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Militares roubam no quartel

Por admin

Texto de Abibo Selemane e Fotos de Jerónimo Muianga

Um duo de militares está encarcerado na 9ª Esquadra da Polícia da República de Moçambique (PRM), acusado de roubar equipamento militar no Regimento de Blindados na Matola-Gare, província do Maputo.

Os militares estão afectos àquela unidade militar e terão se aproveitado do facto de dominarem a área para roubarem três minas anti-tanque, cuja finalidade ainda se desconhece.

A mina anti-tanque é uma mina terrestre desenhada para ser menos sensível. Tem uma carga explosiva capaz de destruir um veículo blindado, uma vez ser maior que os engenhos anti-pessoais.

Falando para a Reportagem do domingo,  os acusados, que tem entre 8 a 9 anos na vida militar activa, negam ter cometido o crime, alegando que no dia em que desapareceram os engenhos, estavam fora de serviço.

Mesmo assim, afirmam que se sentiram obrigados a assumir a culpa perante as autoridades do Regimento para que o caso não fosse longe.

“Fomos chamados e perguntaram-nos se tínhamos levado as minas anti-tanque. Respondemos que nem sabíamos da sua existência. No dia seguinte os indivíduos que tinham levado devolveram e foram deixar no local sem o conhecimento de ninguém. Mesmo assim fomos levados para as celas do Regimento. Dias depois aconselharam-nos a aceitar a culpa para o caso não ir longe. Para o nosso espanto é que depois de termos aceite fomos transferidos para a 9ª esquadra da PRM. Daqui não sabemos o que vai ser de nós”, referiu Leonardo Augusto.

Durante a semana finda, a PRM na província do Maputo teve trabalho aturado visando neutralizar diferentes grupos de meliantes. Em alguns casos teve sucesso, ao deter várias quadrilhas nas celas da 1ª, 5ª e 9ª esquadras da Matola.

Foram detidos três grupos constituídos por dois, três e quatro indivíduos cada, que são acusados de praticar vários actos criminosos como assalto à mão armada em residências, furto e roubo de material doméstico.

No bairro da Machava, está presa uma quadrilha composta por quatro indivíduos que se dedicava a assalto à mão armada nas residências.

O grupo foi surpreendido pela polícia, na noite do dia 23 do mês corrente, quando estava a assaltar a residência dum comerciante, no bairro da Machava. Na altura, a acção era protagonizada por seis gatunos. Destes, dois fugiram, tendo sido capturados quatro que estão nas mãos da PRM.

Os mesmos estavam munidos de uma arma de fogo do tipo AKM com carregador contendo nove munições, uniforme militar, assim como fardamento de uma empresa de segurança privada.

Aliás, os quatro que foram apanhados, um foi Polícia da Casa Militar, dois foram seguranças e outro era motorista da carrinha que os transportava.    

Naquela residência, apoderaram-se de um valor monetário de cerca de 390 mil meticais e mil e 800 dólares. A quantia está em poder dos meliantes que se encontram fugitivos. Para atrapalhar a acção da Polícia, a quadrilha transportava-se numa viatura com chapa de matrícula falsificada.

Falando à Reportagem do domingo, todos com cara de arrependidos, uma vez que são chefes de famílias e que até ao momento não sabem por quanto tempo poderão ficar encarcerados, confessaram ter protagonizado o assalto naquela residência e que supostamente aquela era a sua primeira acção criminal.

Victor Neves, um dos meliantes, disse que a arma que usaram durante o assalto foi lhe entregue pelo seu tio que vive na província de Gaza para vendê-la. As munições eram de Tawia Fred que adquiriu quando estava a cumprir o Serviço Militar Obrigatório, nos anos 2006-2008.  

Ainda na Matola, estão detidos na 1ª esquadra três indivíduos, indiciados de tentativa de furto numa fábrica de colchões, situadanas imediações da Estrada Nacional Número 4, no bairro do Fomento.

Os acusados referem que estavam naquele estabelecimento a mando de alguém conhecido por Gonçalves que os orientou para transportar da fábrica. Dados em nosso poder dão conta de que aquela não foi a primeira vez que um grupo de malfeitores entra na fábrica e leva mercadoria sem pagar.

O facto levou a gerência a comunicar as autoridades policiais para estarem de alerta porque a qualquer momento um grupo de bandidos podia chegar.

