Sociedade

As mãos das deusas

A sabedoria também vem das mãos. Das mãos das Deusas. A busca é esmerada e sensata, pacata e moldada. Das mãos das Deusas a vida corre em direcção ao mundo, tecida de ouro alvo, que lhe cobre os fundos. São relíquias que fabricam e alumiam vidas. São máquinas enrugadas  e tatuadas pelo tempo, que cultuam mentes dormentes e despertam-nas para a beleza dos corpos. São mãos que giram, giram, giram a roda de fiar e operam maravilhas.

As mãos das Deusas desbravam a imaginação e enfeitam a gosto os manequins que dela brotaram: criações divinas, semelhantes a si, de sorrisos cativantes desenhados do marfim que contrasta com a pele negra e destaca a beleza da mulher africana.Com bom gosto, atiçam a íris de olhares alheios e destacam a formosura traçada por pequenos pedaços de capulana de motivos coloridos, enrolados com paciência e talento. São tecidos que identificam um povo multifacetado, o povo moçambicano, a sua cultura e as suas marcas.

É a sabedoria das mulheres de Guava, que tanto dignificam as gentes da província de Maputo, que cobriram o olhar de lince do foto-jornalista Inácio Pereira, e enchem com orgulho este canto d(e)o domingo. 

Texto de Carol Banze

Fotos de Inácio Pereir

 

 

 

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