve que O Governo moçambicano precisa ganhar coragem para tomar decisões hoje, que possam influenciar de maneira positiva o desempenho da indústria florestal num horizonte de 50 ou 60 anos. Mais adiante, pode ler-se que “Infelizmente o Governo não está a ter uma visão de 50 – 60 anos. Estão a ser tomadas decisões de momento, de curtíssimo prazo. Ora isso não pode ser. É preciso que haja frieza suficiente para se pensar grande. (sublinhado meu).

Este pensar grande, merece alguma atenção. Alguma reflexão. Alguma meditação. Será que o Governo, o Estado, não sabe pensar grande? Ou não quer pensar grande? Muito provavelmente sabe mas não quer. A acreditar no que se diz por aí – cá dentro e lá por fora -, haverá muitos interesses privados, pessoais, a sobreporem-se aos interesses colectivos. Do Estado. De todos nós. Mudar a situação pode não ser um exercício fácil. Pode até ser penoso. Mas, vale a pena arriscar na mudança. Amanhã pode ser tarde É preciso começar a pensar grande. Por todos os motivos e mais um. Então, comecem lá a pensar grande. 

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