Sociedade

Município aposta na educação cívica para acabar com o lixo

As autoridades municipais apostarão na intensificação de campanhas de educação cívica para inculcar aos munícipes boas práticas para resolver o problema de lixo num mandato em que as atenções estão viradas para o encerramento da lixeira do Hulene e abertura do aterro sanitário de Matlhemele.

O vereador para o pelouro de Salubridade e Cemitérios no Conselho Municipal da Cidade de Maputo, Florentino Ferreira, disse que a produção de resíduos (lixo) tem aumentado significativamente nos últimos anos na capital do país em consequência da mudança de hábitos de consumo e do próprio desenvolvimento da urbe.

A título ilustrativo, no ano de 2000 a cidade de Maputo produzia diariamente 75 toneladas de lixo e em 2013 a quantidade subiu para 850 toneladas/ dia. “O município concluiu que Maputo se tornou numa cidade consumista”, disse o nosso entrevistado.

Para inverter o cenário, o vereador apela a uma gestão participativa, mobilizando os munícipes a partir de casa até à deposição final no contentor, e promovendo-se a redução da produção e volume de residuos. Para o efeito apontou para a correcta implementação do Projecto 3R (Reduzir, Reaproveitar e Reciclar ) como uma das possíveis soluções.

“Quando vamos ao supermercado e evitamos levar aquela quantidade enorme de plásticos estamos a reduzir imenso a quantidade de resíduos”, explicou Ferreira, que destacou que um dos problemas da cidade assenta na existência de dezenas de plásticos a voarem por todos os lugares, quando cada munícipe podia recolhê-los para reciclagem.

Refira-se que o município de Maputo abraçou um projecto-piloto com a Agência de Cooperação Internacional do Japão (JICA) para o período de 2013/17 no âmbito da implementação dos 3R’s.

“O grande desafio deste projecto é trabalhar a mente das pessoas para que percebam que a educação cívica e ambiental é fundamental para que mantenhamos a cidade limpa”, aclarou Ferreira.

Ajuntou que já foi criado um gabinete de sensibilização aos vendedores e banhistas na praia da Costa do sol e que os resultados são visíveis, embora não se tenha atingido o estágio pretendido.

Nas manhãs de segunda-feira é notório o empenho de vendedores na marginal de Maputo que limpam o respectivo perímetro de negócio, recolhendo  quantidades enormes de lata e garrafas.  “A cidade só estará limpa quando um milhão e 300 mil habitantes de Maputo estiverem comprometidos com a limpeza da urbe e adoptarem uma postura urbana recomendável”, disse o vereador.

Na chamada zona de alta densidade, que compreende toda a parte de cimento e bairro do Jardim, a fonte garantiu que a empresa Limpa bem encarregue da recolha de resíduos, tem feito um trabalho louvável.

Porém, persistem alguns focos de produção de quantidades excessivas de garrafas e latas resultantes de noitadas de fim-de-semana ao longo da Marginal, concretamente no Calçadão (em frente ao Centro de Conferências Joaquim Chissano) e na Avenida 10 de Novembro na baixa da cidade.

“É aqui onde deve iniciar o trabalho de sensibilização das mentes no sentido de todos contribuirmos para que tenhamos uma cidade limpa, saudável e acolhedora”, apelou o vereador.

 

MICRO-EMPRESAS SERÃO REDIMENSIONADAS

Nos bairros, a recolha de lixo é feita por micro-empresas que trabalham em coordenação com a EnviroServ. Os primeiros efectuam a recolha em frente às residências (duas vezes por semana) e depositam nos contentores posteriormente recolhidos pelos camiões daquela firma. “Sabemos que existem alguns problemas de recolha de resíduos pela empresa nos contentores e em consequência disso os operadores dos bairros vêem-se obrigados a colocar o lixo no chão”, observou o vereador.

Em resultado da recolha deficitária estão a nascer novos focos de lixeiras nos bairros mas, o vereador garante que o Conselho Municipal resolverá o problema.

“Pretendemos perceber se a falha é resultado do aumento populacional e consequentemente incapacidade da empresa em proceder a recolha, pois eles têm meios suficientes 11 camiões tipo basculante que carrega contentor”, anotou a fonte.

O vereador fez saber que este ano será feito o redimensionamento das micro-empresas para responder à crescente demanda.  

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