Uma pesquisa sobre a ocorrência de raiva em Moçambique, apresentada no II Congresso de Medicina Veterinária de Moçambique que decorreu nos dias 21 e 22 do corrente mês em Maputo, indica a existência de fragilidades no seu controlo.
Outros dados avançados na ocasião referem que, até ao momento, a cobertura de vacinação de animais, no âmbito da luta contra a raiva, corresponde somente a dez por cento em todo o território nacional.
Intervindo no referido encontro, Fernando Rodrigues, chefe do Departamento de Saúde Pública dos Serviços de Veterinária Pública (DINAV), destacou a importância de munir a população de conhecimentos sobre protecção das mordeduras, ao mesmo tempo que se mostra fundamental incutir uma postura de alta responsabilidade, no que diz respeito a monitoração, em responsáveis por caninos e felinos, animais susceptíveis àquele mal.
Destaque-se que, entre os temas discutidos no evento, a necessidade de se proceder a uma reflexão sobre os Mecanismos de Licenciamento e Fiscalização da Comercialização de Carne e Pescado no Mercado Nacional prendeu as atenções dos presentes, uma vez que resultados de pesquisas apresentados no Congresso concluem que se tem verificado o consumo de carnes à margem das recomendações dos profissionais de saúde.
Com efeito, José Rodolfo, director da Inspecção Nacional das Actividades Económicas (INAE), sublinhou que todo o processo que envolve o abate para posterior comercialização de animais “deve ser acompanhado por um veterinário para acautelar situações em que tais produtos são transportados e vendidos em condições deploráveis”.
Refira-se que o evento tinha como objectivo proporcionar a troca de informação entre médicos veterinários de vários países, como Brasil e Portugal, e foi organizado pela Ordem dos Veterinários de Moçambique.