Sociedade

Chuva mata cinco pessoas e desaloja centenas de famílias

As chuvas torrenciais que nos últimos dias caíram na provincial central de Manica, provocaram a morte de cinco pessoas e desalojaram centenas de famílias. Os maiores estragos ocorreram na cidade de Chimoio, onde mais de 222 casas desabaram e 196 famílias ficaram ao relento devido às intempéries.

Ao todo, são mil e 95 pessoas que ficaram sem abrigo, necessitando, neste momento, de ajuda urgente. Na lista das construções afectadas, constam 121 casas totalmente destruídas e 10 parcialmente danificadas. Algumas ruas, principalmente da capital provincial, ficaram temporariamente intransitáveis, estando presentemente em curso obras de reabilitação. As famílias afectadas perderam todos seus bens. 

O chefe do departamento técnico no Instituto Nacional de Gestão de Calamidades (INGC) em Manica, Vernito Gonga, contou que as cinco vítimas mortais registaram-se nos distritos de Gôndola, Guro, Sussundenga e cidade de Chimoio. Em Sussundenga, duas pessoas foram arrastadas pelas águas quando tentavam atravessar o rio. Já em Gôndola, um menor encontrou a morte quando se  encontrava a brincar com os amigos no leito do rio, enquanto na cidade de Chimoio, bairro 25 de Junho, uma casa desabou e as paredes e o tecto atingiram uma pessoa que perdeu a vida instantaneamente.

Estes quatro casos juntam-se a mais um incidente registado em Guro, onde uma menor de 13 anos de idade foi atingida por descarga atmosférica e, na circunstância, duas casas ficaram incendiadas. Ainda na mesma ocasião, o nosso entrevistado referiu que devido às enxurradas que fustigaram a região, algumas bancas fixas foram demolidas. Duas igrejas também foram atingidas pelas águas.

Vernito Gonga disse que na cidade de Chimoio, algumas vias de acesso ficaram intransitáveis, principalmente nos bairros suburbanos. A título de exemplo, a estrada que liga o bairro Nhamatsane-Mercado Curva continua interrompida.

No bairro  5, algumas ruas estão a ser “apagadas” pela erosão provocada pelas chuvas. No bairro 25 de Junho, Chinfura, Mudzingadze e Centro Hípico o cenário é quase idêntico.

As enxurradas fizeram estragos incalculáveis. No centro da cidade de Chimoio as ruas e avenidas estão num estado lastimável. Na terminal dos transportes de passageiros, próximo do mercado Josina Machel, a chuva deixou igualmente destruições.  

Vítimas recebem apoio

Para minimizar o sofrimento da população afectada, o INGC está a levar a cabo acções visando reduzir o impacto das chuvas. Em alguns bairros, aquela instituição distribuiu plásticos, bidões, chapas de zinco, baldes e outros utensílios de modo a que as famílias se reergam do desastre depois de alguns dias de intenso sofrimento.

No total foram distribuídos 108 baldes, 188 bidões, 14 fardos de roupa usada, 104 metros de rolo de plástico e 16 chapas de zinco, beneficiando famílias dos bairros 7 de Setembro, Mudzingadze, Centro Hípico e Tembwe, por sinal, as mais afectadas. Outros apoios continuam a ser canalizados por outras instituições públicas e privadas.

O sector de Saúde, só para citar um exemplo, vai disponibilizar, nos próximos dias, duzentas redes mosquiteiras e produtos para tratamento da água que serão entregues aos afectados, de acordo com Vernito Gango.    

Tambara ligado por terra

Depois de aproximadamente uma semana, o distrito de Tambara, que há dias se encontrava isolado, já se comunica por terra como resto da província. O nível das águas do rio Muira, que condicionava o trânsito, está a baixar, possibilitando a circulação de pessoas e bens para aquele distrito e vice-versa. Tal situação também se regista no rio Mpompue que faz fronteira com o distrito de Caia, em Sofala. Mpumpue aparece igualmente com tendências para melhor.

As viaturas já podem circular sem grandes problemas através da via ali existente. Dum modo geral, as estradas da província continuam em bom estado de para a circulação de veículos, segundo dados fornecidos ao nosso jornal pelo INGC.

O INGC refere que os principais rios da província estão apresentar caudais baixos, com excepção do Zambeze, norte de Tambara, que tende a subir nos últimos dias. Já a sul, no distrito de Sussundenga, o rio Lucite que também tem constituído problema na época chuvosa, mostra níveis aceitáveis.

Texto de Domingos Boaventura

mingoboav@gmail.com

Fotos de Ferhat Momade

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