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Não me deixo levar pelas dificuldades

Por admin

No dia-a-dia conhecemos diferentes pessoas que por algum motivo despertam a nossa atenção. Sandra Machatine é uma delas. Partilhou com o domingo a sua estória de vida e mostrou que

 apesar dos limites físicos e obstáculos no dia-a-dia não parou de alimentar os sonhos que carrega dentro de si. 

 

Sandra Machatine de 43 anos de idade é um exemplo de coragem e persistência que caracteriza a mulher moçambicana. Mãe de dois filhos, contraiu a deficiência física ainda pequena, aos três anos de idade, após ter sido afectada pela poliomielite, ou seja, paralisia infantil causada pelo vírus da pólio. Este facto condicionou a sua vida, pois o seu desenvolvimento físico ficou comprometido, e nada podia fazer sem o apoio da família. Recorda que para se deslocar tinha que contar com apoio dos familiares próximos.

Quando atingiu a idade escolar passou por sérias dificuldades.Para ir à escola tinha que contar com o apoio da sua mãe ou seu irmão mais velho que a carregavam, pois naquela altura não tinha possibilidade de comprar um carinho de rodas, contou.

Esta dependência fez com que ela interrompesse os estudos, isto em 1988, na oitava classe, quando foi transferida para o curso nocturno. Sem poder frequentar a escola, Machatine não teve outra alternativa senão permanecer em casa apoiando a sua mãe nos trabalhos caseiros.

O seu primeiro filho nasceu há 19 anos, fruto de uma relação com um jovem que, segundo contou, desapareceu após ter descoberto que ela estava grávida.

Quando lhe disse do meu estado, abandonou-me sem dar nenhum motivo, ao que presumi que fosse pela gravidez. Quando meu filho nasceu mandei-o chamar ao que compareceu, mas quatro meses depois voltou a desaparecer, disse.

Face a esta realidade, Machative registou o filho usando com o seu apelido.Conta que apesar de não estar distante, o pai do menor nunca procurou alguma aproximação física com o menor senão através de contacto telefónico. Sempre que o meu filho manifestasse vontade de o conhecer ele se distanciava, contou Machatine.

Sem qualquer apoio do pai do menor para o sustento do filho, revelou que é ela quem custeia as despesas dos seus dois filhos, com apoio de familiares, uma vez que o pai do seu segundo filho, neste caso, faleceu um ano após o nascimento da criança.

Actualmente a nossa entrevistada faz parte de uma associação de pessoas portadoras de deficiência física e admite ter hoje uma tarefa fundamental que é incentivar as outras mulheres a gostarem mais de si e lutarem pelos seus objectivos de vida.

Apesar de tudo que encaro na vida, não me deixo levar pelas dificuldades e procuro olhar mais para mim, gosto de me arrumar e dou muito aberta e alegre porque

 

Conviver

com outras realidades

 

Após ter feito parte da Associação dos Deficientes de Moçambique (ADEMO)em 2004, actualmente, Machatine é coordenadora da Associação Moçambicana de Mulheres Deficientes, uma Associação composta por 30 mulheres        que desenvolvem diferentes actividades de corte e costura, croché e bordados. Conta que um dos seus sonhos é trocar experiência com diferentes associações de deficientes ao nível internacional.

Espero realizar um dia o sonho que tenho de visitar e interagir com diferentes associações fora do país, em particular a Associação de deficientes no Brasil. Acompanhei trabalhos desenvolvidos por uma associação de deficientes daquele país e achei muito interessante a forma com que eles trabalham, revelou.

Como coordenadora da Associação Moçambicana Portadoras de Deficiência Machatine reconheceu que a sua presença no seio daquele grupo de mulheres constitui fonte de energia e inspiração das colegas.

Disse ainda que a produção da associação muitas vezes é vendida nas exposições que tem participado. Segundo ela neste momento, a dificuldade que Associação tem encarado é o espaço para desenvolver as suas actividades, pois neste momento encontram-se num espaço disponilizado por uma confissão religiosa.

 

 Entretanto, de acordo com a Lei da Família, neste caso a lei número 10/2004 de 25 de Agosto, sempre que se for registar um menor somente com a menção do nome da mãe, a conservatória de Registo procede ao encaminhamento da certidão de registo ao tribunal de menores afim se proceder a averiguação oficiosa da identidade do pai. Neste processo o tribunal ouve a mãe acerca da paternidade que atribui.

Por sua vez, o pretenso pai é também ouvido. Caso este último confirme a paternidade é procedido a perfilhação e remetida a certidão a conservatória.

Porém quando o suposto pai se recusa a confirmação, a lei preconiza que o tribunal deve ordenar a realização de exames para apurar a paternidade. Caso o tribunal conclua, através de provas seguras a paternidade, o processo é remetido ao Ministério Público afim de se iniciar uma acção de investigação no sentido de o pretenso pai assumir a paternidade.

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