Início » Município vai adquirir novo camião para transportar cadáveres

Município vai adquirir novo camião para transportar cadáveres

Por admin

. A decisão é anunciada após denúncia dodomingosobre transladação de corpos em condições desumanas

 

O Conselho Municipal de Maputo vai comprar, muito em breve, novo camião para o transporte de corpos não reclamados nos hospitais de Maputo e Matola. Fonte da edilidade garantiu que o meio de transporte é uma prioridade do município e o processo de sua aquisição está a decorrer.

 

Florentino Geraldes Ferreira, Vereador do Pelouro de Salubridade e Cemitérios, garantiu ao nosso jornal que está tudo orçamentado para este fim, estando em curso a finalização de aspectos burocrático- financeiros.

Com aquisição da viatura, que terá capacidade entre quatro e seis toneladas, O Município de Maputo deixará de transportar cadáveres em camiões normalmente usados para recolha de lixo.

Reagindo à reportagem publicada por domingo na edição passada, Florentino Geraldes Ferreira, disse que o Conselho Municipal de Maputo tem o maior respeito pelos mortos, tanto os que ficam no hospital abandonados, como são encaminhados aos funerais familares.

“Mesmo os que vão à vala comum devem ser tratados com maior dignidade”,disse, assegurando que tudo está a ser feito para os corpos sejam transladados com maior dignidade.

 “Nós não confundimos mortos com lixo”, disse, acrescentando que o Conselho Municipal de Maputo durante algum período transportou corpos em Maputo e na Matola recorrendo a viatura velha, com avarias constantes.

“Tínhamos que ter uma alternativa, por isso recorremos ao camião”,ressalvou.

Florentino Geraldes Ferreira disse ainda que está nos planos do Conselho Municipal de Maputo a criação de uma funerária municipal destinada ao apoio de munícipes que não tem condições sócio-económicas para realização de funerais numa agência normal. 

Temos muita pressão das morgues. E nós temos que assegurar funerais condignos, salientou. 

Esclareceu que o município não recolhe apenas cadáveres não reclamados. Também temos peças anatómicas dos hospitais. Estou a falar de corpos amputados. As placentas e os nados mortos também vão à vala comum.

Falando deste caso concreto, Florentino Ferreira disse que na terceira fase de construção do novo Cemitério de Michafutene está prevista a aquisição de um crematório que poderá servir para peças anatómicas, o que aliviaria a pressão sobre a vala comum.

Disse , entretanto, que a aquisição de um crematório esbarra com custo elevado, que ronda cinco milhões de dólares.

PRESSÃO DAS MORGUES

Dominga Pinto Romão, directora adjunta dos Cemitérios Municipais, disse ao domingo que não é fácil gerir a situação de transporte de corpos à vala comum dada a pressão exercida pelas morgues.

Nóssó usávamos o camião (de lixo) em casos extremos.  Os hospitais têm capacidade limitada para conservar corpos abandonados. Não podemos deixar os hospitais pressionados. Mas também temos que transportar o ser humano de forma condigna, salientou.

Esclareceu que o carro mais apropriado para recolha de corpos está mesmo velho. Às vezes pára com corpos na rua. Nos já nem vamos a matola. Foi o que nos obrigou a usar o camião de lixo na passada segunda-feira, apontou.

Explicou que o município optou por aquela alternativa porque estava a sofrer pressão dos hospitais para retirar corpos.  Mesmo agora ligam-nos todos os dias

Estávamos a usar camião no contexto da emergência. Segunda-feira passada todas as morgues reclamaram e estão sobre enorme pressão neste momento, disse ainda a nossa interlocutora.

Horácio Facitela Romão, administrador do Cemitério da Lhanguene, garantiu que todos luta para que os corpos sejam tratados com dignidade. “Vivas como mortas”, rematou. 

Você pode também gostar de:

Propriedade da Sociedade do Notícias, SA

Direcção, Redacção e Oficinas Rua Joe Slovo, 55 • C. Postal 327

Capa da semana