Aliás, segundo os acusados, antes de estes se deslocarem àquela fábrica, Gonçalves tinha falado com a secretária informado que uma equipa ia para lá levar a mercadoria.

“Quando chegamos à fábrica, a secretária perguntou-nos se éramos nós que tínhamos sido mandados buscar colchões. Dentro da fábrica, os trabalhadores ajudaram-nos a carregar a mercadoria, sem sabermos que estávamos na mira da polícia”, disse Paulo Filomena, um dos acusados. 

Passado um tempo, a polícia foi comunicada e imediatamente se fez ao local onde encontrou o grupo a carregar os colchões.

Actualmente, os três indivíduos encontram-se encarcerados na 1ª esquadra e o camião que transportava a mercadoria foi parqueado.

37 MIL LITROS DE COMBUSTÍVEL

A Polícia da República de Moçambique neutralizou na passada segunda-feira, 23 de Março corrente, um camião que transportava cerca de 37 mil litros de combustível no Porto da Matola. Para aldrabar os vigias em serviço, o malfeitor trazia consigo documentos que foram usados por um outro comprador no dia anterior.

Apercebendo-se do caso, mandaram parquear o camião, mediante esta acção, eis que apareceu David Massingue, supervisor de carga, que uma vez confrontado com o sucedido, reconheceu que tinha havido uma falha no processamento dos documentos.

Neste momento, David Massingue encontra-se detido e o camião parqueado na esquadra do Porto da Matola.

CAMIÃO ABANDONADO

A PRM encontrou, há dias, um camiãoabandonado nas matas do distrito de Namaacha, Província de Maputo. Trata-se de um veículo cujo motorista e ajudante foram mortos no passado dia 13 do mês corrente na vila da Manhiça.

Segundo dados fornecidos pela PRM, o camião saiu da cidade de Maputo carregado de 600 sacos de farinha de trigo para a província de Inhambane. Pelo caminho, ainda na cidade de Maputo, o motorista finado deu boleia a algumas pessoas, das quais três eram bandidos.

Segundo relatos da PRM, quando chegaram a Bobole, os três bandidos pediram para comprar comida. Poucos minutos depois retomaram a viagem e mais tarde anunciaram o assalto, tendo de seguida amarrado todos os ocupantes. Levaram os passageiros para fora do carro. De seguida mataram o motorista e o seu ajudante.

“Quando o camião estava a entrar na Manhiça, este já era seguido por um outro de cor vermelha,  sem plataforma. Depois de assassinarem os ocupantes trocaram as cabeças e foram-se embora. Portanto, já encontramos o camião em Namaacha. Para além de terem levado a carga roubaram ainda seis pneus daquele camião”, disse Emídio Mabunda, porta-voz da PRM na província do Maputo.

Ainda no rol das suas intervenções, a PRM neutralizou, recentemente, na fronteira de Ressano Garcia, Moamba, um camião carregado de sete toneladas de alumínio, bronze e cobre.

O mesmo estava nas mãos de quatro indivíduos, sendo três malawianos e um moçambicano, natural de Milange, província da Zambézia. O camião passava no país vindo do Malawi, com destino para África do Sul.

A sua neutralização foi graças à denúncia feita pela polícia malawiana que informou a sua congénere moçambicana que tinha saído daquele país um camião com tais características.

POLÍCIA ATRÁS DOS BANDIDOS

O porta-voz da PRM no Comando da Província de Maputo, Emídio Mabunda, disse que a corporação está a trabalhar no sentido de conseguir localizar todos os meliantes fugitivos, para além de recuperar todos os bens que se encontram em seu poder.

Falando sobre os dois bandidos que se escaparam da Policia durante o assalto a uma residência na Machava, disse que há algumas indicações e brevemente estes serão encontrados.

“Esses dois conseguiram fugir com o dinheiro, não sabemos onde é que estão, mas temos informações para poder apanhá-los. Estamos a fazer trabalho e de certeza que serão detidos e responsabilizados. E ainda estamos a trabalhar para encontrar os indivíduos que coordenavam os furtos na fábrica de colchões na Matola”, disse Mabunda.

Texto de Abibo Selemane

habsulei@gmail.com

Fotos de Jerónimo Muianga

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