Política

COLIGAÇÃO E-POVO: Não somos aqueles de sempre!

– defendem-se dirigentes da nova formação política

Alguns eleitores deram-nos aalcunha de “três mosquiteiros”, outros de “aventureiros políticos”.Estamosa falar de Yacub Sibindy, do Partido PIMO, Miguel Mabote, do Partido Trabalhista (PT) e André Balate, do PARENA, que há dias decidiram juntar-se numa coligação para fins eleitorais, denominada Coligação Esperança do Povo (E- Povo). Ao domingo eles negam ser “aqueles de sempre”.

Tornou-se hábito, em Moçambique,quando nos aproximamos das eleições assistir-se a uma avalanche de partidos políticos. Para não variar, um dia após o anúncio da data das próximas eleições autárquicas, aprazadas para 10 de Outubro de 2018, eis que os moçambicanos foram brindados com a apresentação pública da Coligação E- Povo.

Para perceber a génese desta coligação, o nosso jornal foi ao encontro dos seus integrantes que asseguram que desta vez o eleitorado não vai ficar em casa no dia das eleições, alegadamente porque eles surgem na arena política para fazer diferença.

Entre outros aspectos que consideram novidade avulta o facto de, segundo as suas projecções, nas eleições que se avizinham poder reduzir-se o número de símbolos de partidos políticos no boletim de voto.

Para eles a coligação está aberta a incorporar mais partidos, sobretudo os extraparlamentares, desde que respeitem o código de conduta, ainda em elaboração, que entre outros aspectos prevê duras sanções para o líder que extravasar os estatutos e a título individual vir a público fazer discursos considerados indecorosos.

Com esta nova forma de ser e estar, os nossos entrevistados consideram estarem criadas as condições para assaltar o poder nas eleições que se avizinham e garantem que orespectivomanifesto sairá do eleitorado que será auscultado de modo a aferir as suas necessidades antes de partir para a campanha eleitoral.

Para as nossas fontes, esta é a nova forma que encontraram para singrar na arena política uma vez que compreenderam que a título individual não lograrão chegar ao poder, se bem que os eleitores sejam cada vez mais exigentes.

Não somos refugo

– Yacub Sibindy

Yacub Sibindy, do Partido Independente de Moçambique (PIMO), por sinal o recordista em matéria de coligações de partidos políticos, diz que a E -Povo veio para ficar e vai ser diferente das antigas de que fez parte e liderou.

Sibindy explicou que as anteriores coligações por si chefiadas, como foram oscasos de “Oposição de Mãos Dadas” e a“Oposição Construtiva” governavam na sombra, enquanto a E – Povo pretende assumir o poder “de verdade” para demonstrar aos moçambicanos as suas capacidades que extravasam os interesses partidários.

Acrescentou que a coligação visa, por outro lado, reduzir gastos na produção de boletins de voto com a proliferação de muitos símbolos de partidos políticos.

 “A ideia é que a oposição no seu todo se junte no sentido de tirar a Frelimo do poder e para tal há que nos juntar numa única coligação com o povo de modo a ter apenas duas candidaturas no boletim de voto”.

Para aquele líder político a Frelimo na oposição seria uma grande escola pretensamente porque“teríamos uma cisterna com água para regar o relvado, pois, em cerca de 42 anos da independência ainda não conseguiu responder aos anseios do povo, pelo que neste momento é saudável tê-la na oposição para a manutenção do Estado moçambicano”.

Yacub Sibindy disse ainda que ao se juntar aos outros dois partidos pretende corrigir a interpretação pejorativa segundo a qual tudo o que vem da oposição é um refugo e não tem nenhuma relevância.

