Gualhardo Sozinho é revendedor de excedentes agrícolas dos camponeses. Está baseado na sede do posto administrativo de Etatara. Segundo nos contou, iniciou a sua actividade com um
investimento de 50 mil meticais, isso em 2008.
Depois de reembolsar o referido valor na totalidade, submeteu outro pedido ao governo distrital, tendo, dessa vez, recebido 100 mil meticais. Liquidou toda a dívida para, de seguida, solicitar mais um empréstimo de 200 mil meticais.
Consta que depois de gerir o último empréstimo, Sozinho virou um comerciante de sucesso na zona. Quando chegámos, encontrámos no armazém do nosso entrevistado mais de 60 toneladas de milho. Disseram-nos que outras tantas toneladas se encontravam nas machambas dos camponeses.
Tal como outros comerciantes que abraçaram o projecto do FDD, iniciou-se no “informal”, vendendo roupa usada e quinquilharias. Hoje, segundo suas palavras, o desafio é garantir segurança alimentar e combater a pobreza.
Gualhardo Sozinho disse à nossa reportagem que com a compra e revenda de cereais, conseguiu adquirir uma viatura de quatro toneladas, com a qual transporta os produtos agrícolas do campo para o armazém. “Com os sete milhões, a minha vida melhorou substancialmente. Sem receio, em relação aos outros cidadãos da zona, posso dizer que sou um homem abençoado, que depende de si mesmo para sobreviver”, congratulou-se Galhardo, para quem as pessoas que levam o dinheiro devem honrar a sua palavra, devolvendo-o dentro dos prazos.
A terminar, a nossa fonte revelou-nos um sonho: construir uma pensão naquele posto administrativo. De recordar que por Etatara passa uma estrada muito movimentada, ligando as províncias da Zambézia e Niassa, através dos distritos de Gúruè e Cuamba. “Neste posto, há problemas sérios de acomodação. Quero apoiar os esforços do Governo, construindo uma estância hoteleira”, rematou.