Opinião

Precisamos que tragam soluções em vez de problemas

Há acontecimentos que não deviam ser notícia. Que não deviam merecer espaço em órgãos de informação. Isto pelo simples facto de constituírem rotinas. Banalidades. Coisas normais em qualquer parte do mundo. Em qualquer cidade que se preze de garantir serviços mínimos aos munícipes. O que nem sempre acontece entre nós. Vejamos um primeiro exemplo. 

Na sua edição do passado dia 2 (página 3), o “Notícias titula: Município desentope colectores. E escreve que Colectores de águas residuais e pluviais das zonas de cimento da cidade de Maputo estão a ser desentupidos. A obstrução e danificação do sistema, que desde ontem está a ser reposto, foram causadas durante a instalação de novas infra-estruturas de abastecimento de água, electricidade, telefones e internet. E logo a seguir: Durante as escavações visando instalar condutas e cabos destes serviços, muita areia acabou obstruindo o sistema de drenagem e danificando os colectores. Quer isto dizer que uns estragam e outros reparam. É caso para dizer, até onde chega a impunidade. Mas, e sem sair do tema, pode perguntar-se qual o motivo que impede que também as sarjetas sejam desentupidas? Seria, também e igualmente, um bom serviço prestado ao cidadão.

Um segundo caso, que parece não justificar notícia, encontramos na página 5 do mesmo dia, do referido jornal. Abordando a questão do escoamento do tráfego automóvel, titula que Maputo e Matola buscam alternativas. Através da local, ficamos a saber que Técnicos do Departamento Nacional de Trânsito, Administração Nacional de Estradas, Instituto Nacional de Transportes Terrestres e das direcções dos transportes de Maputo e Matola estão a trabalhar na identificação de vias alternativas para o escoamento do tráfego nos dois municípios. E mais: Sobre esta nova iniciativa, o comandante nacional da Polícia de Trânsito, Francisco Chabane, disse que a mesma não vai interferir nos demais projectos desenhados para médio e longo prazo com o objectivo de aliviar o trânsito urbano. Segundo ele, a ideia é resolver um problema de momento e que se vai afigurando insustentável. Segundo a mesma fonte de informação, “A medida em estudo passa pelo alargamento do trânsito condicionado entre Maputo e Matola para as horas de ponta, introduzindo uma terceira faixa em zonas que neste momento não estão abrangidas mas que denotam engarrafamento. A circulação condicionada passará a ser de manhã e à tarde, tudo com vista a acelerar a fluidez na circulação. Também estamos a equacionar faixas exclusivas para os transportes públicos de passageiros, neste caso “chapas” e autocarros. O que se pretende de imediato é encontrar estratégias para aliviar a crónica situação de congestionamento”, explicou Chavane em entrevista concedida ao |”Notícias”. Naturalmente, na perspectiva do trabalhador, todas as medidas serão boas e úteis. Desde que passe a chegar a casa mais cedo e a sair mais tarde. Sem dúvida, precisamos que tragam soluções em vez de problemas.

Luís David 

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