Desporto

Matola: 42 bairros 42 campos de futebol

O bairro de Matola-Gare testemunha próximo sábado, 20 de Dezembro, a entrega oficial à comunidade do 11° campo de futebol, no quadro dum programa levado a cabo pelo Conselho Municipal da Matola visando dotar cada bairro daquela autarquia duma infra-estrutura para a prática de futebol e actividades físicas.

Trata-se dum programa singular na história da governação municipal de Moçambique, que surge em resposta à crescente escassez de espaços e infra-estruturas desportivas nas cidades e vilas.

Aliás, no próprio Município da Matola já se fazia sentir a febre de ocupação de espaços historicamente reservados ao desporto para outras finalidades, sobretudo para actividades comerciais.

Para travar o fenómeno e ao mesmo tempo garantir um futuro saudável para as comunidades, a edilidade está a implementar um programa de construção e reabilitação de campos de futebol, tendo desde Fevereiro passado sido abrangidos dez bairros.

A empreitada acontece no quadro dum Memorando de Entendimento rubricado entre o Conselho Municipal e a Empresa Inter-Auto.

O Município da Matola tem vários campos espalhados pelos bairros, no entanto, não estão registados como tal, por isso, não possuem o respectivo Direito de Uso e Aproveitamento da Terra (DUAT).

Esta situação facilitava que indivíduos movidos por outros interesses ocupassem, amiúde, os espaços para outros fins não desportivos, algumas vezes com colaboração de estruturas locais.

Falando ao domingo sobre o programa, o Vereador de Educação, Cultura, Juventude e Desporto no Município da Matola, Francisco Manso, disse que a edilidade pretende que cada um dos 42 bairros daquela autarquia tenha pelo menos um campo de futebol registado em nome da comunidade.

– Não queremos no futuro gerir questões de disputa de espaços desportivos envolvendo as comunidades e investidores. O registo e apresentação pública à comunidade são fundamentais para evitar esse fenómeno no futuro.

Justificou que o papel do Conselho Municipal é dinamizar a prática desportiva. “O nosso programa quinquenal prevê a massificação e formação de agentes desportivos, para tal as infra-estruturas são imprescindíveis”.

GESTÃO CONFIADA À COMUNIDADE

Até ao momento, o programa abrangeu bairros como Matola “D”, Khongolote, Tsalala, Nkobe, Boquisso e Nwamatibjana, beneficiando directamente milhares de munícipes.

As autoridades municipais responsabilizam-se pela delimitação e vedação do espaço, nivelamento do recinto de jogos, balizas e ainda de material desportivo para duas equipas locais, sendo uma sénior e outra de formação.

Tal como referiu Francisco Manso, a entrega de material desportivo visa impulsionar a comunidade para ter por onde começar um programa desportivo local.

Referiu que não se trata apenas de futebol, pois o Conselho Municipal, em coordenação com o Instituto Nacional do Desporto (INADE), tem distribuído material de diferentes modalidades nos bairros.

– Já contemplamos os bairros com bolas e redes de voleibol, andebol e basquetebol, entre outros equipamentos,anotou o nosso interlocutor.

Questionado sobre a gestão daquelas infra-estruturas uma vez entregues às comunidades, aquele dirigente observou que cabe aos próprios beneficiários gerir os empreendimentos.

O que nós fazemos, como Município, é ajudar na formação de núcleos desportivos localmente. Os bairros têm seus próprios núcleos que coordenam as actividades desportivas e é esse grupo que tem a responsabilidade de fazer a gestão do campo em coordenação com as autoridades locais– explicou o nosso entrevistado.

Ajuntou que o Município equaciona definir Termos de Referência de utilização dos campos, mas sempre será envolvida a comunidade beneficiária.

Por isso, conforme sustentou, no acto de inauguração dos campos, é também entregue à comunidade o Direito de Uso e Aproveitamento da Terra (DUAT) do recinto desportivo, isso para evitar que no futuro alguém reclame aquele espaço para outra finalidade.

Conforme ficamos a saber, nalguns bairros está previsto que futuramente sejam construídos junto ao campo de futebol de onze recintos para a prática de modalidades de salão, como basquetebol, andebol e voleibol.

Temos casos de bairros que manifestaram vontade de ter campos de salão e tabuleiros para jogos tradicionais. Esses são desejos por responder nos próximos anos,anotou Manso.

O dirigente defendeu que essas vontades estão dependentes da disponibilidade de fundos, o mesmo acontecendo com a pretensão de iluminação dos campos de futebol em construção ou reabilitação.

– A iluminação dos campos permitiria, por exemplo, que muitos munícipes praticassem desporto no período noturno, uma vez ser evidente a crescente procura da prática de exercícios físicos. Temos que começar de algum lugar,admitiu.

 

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