Opinião

O Estado das Coisas

A sustentabilidade orçamental e a divida soberana constituem os maiores desafios para o país, num momento em que a Renamo intensifica os seus ataques contra o estado de direito.

O presidente Filipe Nyusi é o comandante em chefe  das Forças de Defesa e segurança,mas antes de mais deve entender como foram tecidas as teias de uma conspiração, como parte de verdades incovenientes, contra Moçambique e o seu governo.Tudo tem sido roubado ao povo moçambicano de todos meios e feitios:pedras preciosas, caça e pesca furtiva, madeiras, terrenos sem falar na acção dos beneficios fiscais, que permite a fuga ao fisco aos mega projectos.

De outro lado uma vez mais o estado está sendo chantageado pela Renamo.Ao ir para as matas e dar início a actos de terrorismo, para indicar que a democracia é falha na sua memória política , o que Dlhakama e os seus estão a dizer é que o crime compensa.Afinal a Renamo no seu maquiavelismo, usa o terrorismo para a exigir concessões antipatrióticas e anti-constitucionais ao governo, está cumprindo a preceito o seu papel de testa de ferro.Mas atacar autocarros de passageiros, bloquear estradas, não é de um partido parlamentar, nem de alguém que deseje fazer uma guerra.É de alguém desesperado, que  pretende fazer um estardalhaço, para ser ouvido aos quatro cantos.É táctica antiga conforme o presidente Nyusi, bem identificou recentemente,já não funciona.A incongruência provoca censura intelectual , revolta as pessoas para que estas fiquem descontentes e contra o governo.Mas se o objectivo é esse, Dlhakama pode ter a certeza que todos sabemos discernir, quem está do lado do povo e da razão,daquele que sempre usou o terrorismo para matar os nacionais com objectivos políticos .

Em meu entender o PGR deveria estabelecer um rolo comprenssor formulado de leis a punir severamente aqueles que recusam desarmar: homens residuais da Renamo, criminosos de delito comum, e dirigidas aos que desviam fundos públicos e vendam propriedade do estado , como passaportes e Bilhetes de identidade ou certidões.

O estado deve ser implacável, e exercer a autoridade sobre todos os cidadãos ,e não apenas para alguns, porque a percepção de um  Estado fragilizado é motivo para que este seja desafiado, como agora sucede. Estou certo que mais de 90 por cento de moçambicanos ficariam satisfeitos de ver Afonso Dlhakama e o seus mais dilectos colaboradores na matança de moçambicanos, esticados numa corda ao longo de patíbulo, erguido para o efeito.Quanto as FDS acredito na sua prontidão combativa  sob ponto de vista organizacional e operacional, para pôr cobro a este desafio uma vez mais, interposto por Dlhakama e o que resta das suas forças.

Os ultracolonialistas não desarmam no seu apoio aos desmandos de Dlhakama, e quanto se sabe  a UE  nunca condenou os ataques da Renamo, e mesmo assim pretende ser protagonista da desgraça alheia.É bom repisar aqui, que quem está interessado numa paz consolidada em Moçambique são os moçambicanos, e mais ninguém.Somos nós que estamos sendo mortos, vitimas da ambição pessoal de um só homem, que julga ter capacidade de sitiar de medo o país inteiro.Celebramos esta semana o dia de Africa , dia 25 de Maio.Somos africanos e a UE , parceira económica, assim como temos outros parceiros, e o que se espera de um parceiro é que este respeite a vontade soberana do governo de Moçambique.O meu conselho à UE e à sua Nato é que deixe Moçambique em paz, e busquem outros cenários de guerra.

Mais do que nunca conclui-se que o factor externo determina o comportamento político da Renamo e do seu líder.Se o diálogo é o caminho incontornável, pergunto, dialogar o quê?

Se Dlhakama não reconhecesse o governo  legítimo, dirigido por Filipe Nyusi, o que estão a fazer os deputados da Renamo no Parlamento nacional e provincial? Desconheço os pontos a servir de termos de referência do possível encontro entre Filipe Nyusi e Afonso Dlhakama, porque mesmo buscando o diálogo, a autoridade do estado nunca pode estar em causa, isto é, o estado deve continuar a garantir a segurança aos cidadãos, e continuar com a política de dissuasão militar.O que o cidadão comum deseja é ser protegido por um estado forte.Um ministério público e judiciário, capazes de fazerem frente ao banditismo armado, e ao crime organizado;um estado que não nos envergonhe,capaz de usar eficazmente o seu peso coersivo, contra os seus adversários do estado de direito e da soberania nacional;um Estado capaz de impedir que a Renamo e o seu bando desviem o itenerário da democracia, em  beneficio  da sua agenda política.

Se o AGP, falhou?Não creio que tenha falhado,pôs fim à guerra de 16 anos,vivemos 24 anos de aparente paz, onde a democracia falou mais alto, o que me parece é que alguém não estava interessado que o processo vingasse.E uma das causas foram os recursos energéticos descobertos.A medida que era conhecida a dimensão dos recursos nas províncias, centro e norte, as exigências da Renamo foram-se tornando delirantes e asfixiantes.Para tráz ficava a revisão da Lei eleitoral, Acordo para Cessação das Hostilidades, substituidosa pela estratégia montada de regime de paridade, que emperrou durante dois anos o diálogo, no centro Joaquim Chissano.

