A lixeira de Hulene, a maior da cidade de Maputo e do país, encerra próximo ano, de acordo com projecções feitas pelo Conselho Municipal de Maputo e pelo Fundo do Ambiente (FUNAB). Júlio Parruque, técnico do FUNAB, revelou que já foi rubricado, em Maio último, um memorando de entendimento entre o Governo moçambicano e os sul-coreanos para o financiamento do projecto de construção de aterro sanitário para municípios de Maputo e Matola.
Desse memorando, a Coreia do Sul prometeu disponibilizar cerca de 60 milhões de dólares para construção do aterro, prevendo-se que até princípios de 2014 seja rubricado o acordo de financiamento.
As autoridades municipais de Maputo e Matola dispõem de DUAT e planta topográfica para as obras, numa área de100 hectares. “O espaço já está livre. Este ano, em princípio, inicia a vedação do terreno”, disse Júlio Parruque, enfatizando tratar-se de um projecto prioritário para o Governo.
Domingos Chivango, director adjunto de salubridade, na cidade de Maputo, reiterou que já há dinheiro para construção de aterro sanitário, faltando, entretanto, alguns aspectos técnicos para se efectivar a transferência para Matlhemele.
“A saída da lixeira de Hulene depende da existência de aterro sanitário. Antes disso, devemos depositar lixo para não criar problemas para a população, usando máquinas compactadoras para melhor gestão da lixeira em aproveitamento”, disse Chivango.
ATERROS SANITÁRIOS
EM TODAS CAPITAIS PROVINCIAIS
O Governo moçambicano aposta na construção de aterros sanitários em todas as capitais provinciais do país, com o objectivo de assegurar que os resíduos sólidos sejam depositados de forma sustentável.
Falando numa reunião sobre o processo de encerramento da lixeira de Hulene, na cidade de Maputo, Júlio Parruque, do Fundo do Ambiente, disse, contudo, que a construção destes equipamentos tem custos elevados, devendo obedecer a certo gradualismo.
POPULAÇÃO CANSADA
O processo de encerramento da Lixeira de Hulene, na cidade de Maputo, está em “banho-maria” há dez anos e arrasta, sem paralelo, o sofrimento da população circunvizinha.
Doenças respiratórias e cólera abundam no Hulene e nas cercanias da lixeira. Exército de moscas e mosquitos invade bairros inteiros. E o fumo espalha-se por ali em função da queima indiscriminada de resíduos.
A população já reclama. “Compactar lixo não é atear fogo”, disse um cidadão residente no Hulene, apelando ao rápido encerramento da lixeira.