Amante conquista a família oferecendo roupa e dinheiro

– Vovó Gilda Mabunda, residente em Magude

Lar doce lar.  Mantê-lo um ninho de amor, de paz e alegria nem sempre é tarefa fácil. Como sói dizer-se, cá pelas nossas bandas, a ukati dza katinga ‘o lar não é pera doce’. As nossas avós, mães que o digam. Aliás, uma das vovós entrevistadas pelo domingo chegou a narrar que, antigamente, levavam porrada e chegavam a passar fome. Tudo em nome da honra e dos bons costumes. Abrir a boca para refutar alguma atitude do marido, nem pensar. Mesmo quando a mulher era traída, quando o marido andava fora de casa, de mãos dadas com outras mulheres, as amantes.

E essas sanguessugas, caso caíssem no regalo dos ‘violadores de cerca’ – os maridos infiéis – não precisavam movimentar uma palha sequer, para conquistar a família do respectivo amante. Era ele quem a pegava, se assim o desejasse, e a introduzia na família, dentro de casa, onde era recebida sem mhakas, isto é, sem problemas.

Mas, nos dias que correm, mudanças ocorrem a olhos vistos: a mentalidade das pessoas mudou, sobretudo na cidade. Dificilmente o homem ousa pescar outra mulher para a sua vida, à revelia da própria esposa.

Mas, uma vez que do outro lado da história, existe uma mulher que age como ‘estraga-viagem’, muitas vezes querendo arrancar o marido da outra, oportuno se mostrou recorrer às ideias da vovó Gilda Mabunda, residente em Magude, como forma de ajudar quem se vê à nora numa relação, ameaçada pela amante do marido.

Ela começa dizendo que “algumas famílias gostam mais da amante do que da nora oficial. Isto acontece porque quem está de fora, faz de tudo para agradar, de forma a conseguir alcançar os seus objectivos: roubar o marido da outra”, observou.

Mas, quais as estratégias usadas? Dá mesmo certo? “Como não dar certo?”, questiona a vovó Gilda ao domingo, para depois afirmar que “as amantes recorrem ao dinheiro para comprar a família. Fazem de tudo: compram roupa, disponibilizam tudo o que podem para serem bem vistas. Chegam até a ir aos curandeiros, para atrapalhar a cabeça do homem. Isto é lamentável, porque se ela estivesse ali, no lugar da dona do marido, talvez seria a pior nora do mundo”. Solução: “dobra os joelhos e roga a Deus para iluminar o teu lar. Seja educada com a família do marido. Não descarregue mágoas, pois estas pessoas, um dia, hão-de saber quem é aquela mulher de verdade e voltarão a dar valor a quem desprezaram quando estavam cegas por causa do dinheiro”, aconselhou a vovó.