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Boane: vila municipal em franco crescimento

Por admin

A vila municipal de Boane, situado na província de Maputo, está a registar mudanças significativas. Dentre várias realizações, destaca-se o abastecimento de água 24 horas por dia, a recolha do lixo, a construção do novo mercado e um novo cemitério .

À primeira vista, quem chega a Boane é surpreendido por algumas edificações de dois andares, um dos sinais expressivos das transformações em curso naquela autarquia.

O território municipal abarca 600 quilómetros quadrados, que compreendem 33 bairros, com cerca de 80 mil habitantes. È o maior município do país em termos de extensão territorial.

As construções que despontam são destinados a albergar diferentes serviços, entre comércio e hotelaria, o que faz esquecer a famosa discoteca Ponto Final que em tempos serviu de sala de visitas e local de atracção para os visitantes da vila sede de Boane.

Mas não são apenas as novas construções que dão novo visual àquela autarquia uma vez que foram reabilitadas as ruas principais e construído novo mercado, destacando-se, igualmente, a ampliação em curso das instalações do Concelho Municipal.

A expansão das redes de abastecimento de água potável, de energia, bem como a introdução do sistema de recolha de lixo são outras realizações que satisfazem os residentes daquela autarquia.

A satisfação dos munícipes não termina por aqui, pois há uma revolução no sector do transporte público de passageiros com a introdução de novas rotas que a partir da cidade de Maputo ligam diferentes bairros daquela autarquia, tais como: Massaca, Rádio Marconi, entre outros.

As mudanças incluem igualmente a retirada dos vendedores informais que perfilavam na via principal a partir da passagem de nível até ao desvio para a Praça dos Heróis, o que torna a vila mais alegre e acolhedora.

Não obstante as melhorias acima referidas ainda existem alguns desafios que não deixam sossegados os residentes daquela autarquia destacando-se a reabilitação da via que dá acesso ao cemitério, bem como a expansão de energia e sobretudo de água para alguns bairros, como por exemplo, Massaca, Mabanja e Rádio Marconi.

Ainda constitui preocupação dos residentes, sobretudo os do bairro Mabanja , a incapacidade do centro de saúde local para internamento de doentes que procuram cuidados sanitários no período nocturno.

MUNÍCIPES SATISFEITOS

COM A AUTARCIZAÇÃO

A nossa Reportagem conversou com alguns residentes da vila de Boane que se mostram satisfeitos com as realizações em curso, chegando a afirmar que vão ao encontro das suas expectativas.

Matilde Henriques Paúnde, 39 anos e mãe de dois filhos, considera a elevação de Boane à categoria de município uma mais valia tendo em conta as mudanças em curso e que se reflectem na melhoria das suas condições de vida. “ Valeu a pena o nosso distrito ter se tornado município porque até as ruas foram reabilitadas coisa que não sonhávamos”.

Por sua vez, João Bulafo, 67 anos de idade, diz que a expansão dos transportes para os diferentes bairros da autarquia, bem como a construção do novo cemitério, são os maiores ganhos que se registam desde a elevação da vila ao município.

Entretanto, João Bulafo pede à edilidade para asfaltar a via que dá acesso ao cemitério de modo a melhorar a circulação rodoviária sobretudo no período chuvoso. “Estou satisfeito com as realizações do governo municipal, mas gostaria que colocassem pedra ou alcatrão na via que nos leva a última morada porque nos dias de chuva é difícil passar por ali”, apontou.

Ainora Zefanias Chichone, 54 anos, é de opinião que a retirada dos vendedores de rua para o mercado é uma das grandes realizações do município apesar de nestes dias ser difícil vender os seus produtos.

Contudo, Ainora diz que melhores dias virão uma vez que no interior de mercado sente-se mais segura. “ Na rua vendíamos mais o que não acontece agora porque não há movimento. Não vou regressar à rua, pois aqui me sinto à vontade e sem nenhum risco de ser atropelada”, disse.

Isabel Jaime Machaiei, 44 anos, diz que a introdução do sistema de abastecimento de água na vila é uma das grandes realizações uma vez que no passado recente era difícil obter água potável.

“Já temos água 24 horas por dia graças ao trabalho do Conselho Municipal, o que nos satisfaz uma vez que até ano passado éramos abastecidos por pequenos sistemas de furos”,refere Isabel Jaime, visivelmente satisfeita.

Percina Mabote, 42 anos, e residente no bairro Rádio Marconi, diz que foi muito bom a elevação de Boane ao município, contudo gostaria que a edilidade expandisse o sistema de abastecimento de água ao seu bairro para acabar com longa espera nos poucos sistemas de abastecimento deste líquido precioso.

“A nossa preocupação é não termos mercado, pouca água nos furos e baixa qualidade de energia. Entretanto, estamos satisfeitos porque o município resolveu um dos problemas que era o transporte assim como as vias de acesso ao reabilitar algumas estradas”,disse Percina Mabote,  acrescentando que: “também queremos que haja internamentos no centro de saúde, sobretudo para os doentes que procuram atendimento no período nocturno”.

“MILAGRES” ACONTECEM EM BOANE

O presidente do Concelho Municipal de Boane, Jacinto Loureiro, diz que as realizações em curso naquele município são obras de Deus ou de “milagres” associados à vontade de fazer as coisas acontecerem.

Segundo defendeu não faz sentido que, sendo Boane uma das maiores autarquias do país, receba anualmente como orçamento para investimento cinco milhões de meticais. “De facto o orçamento que recebemos é extremamente exíguo. A título de exemplo, Boane é três vezes superior a Manhiça, entretanto recebe um valor três vezes menor em relação à esta autarquia. Aqui está a grande injustiça”, argumenta.

Acrescentou que apesar da tal injustiça, a edilidade tem se desdobrado na angariação de parceiros tendo em vista a satisfação das preocupações dos munícipes, razão pela qual, num curto espaço de tempo da existência da autarquia, os resultados já estão à vista.

No concernente às novas realizações apontou a recolha de resíduos sólidos,  a construção, de raiz, de um mercado com 400 bancas, o melhoramento do sistema de abastecimento de água, bem como o cemitério com cerca de 4 hectares.

O mercado foi inaugurado a 25 de Abril último e a sua construção levou seis meses, está orçado em 3.5 milhões de meticais. 

 “A recolha do lixo é uma das grandes realizações, hoje temos uma empresa que faz a recolha de resíduos sólidos. A organização do comércio informal, que era uma dor de cabeça, é outro assunto pertinente. Só de barracas o número ascende a mais de 2 mil pessoas, fora os que vendiam no chão que ultrapassam mil e quinhentas pessoas e agora conseguimos organizá-los”, disse Loureiro, sublinhando que neste momento distribui-se água a mais de 15 mil famílias que são novas ligações.

Entretanto, ressalvou que existem bairros como Rádio Marconi que ainda não beneficiam do líquido precioso mas que há esforços para que, a breve trecho, também tenham água.

Não menos importante é a reabilitação das próprias instalações do Concelho Municipal, com a construção de três salas de reuniões, seis gabinetes para igual número de vereações, obras estas orçadas em seis milhões de meticais provenientes do Ministério da Administração Estatal e Função Pública.

Relativamente à expansão territorial, o nosso entrevistado explicou que possui uma vasta terra mas que a questão passa pela sensibilização de pessoas sobre o uso e aproveitamento dos espaços.

 

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