Os investimentos nas infra-estruturas públicas, tais como estradas, energia e sistemas de abastecimento de água, ao nível da província de Maputo, estão a alavancar o desenvolvimento das
comunidades desta parcela do país.
O Ministro das Obras Públicas e Habitação, Cadmiel Muthemba, visitou, há dias, diversos locais da província e interagiu com as comunidades locais, no quadro do acompanhamento do grau de implementação do Plano Quinquenal do seu sector.
Muthemba concluiu, no fim da sua visita, que estão realmente a ser criadas condições básicas para as populações terem uma qualidade melhor de vida, facto que, no seu entender, tem uma relação directa com as infra-estruturas que estão a ser construídas no seio das comunidades, desde estradas até aos sistemas de fornecimento de água.
A título de exemplo, no bairro de Ndlavela, no Município da Matola, com um universo de 60 mil habitantes, verificou-se uma melhoria significativa no abastecimento de água, facto que tem contribuído para a diminuição do sofrimento na procura daquele líquido por parte da população residente.
Neste âmbito, da extensão do abastecimento de água para as zonas periurbanas de Maputo, que está integrado no Plano Quinquenal do sector das Obras Públicas e Habitação, o Governo moçambicano investiu, até agora, mais de 28 milhões de meticais para a instalação de sistemas nos bairros de São Dâmaso e Ndlavela.
Para além da construção de pequenos sistemas de abastecimento de água, o executivo moçambicano procedeu ainda à reabilitação de fontanários públicos.
Com a implementação do projecto “MWSP”, o sector das Obras Públicas conseguiu aumentar a área de cobertura, através da construção de cinco novos centros distribuidores de água, designadamente na Ka Tembe, Boane, Belo Horizonte, Matola-Rio e Tsalala.
A construção daqueles centros distribuidores surgiu simultaneamente com o trabalho da ampliação da Estação de Tratamento de Água (ETA) de Umbelúzi, no distrito de Boane, onde foi fixado um sistema com uma capacidade que permite a bombagem de mais de quatro mil metros cúbicos de água por hora.
De acordo com Micaela Barros, do Fundo de Investimento e Património do Abastecimento de Água (FIPAG), foi desenvolvido um programa de obras complementares para fazer face a um conjunto de construções que não tinham sido implementadas por exiguidade de recursos financeiros.
Através de fundos do Governo moçambicano e a Agência Francesa de Desenvolvimento, num montante global de 40 milhões de Euros, o sector de Obras Públicas contemplou trabalhos de reabilitação das infra-estruturas da ETA, da rede de distribuição dos bairros Alto Maé e Maxaquene, a instalação de uma conduta do “Chamanculo” para “George Dimtrov”, como medidas de reforço de fornecimento para estas zonas residenciais da cidade de Maputo.
Neste projecto de expansão prevê-se ainda a reabilitação de 400 quilómetros da rede, que consistirá na substituição de válvulas e outros acessórios, bem como o estabelecimento de 35 mil novas ligações domiciliárias.
O plano, que está a ser implementado pelo FIPAG, compreende ainda a reabilitação dos Centros Distribuidores da Matola, Chamanculo e do Alto Maé, estes dois últimos no Município de Maputo, e inclui a instalação de uma nova conduta a partir do Umbelúzi para a sede do distrito de Boane e para Mafuiane, para reforçar o abastecimento de água para aquelas regiões da província de Maputo, que têm vindo a registar um crescimento demográfico.
Tal como explicou Micaela Barros, os trabalhos de expansão e de reforço da capacidade de abastecimento de água que estão a ser implementados têm a sua conclusão prevista para o final do primeiro semestre do próximo ano.
No início do próximo ano deverão arrancar as obras de construção de um novo centro distribuidor que ficará localizado em Intaka, na Matola, devendo o mesmo assegurar o abastecimento de água para o Zimpeto, na cidade de Maputo.
PEQUENOS SISTEMAS
A Direcção Nacional de Águas e o FIPAG estão a desenvolver um projecto de abertura de furos de água em alguns assentamentos populacionais das zonas periurbanas da Matola.
Numa primeira fase deverão ser abertos 13 furos para alimentar 11 pequenos sistemas de abastecimento de água, devendo cada um ser equipado com 4 depósitos de 10 mil litros cada.
Os sistemas compreendem ligações com fontanários e contemplarão uma rede para ligações domiciliárias, devendo cada um servir em média 600 consumidores.
Na segunda fase, cujo término deverá ocorrer em meados de Novembro próximo, serão desenvolvidos pequenos sistemas, através da construção de torres para os tanques, das infra-estruturas para a protecção do equipamento electromecânico, bem como a instalação da rede para as ligações domiciliárias.
Com efeito, no Bairro de Ndlavela foram instalados três pequenos sistemas, dois no Bairro 1º de Maio, um no “Quilómetro 15” e outro em São Dâmaso. No Município de Maputo, espera-se instalar três pequenos sistemas, sendo um no bairro de Zimpeto, outro em Magoanine-C e o terceiro em Magoanine-A.
No que diz respeito ao distrito de Marracuene, espera-se construir um pequeno sistema no Bairro Guava, assim como na zona da antiga fábrica de tecidos “Riopele”.
Com estas acções, o sector das Obras Públicas e Habitação espera servir um universo de 45 mil pessoas numa situação de fornecimento normal, para além de 64 mil consumidores numa situação de emergência.
Depois de instalados os referidos sistemas, o Governo moçambicano espera contratar operadores privados para garantirem a respectiva gestão.
Benjamim Wilson