“A principal diferença é que a soberania reside no povo enquanto nas anteriores coligações quem tinha poder eram os partidos políticos e as suas lideranças que seleccionavam os membros para preencher as listas. Destavez não queremos que alguém saia a título individual a fazer declarações em público”,disse Sibindy

Questionado sobre o porquê da aparição pública um dia após o anúncio da data das eleições autárquicas, portanto, a 5 de Abril corrente, Sibindy respondeu nos seguintes termos:

Aparecemos nesta altura porque estamos nas vésperas das eleições e estamos enjoados com a actual governação para além de pretendermos resgatar os votos de cerca de 80 por cento dos eleitores que não participam nas eleições. Criamos o “E – Povo” porque queremos que as pessoas entendam que não é Sibindy, Mabote ou Balate que vão elaborar o manifesto, mas o próprio povo que depois o vai sufragar nas urnas, disse.

Segundo avançou a coligação vai concorrer em todas as 53 autarquias e os candidatos à presidência dos municípios, bem assim das Assembleias municipais, sairão das bases durante a auscultação a iniciar brevemente.

Explicou que a ideia é ir a um determinado distrito identificar potenciais eleitores que podem ser académicos e ou outras personalidades influentes e concorrerem sobre a bandeira da Coligação E- Povo.

Os terroristas não nos abalam

– André Balate, do PARENA

André Balate, líder do Partido de Renovação Nacional que já esteve na coligação Aliança Democráticadiz que as vozes que os rotulam de “os mesmos de sempre” devem ser consideradas terroristas que sempre falaram mal de partidos políticos extraparlamentares.

“Podem falar o que quiserem mas não nos vão abalar uma vez que temos um foco que é resolver o problema dos moçambicanos,disse Balate.

Segundo afirmou, a coligação vem sendo idealizada há bastante tempo e só se apresentou um dia após o anúncio da data das eleições porque o objectivo é conquistar assentos na maioria das Assembleias municipais e dirigir algumas autarquias.

André Balate confirma tratar-se das mesmas pessoas que estiveram em anteriores projectos não sucedidos, mas com ideias inovadoras e não aquelas do passado de ambição e ganância desmedida.

“Sim, são as mesmas pessoas, mas com novos objectivos, porque já não estamos a levar as coisas de cima para baixo, mas de baixo para cima e aqui está a diferença entre Sibindy, Mabote e Balate de sempre, com os de hoje, congregados na coligação E- Povo”.

Balate aproveitou a ocasião para lançar recados para aquelas pessoas que olham para a coligação com ideias negativas e pede que tenham um pouco de paciência e acompanhem passo-a-passo o desenrolar dos acontecimentos para o que não se vãoarrepender, pois, há um trunfo que vai marcar a diferença, entre o passado, presente e o futuro.

Não alinhamos com discursos arcaicos

– Miguel Mabote, do PT

Para Mabote, líder do Partido Trabalhista, com o surgimento da coligação não nasceu mais um partido político, mas trata-se da junção de três num único objectivo eleitoral que é a conquista dos assentos nas Assembleias Municipais e presidir alguns municípios.

“Pelo contrário, são partidos que se aglutinaram e formaram um único, razão pela qual não se trata de nenhuma proliferação como pretendem deixar transparecer algumas pessoas. Esse discurso de que há partidos políticos que ficam a hibernar e aparecem em período eleitorais é arcaico”,disse Mabote salientando que já no ano de 1994 as pessoas disseram que sobreviviam do trust found, mas até hoje persistem no meio de muitas adversidades.

Instando a reagir sobre o que alguns círculos de opinião consideram ser “os mesmos de sempre” que só mudam de nome e estratégia, Mabote pronunciou-se nos seguintes termos:

Somos os mesmos de sempre e eles que nos chamam assim de que lado é que estão? Quem são essas pessoas? Esta coligação é um mosaico em termos de opções políticas”.

Para ele, quando se parte para iniciativas positivas sempre aparece um grupo de detractores que a todo custo tenta ridicularizar as boas iniciativas.

“ Estamos num mercado livre em que cada um vai escolher o partido que quiser. Em política, as pessoas tem que saber ser e estar e que não há amizade e inimizades permanentes. Não tratamos de assuntos familiares, pelo que dependendo do momento podemos ser amigos ou adversários políticos”.

Por Domingos Nhaúle

domingos.nhaule@snoticicas.co.mz

2 Comentários

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