A situação é descrita como preocupante pelas autoridades daqueles dois distritos. Leonilde Cussaia, Procurador Distrital de Morrumbala, conta que numa recente deslocação à localidade do Chire, onde foi dar uma palestra, era conduzido por um motorista careca. Ao chegar à aldeia, este foi imediatamente advertido a colocar chapéu para esconder o que podia ser encarado como “negócio”.
domingo apurou que gerente de um banco local, que é careca, recebeu uns convites para Milangeàs expensas de estranhos, artimanha imediatamente rechaçada .
Tanto a Polícia como a Delegação da Procuradoria Geral da República naquele distrito narram casos “frescos” de incidentes macabros de assassinatos e violação de túmulos, num cerco apertado aos carecas vivos e mortos.
Quatro cidadãos carecas foram recentemente assassinados e suas cabeças decepadas no quadro de um “negócio” obscuro.Dos quatro casos relacionados com estas práticas, dois já se encontram esclarecidos, uma vez que foram identificados suspeitos e os respectivos processos instruídos e remetidos à Procuradoria Provincial da Zambézia. Não foram esclarecidos os outros dois casos porque os seus autores estão foragidos. Há indicações de que estes meliantes estão refugiados no Malawi.
Leonilde Cussaia explicou ao domingo que oassassínio de pessoas com calvície é crime transnacional com forte influência do vizinho Malawi.Aquele magistrado público sustenta o seu argumento pelo facto de a maior parte dos crimes do género ocorrer próximo das regiões fronteiriças, como Chilumo, por exemplo, onde se localiza a linha de fronteira entre Morrumbala e Malawi.
Discorrendo sobre possíveis causas destas práticas, o procurador Cussaia salientou que o objectivo dos criminosos é ganhar dinheiro à custa de crenças supersticiosas de algumas pseudoculturas, principalmente malawianas, segundo as quais, os órgãos de pessoas carecas têm propriedades para curar doenças, providenciando, amiúde, dinheiro e bastante riqueza.