O distrito de Nacala, no norte da província de Nampula, terá um aeroporto internacional até Dezembro deste ano. A partir de então, será possível assistir à chegada e partida de aviões de grande porte, de tipo Boeing 747-400, de e para qualquer parte do mundo. As obras arrancaram a 1 de Setembro de 2011 e a execução física anda à volta de 30 por cento, mas há indicações de que o
empreiteiro jura a pés juntos que vai entregar o empreendimento até ao final deste ano.
O projecto de construção do Aeroporto Internacional de Nacala já saiu do papel e do chão. Eleva-se nas alturas e é visível há alguns quilómetros quer para quem vai por terra, como para quem sobrevoa esta cidade. Uma imponente obra que modificou a paisagem da antiga base aérea de Nacala.
Trata-se de um empreendimento estimado em 176 milhões de dólares que compreende um vasto conjunto de infra-estruturas aeroportuárias que começam pela estrada de acesso, parque de estacionamento de viaturas, terminal de passageiros e de carga, comando de bombeiros, torre de controlo, pista de aterragem, placa de estacionamento, equipamento de ajuda à navegação, entre outros.
A nossa Reportagem visitou a construção e, pese embora os responsáveis pela execução daquela obra não se mostrassem disponíveis para prestar informações, foi possível observar a obra de construção da estrada de acesso, com cerca de 400 metros, a partir do ponto de intercepção com a estrada que segue em direcção à praia de Fernão Veloso.
De igual modo, decorrem trabalhos de construção do parque de estacionamento de viaturas, mas o que chama a atenção de quem por ali circula é a imponência do terminal de passageiros, cujo desenho faz lembrar um avião visto em perfil frontal, pois o edifício principal possui um tecto ondulado e os dois edifícios adjacentes tem tectos planos.
Aquela infra-estrutura foi projectada para acolher um movimento de chegadas e partidas de 1240 passageiros nos momentos de mais intensos, sendo que no rés-do-chão serão instalados balcões para o check-in, espaços públicos, uma sala de embarque doméstico e outra internacional, sala de desembarque doméstico e internacional, escritórios diversos, inclusive para as companhias aéreas, salas VIP, cafés e lojas.
No primeiro andar está a ser construída uma área comercial, restaurantes e bares e consta que o segundo andar do edifício central serão construídas duas salas de embarque executivas, sendo uma reservada ao embarques e outra para o desembarque. Ainda nesta área haverá uma sala para personalidades, ou seja, sala VIP.
Conforme constatamos no local, a obra está a ser executada tendo como base estruturas metálicas que os projectistas calculam que estão aptas a resistir a ventos fortes de até 200 quilómetros por hora e suportar abalos sísmicos dos mais violentos que podem ocorrer na região de Nacala.
No que se refere à pista, a nossa Reportagem apurou que a mesma terá três mil e cem metros (3.100 km) que será servido por um caminho de circulação de aeronaves e uma placa de estacionamento com comprimento e largura suficiente para acolher dois aviões de grande porte e mais dois aviões de médio porte em simultâneo.
Aliás, a pista de aterragem de Nacala passará a ser a segunda maior pista do país, a seguir à do Aeroporto Internacional de Maputo, que têm três mil e quinhentos e sessenta metros (3.560 km), o que significa que está dimensionada para a aterragem de Boeing 747-400, que são aqueles aviões de dois pisos, com 64,4 metros de envergadura de asas, cerca de 19 metros de altura, com quatro motores Rolls Royce e que podem levar acima de 300 passageiros e voar por mais de 13 mil quilómetros sem escalas.
Consta que este projecto devia ser concluído em Setembro deste ano, mas por razões técnicas diversas, o empreiteiro estendeu o prazo até Dezembro, altura em que vai iniciar o processo de verificação técnica do funcionamento dos equipamentos que ali serão montados, com particular destaque para os da torre de controlo, equipamento de aproximação, comunicações, resposta a emergências, entre outros.
Também será feita a verificação da localização do aeroporto para que possa obter o certificado e assim poder dar início à descolagem e aterragem de aeronaves domésticas e internacionais. Consta ainda que os trabalhos actualmente em curso visam erguer a infra-estrutura mínima necessária para pôr o aeroporto a funcionar e que este poderá crescer em função das necessidades. Aliás, a área reservada para este aeroporto é de cerca de 2400 hectares.
Porque Nacala está a viver um momento de grande movimento empresarial e de avultados investimentos, a empresa construtora daquele aeroporto reservou cerca de 1000 metros da antiga pista para a aterragem de avionetas que levam executivos de e para Nacala. Informações colhidas no local indicam que há pelo menos três voos por dia.
