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Tropeçando em absurdos

Por Idnórcio Muchanga

Alguma coisa vai mal na Pérola do Índico. Juro. Está mal isto e se ninguém bota o dedo na ferida ou água fria na fervura, não haverá espaço nas nossas cadeias para a quantidade de gente que irá lá ter. Está demais, como diz a malta quando está encavalitada no “My Love”… aliás, “My Love” que já foi julgado e condenado à morte, mas –Deus existe –continua a safar-nos todos os dias.

Mas como diria Erasmo de Rotterdam, não há nada de tão absurdo que o hábito não torne aceitável. O que espanta mesmo é a capacidade de repetição de absurdos… primeiro um anúncio de Adjudicação da Direcção Provincial da Saúde de Nampula para “Manutenção e reparação de uma viatura” a roçar os 3 milhões de Meticais. Logo a seguir fomos atropelados por outro anúncio emitido pela mesma Direcção sobre a “Contratação de serviços de catering e aluguer de sala para actividades de formação, seminário, reuniões e conferências” avaliada em quase 14 milhões de Meticais. Outro anúncio do Ministério do Trabalho, Emprego e Segurança Social –assinado pela Autoridade Competente, seja lá o que isso quer dizer –sobre “Apetrechamento de residência em Ressano Garcia” avaliado em quase 10 milhões de Meticais.

Provavelmente, alguns dirão que Bula-Bula está é com inveja –o que pode estar quase certo –,mas vamos por partes: gastar 3 milhões de Meticais na manutenção e reparação de uma viatura (mais ou menos trocar óleos e respectivos filtros, mudar amortecedores, trocar o filtro de ar, calços, etc.) não lembra o diabo. Talvez fosse melhor e mais económico comprar um carro novo que, sendo da mesma marca e potência, deve custar mais ou menos o mesmo… mais quinhenta aqui, menos quinhenta ali.

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