Opinião

NO PAIS: DEMOCRACIA PROCURA SEU PAI

Depois de Dezasseis anos de especulações, relativamente a pessoa ou pessoas e postura de quem comandava efectivamente e semeava morte, dor e terror aos Moçambicanos, apareceu finalmente, um rosto, o do Chefe, o do dono enfim, o do tal Líder da Resistência Nacional Moçambicana, (resistência a quê ou a quem, perguntamos nós?), ou simplesmente “OS MATSHANGA”, em 1992, com a assinatura dos Acordos de Roma, a 4 de Outubro. 

Homem  negativamente versátil, (qual Nero monstruoso e sanguinário Romano dos nossos dias), a quem desde logo dificilmente não poderia ser tomado a sério, pois tal como um verdadeiro réptil saurofídio cuja pele muda, ele igualmente muda(va) interesseiramente, tanto de lugar como de opinião. Tão singularmente fez-se durante estes últimos vinte e um anos o emblema de hipocrisia, ao mudar de atitude e de procedimento consoante lhe convinha.Passou estes anos todos a dar verdadeiros “shows”(espetáculos) de disse-que-disse”. O Povo, esse “Poço Profundo” de paciência, foi se habituando a coabitar com aquela espécie de Megalomaníaco, ao ponto de lhe conceder e conferir o estatuto que geralmente só se atribui a pessoas de mentalidade comprovadamente sã: o do Membro do Conselho de Estado. Apesar de sempre ter demonstrado o desrespeito total pelo Povo, pois nunca compareceu a nenhum acto público como forma de honrar a “cadeira” que imerecidamente ocupou, não só o do Membro do Conselho de Estado, mas o do “segundo homem mais votado do Pais”, não obstante, e porque o Povo desfrutava duma aparente PAZ, já que a presença de homens armados paralelamente ao Exército Nacional sempre foi questionado, fomos sobrevivendo nesse ambiente, desconfortável embora. Agora, o sumiço “miraculoso” desse Homem (Líder da Perdiz, ou do Perdigão), não deixou órfãos somente os seus mais próximos, mas sobretudo a Demonocracia (leia-se e entenda-se literalmente Demonocracia), da qual ele (Líder) batia-se e sempre se orgulhava de ser o mentor (o Pai), e muito boa gente não o entendia, pois, interpretavam-no como se ele estivesse a chamar para si a paternidade da Democracia, um modelo de governação que toda a gente sabe que foi concebida muitos séculos antes de o Diabo inventar o “dito cujo”, pois todos nós sabemos que, (e se alguém não se lembra, não é por ignorância, mas por pura distração), os Manuais da História Universal ensinam que foi Clístenes o implementadordas primeiras noções de DEMOCRACIAdentro da Cidade-Estado de Atenas, na Grécia antiga, emboranão como a concebemos nosdias de hoje que abrange todo equalquer cidadão. Na democracia ateniense apenas filhos de pais e mães livres, alfabetizados e nascidos em Atenas é que eram considerados cidadãos, ou seja 15% da população. A verdade verdadeira manda dizer que, Clístenes, materializou o sonho de Sólon, um dos Sete sábios da Grécia antiga, (Sólon, Pítaco, Quílon, Tales de Mileto, Cleóbulo, Bias e Períandro),Homens de Estado que meditavam, principalmente, sobre como reger e governar. (Conhece-te a ti mesmo; olha o fim; conhece o tempo oportuno; o que é em excesso é mau, etc. etc.),são alguns dos pensamentos atribuídos a esses homens. Pois devemos a SÓOLON(e não a Dlakama), a noção exacta deDEMOCRACIA, (em grego, daimos = povo e kratia = governo, formando então, governo do povo). Na época em que Sólonascendeu como líder, Atenas era dominada por uma aristocracia hereditária, cujos integrantes eram chamados de Europátridas. Clístenes então Realizou uma verdadeira reforma política que proporcionou aos cidadãos, independentemente do critério de renda, o direito de voto e ocupação dos mais diversos cargos. Portanto, só as ilhotas das cabeças de alguns inertes de inteligência, é que poderiam encorajar e bajular um megalomaníaco a continuar a insultar a inteligência de Moçambicanos, ora ameaçando a inviabilização das eleições autárquicas ao afirmar que: “não haverá eleições em Moçambique e nem vamos deixá-las acontecer”, ora chamando a si a invenção da Democracia, o mesmo que dizer que foi quem inventou a RODA, cuja primeira representação foi feita 3500 anos antes de Cristo (a.C.) numa placa de argila, sendo por isso impossível determinar o seu inventor, ora numa entrevista à estação televisiva privada STV,provavelmente após ingerir doses incalculáveis de álcoolcomparar-se-ia com o 44º Presidente norte-americano, Barack Obama, quedurante a campanha e depois de eleito prometia realizar mudanças na América. Dlakama disse então, e nós citamo-lo: “Sabe o que se passou em Moçambique depois da independência? Quem acabou com o monopartidarismo? (…). Tudo isso foi graças ao Obama de Moçambique, que sou eu, que acabei com o comunismo montado pela FRELIMO”. Sempre que eu escutava alienações desta pastagem, achava uma piada sem nenhuma graça. Só poderiam ser proferidas por alguém despido de sensatez, alguém dominado pelas oscilações lunares, portanto, esse sim, Pai da Demonocracia. Ora o Diabo é um “expert”em mentir, iludir, enganar. É por meio da mentira que se estabelece. A sua finalidade é destruir e matar (João 10.10), deturpando a imagem de Deus no homem e levando este à morte eterna, ao juízo que está preparado para o inimigo de Deus e seus anjos rebeldes. Muitos de nós temos o conceito claro (embora alguns psicólogos o acham erróneo), de que um psicopata é sempre aquele que mata em série ou aquele que sempre se compraz em verter sangue, mas mesmo assim, não podemos nos comprazer com o seu desaparecimento sem que a justiça seja feita à vista e com o conhecimento de todos nós.Agora o sumir desse homem sem deixar rasto, é simplesmente intrigante. Sabemos que desaparecimentos misteriosos de pessoas ocorrem em todo o mundo desde a antiguidade, não deixando pistas, rastros ou possíveis indícios do que tenha ocorrido.Não obstante, não podemos conformar-nos com este tipo de desaparecimento pois, apesar de tudo, Dlakama é Moçambicano e conforme o sonho do Herói dos Heróis Africanos, Nelson Mandela: “Sonho com o dia em que todos levantar-se-ão e compreenderão que foram feitos para viverem como irmãos”. Aguardoansiosamente pelo dia em que vou acordar e ouvir dizer que Dlakama já foi localizado, pois como disse um dia o Filosofo Libanês Kahlil Gibran: “Quem vive nas trevas não consegue ser visto, nem vê nada”. Estamos juntos.

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Artigos Relacionados

Botão Voltar ao Topo