Internacional

8 mil pessoas mortas por dias no genocídio

Uma média de 8.000 tutsis e de hutus moderados foram chacinados diariamente entre abril e julho de 1994 no Ruanda por conterrâneos da etnia hutu, no poder. Segunda-feira passada (7 de Abril) completaram-se 20 anos do início do genocídio.

Tudo começou na noite de 6 de abril de 1994, quando o avião do presidente ruandês hutu Juvenal Habyarimana foi abatido, quando regressava da Tanzânia onde decorriam negociações de paz com os rebeldes da Frente Patriótica Ruandesa (FPR, de maioria tutsi).

No dia seguinte, a primeira-ministra hutu moderada Agathe Uwilingiyimana, dez "capacetes azuis" da Missão de Observação das Nações Unidas (MINUAR) que a protegiam e vários ministros da oposição foram mortos. Foi o começo dos massacres.

Segundo a ONU, cerca de 800.000 pessoas foram mortas em quase 100 dias, com os tutsis a serem acusados de conluio com os rebeldes, que tinham entrado no norte do país vindos do Uganda a partir de 1990.

As autoridades fizeram listas de pessoas a assassinar e as forças armadas e as milícias hutu Interahamwe massacram metodicamente as "inyenzi" (baratas em kinyarwanda, a língua oficial do Ruanda, a designação dada aos tutsis), assim como os hutus que se opunham ao partido de Habyarimana e os que se recusaram a participar na matança.

A RTLM (Rádio-Televisão Livre das Mil Colinas) tornou-se o principal "meio de comunicação do ódio", anunciando a localização de tutsis em fuga e mobilizando a população, grande parte da qual participou nos assassínios, nos saques e nas violações.

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