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Crime à solta no “Luís Cabral”

Por admin

O bairro Luís Cabral, na cidade de Maputo, passa por momento difícil devido ao crime violento que ali se vive. Há relato de mortes e de mulheres violadas, pois os criminosos passeiam a sua classe a bel-prazer. A zona próxima ao rio Mulauze é descrita como a mais perigosa.

“Quando capturamos um malfeitor, na maioria das vezes em flagrante, levamo-lo até à esquadra mais próxima. Todavia, para o nosso espanto, estes criminosos são soltos em poucos dias, de forma estranha. Quando procuramos saber das autoridades competentes o porquê das suas solturas, respondem-nos que foram soltos por falta de matéria e nada podemos fazer, pois a decisão foi deliberada pelas estruturas superiores. Acontece que os mesmos criminosos voltam às ruas, roubam e assassinam”.

Estas foram as palavras do primeiro secretário do Comité de Círculo de Luís Cabral, Fernando Nhaguadala, falando à nossa Reportagem sobre os altos índices de criminalidade que têm vindo a assolar o bairro nos últimos tempos.

Luís Cabral é um extenso e populoso bairro com 83 quarteirões e com 33800 habitantes, de acordo com o recenseamento de 2008, esperando-se que o número tenha aumentado, volvidos seis anos.

De entre vários crimes, os habitantes deste bairro tem vindo a reclamar violações sexuais e posteriores assassinatos, facto que semeou medo e terror .

De acordo com João Nhantumbo, representante do secretário do bairro, “no primeiro semestre do corrente ano, vivemos momentos de pânico e terror no bairro. Houve muitos casos de criminalidade. Registamos em sete semanas consecutivas sete violações e consequentemente sete mortes. Estas violações e assassinatos aconteceram num único sítio, na zona de Mulauze, perto da linha férrea. Ninguém está preso em consequência destes crimes, porque as vítimas, depois de violadas, foram mortas ”.

João Nhantumbo disse ao domingo que Mulauze é a zona mais perigosa, com falta de iluminação, o que facilita a ocorrência de crimes. Ademais, habitam nesta zona indivíduos de pouca confiança, que se desconhece a sua proveniência e também não se sabe o que os mesmos fazem no seu quotidiano .

As proximidades da Faculdade de Veterinária da Universidade Eduardo Mondlane e do Cemitério de Lhanguene são apontados como esconderijos dos malfeitores.

FIR EM ACÇÃO

Segundo as estruturas do bairro Luís Cabral, devido aos altos índices de criminalidade, o Comando da Cidade de Maputo destacou para aquela parcela da cidade uma equipa das Forças de Intervenção Rápida (FIR), o que amainou o crime nesta comunidade. Todavia, ainda paira um sentimento de insegurança aos moradores, principalmente a jovens raparigas que estudam no período nocturno e tem como trajecto para as suas residências as zonas mais perigosas do bairro.

“É difícil andar nesta zona, principalmente na zona da linha férrea. Nós que estudamos no curso nocturno enfrentamos muitas dificuldades para retornar a casa, temos que andar em grupo”, disseDulce Cossa, moradora de Luís Cabral.

Ainda de acordo com a nossa interlocutora, o bairro tem vindo, nos últimos tempos, a registar poucos casos de criminalidade desde que a Força de Intervenção Rápida começou a circular nesta zona.

Porém, o medo ainda não foi radicado porque a zona ainda regista casos de assaltos e também porque a FIR não circula toda a noite e não são todos dias que se faz presente, fazendo com que o clima de insegurança ainda permaneça nestes citadinos.

Esta ideia é partilhada por Mena Fernando, moradora do bairro. “A criminalidade diminuiu desde que a FIR começou com o patrulhamento na zona, mas ainda temos medo porque não sabemos quem são os autores das violações e assassinatos. Estes assassinatos devem ser investigados e responsabilizados para podermos ter um sossego”, referiu.

De acordo com José Nhari, secretário do Comité do Círculo do bairro, o facto de não existir uma esquadra faz com que os índices de criminalidade sejam altos.

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