A estratégia de regime de paridade seguida da  Renamo era a evidência de que esta organização estava no diálogo, para impôr um outro capitulo ao AGP.Ao contrário do que Dlhakama julga ou pensa, ele foi imposto à democracia, sendo os que o impuseram a  ditar a sua agenda política, e da já denominada democracia armada. Na perspectiva da Renamo pressupunha que o AGP , há 24 anos,havia consagrado a Renamo como dona de metada dos activos do estado, quando o AGP, apenas consagrava a democracia e a economia de mercado e a integração dos efectivos armados da Renamo no exército e policia da República de Moçambique.Efectivamente aquando das primeiras eleiçõe, havia ficado claro que Afonso Dlhakama, não confiava no sistema, daí manter os seus homens armados, para a tal democracia armada.

Tudo o que Dlhakam fala e diz neste momento é redutor para Moçambique.A luta de Dlhakama, um autocrata foi sempre contra o sistema, do qual dada a sua natureza não confia.A democracia tem um regimento próprio, sendo o inimigo do líder da Renamo  ele próprio, mas nega olhar-se ao espelho.Ele não sabe viver harmonizado com as regras  da democracia, e olha as hierarquias na sua organização como um complemento de si mesmo, da sua autoridade.Ele tem familiares seus em quase todas as forças residuais,onde funcionam como ouvidos do rei.Outro aspecto é que a vocação da Renamo como instrumento político  e militar que funciona  de fora para dentro de Moçambique, tendo sido concebido por  inimigos estrangeiros do partido Frelimo, e seu governo.Aceitar a derrota da Renamo,mesmo num pleito eleitoral democrático contra a Frelimo, para Dlhakama é o mesmo que aceitar o fim do projecto fundamentado numa base ideológica anti-Frelimo.Para ele  o fim do ciclo de dominação da Frelimo, inicia no diluir do seu eleitorado, através de uma guerra de desgaste psicológica permanente,contra o governo e contra os moçambicanos.

E quando ele se refere aos meus irmãos da Frelimo, ou trata o presidente de irmão é conversa para o boi dormir.O verdadeiro Dlhakama é o neotribalista envenenado, que diz  vou correr com os do sul aos pontapés!.Dlhakama nutre um ódio figadal ao partido Frelimo, cuja dimensão apenas encontra paralelo no ódio dos ultracolonialistas, contra o partido Frelimo e o seu governo,assim como  Durão Barroso e a sua Bilderberg, contra o partido Frelimo.Qualquer acordo com Dlhakama como líder da Renamo está talhado a falhar.Afonso Dlhakam é um testa de ferro de interesses ultracolonialistas em Moçambique, e já agora da direita radical e ultranacionalista afiliada no PPE.

A idéia das autarquias provinciais está intimamente ligada à idéia de paridade.A idéia de dividir Moçambique, para reinar para além de inconstitucional, é tão disparatado que apenas encontra eco no sonho  dos colonialistas de um regrassar e recuperar o que acham que perderam injustamente.500 anos de exploração africana e ainda existe alguém a reclamar justiça.

A Renamo nem sequer ganhou em todas as províncias onde diz que ganhou.

Então o que vamos dialogar?Como diz Samora Machel-Nós não somos um Estado federado,não há provincias fora da Nação,não há Nação sem cada uma das provincias.A Nação não é a soma das provincias,nem estas frações do Estado.E uma unidade que não se fraciona.

Ao tentar reverter a principal conquista da República depois da independência, que são as nacionalizações de prédios de habitação, onde vivem os moçambicanos, a Renamo assumiu em definitivo a vestimenta de testa de ferro dessa gente.Os apoiantes da Renamo que financiaram a sua ida a Roma aquando do AGP, estão interessados em Moçambique, e os seus recursos, sendo que a estratégia da Renamo obedece sempre à cadência, tendo as autarquias provinciais sido a última farsa .

Moçambique vai ultrapassar o actual quadro económico de dificuldade, assim como o partido da governação sairá mais forte do que nunca, para reforçar a sua liderança do povo moçambicano.O principal desafio de Moçambique a curto prazo é recuperar o ímpeto do crescimento  económico, garantir a sustentabilidade orçamental,e da divida soberana, que se prevê seja 6.5 prara 2016.

IN

 PS. A Procuradoria Geral da república deu por não confirmada a existência de uma vala comum.Foi mais um acto falhado dos detractores do governo,em mais uma tentativa de denegrir o governo e o partido no poder.Este tipo de crime como todos sabem tem a chancela da Renamo.

Sobre as dividas ocultas.Confio plenamente na função do PGR como orgão soberano e como principal agente, na busca da verdade, para que se faça justiça, baseada em factos,e não em conversas de café, com as suas assunções prefabricadas, politicamente motivadas de mexericos e fofocas useiras.

Sabe-se de fonte segura que funcionários do BM e do FMI, sabiam faz tempo da existência da divida não declarada.Porque só agora mesma é divulgada?Uma questão de timing politico,….Fazer do assunto arma de arremesso politico. 

Unidade, paz e democracia.

Inácio Natividade

 

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