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A Nação conta sempre com a mulher

Por admin

A importância da mulher na formação do indivíduo é incontestável. É ela que educa, repassando os valores que norteiam o ser humano desde os primeiros momentos de vida até atingir a idade adulta. Aliás, essa tarefa foi realçada e ressoada no último congresso da OMM, realizado na Matola de 10 a 13 do corrente mês, pelo Presidente da República Filipe Jacinto Nyusi, na qualidade de Presidente da Frelimo, ao reiterar que “contamos sempre com a mulher moçambicana em várias esferas da vida”.

Trata-se de uma atribuição também reconhecida na altura da luta armada de libertação de Moçambique. Com base nesta realidade, domingo conversou com algumas participantes ao 4º Congresso da OMM. O objectivo era perceber até que ponto a mulher, de quem se espera harmonia, moralidade e paz vem intervindo no seio meio, numa altura em que se vislumbram desencaminhamentos que retiram o sossego dos cidadãos. Afinal, a ocasião servira, igualmente, para discutir o que está a falhar e encontrar soluções para os problemas que mancham a sociedade moçambicana.

Lúcia Madeira, delegada da OMM da Zambézia apontou, primeiramente, para a pobreza como um dos factores que concorrem para os desvios de conduta. “A pobreza leva a que as pessoas se matem, se vendam, como é o caso do negócio dos albinos”. Facto preocupante, mereceu debate no Congresso da OMM, conforme disse esta delegada. Foram estes e outros assuntos: “falou-se também dos casamentos prematuros, da prostituição. Criticamos as famílias que deixam que isto aconteça e nalguns casos promovem estas situações.

Mas, uma vez que os delitos têm várias orientações: “existem também as violações sexuais encobertas inclusive pelas famílias”, Lúcia Madeira avançou a decisão renovadade aplicar ou fazer valer a lei.“Estes indivíduos devem ser sancionados na medida certa, tal como acontece em outros países”.  

De facto, conforme se tem notado, são vários os crimes que ocorrem em diferentes lugares. “Acompanhei na minha localidade o caso de um indivíduo que matou a própria mãe por ter desconfiado que a morte do seu filho se devesse ao feitiço enviado por sua progenitora”, contou Lúcia Madeira.

 A impunidade é também um problema a ter em conta: “O caso não foi denunciado às autoridades competentes, consequentemente, o jovem não pagou pelo que fez, facto que reforça a necessidade de se verificar o que está a falhar e o que deve ser feito para acabar com estes males”.

De qualquer forma é preciso não descurar que a educação começa em casa, no seio da família. Ela (a família) é que molda o indivíduo, para que tenha uma conduta aceitável. Estas são palavras de Beatriz Manjama, professora e Presidente da Organização Nacional dos Professores em Sofala, que referiu ainda que no congresso ficou marcada a necessidade de se recuperar ou reforçar o papel da mulher como educadora primeira. “ É ela que garante a educação e a consolidação dos valores morais e culturais; ensina a respeitar a vida. Veja-se que hoje em dia não se respeita mais a vida”.

No entanto, prosseguiu, onde se verificam violações, “é preciso aplicar a lei”, mas acima de tudo, fortaleceu Beatriz Manjama, “a mulher deve parar de encobrir os males que acontecem debaixo do seu nariz, denunciando o que não vai bem, mesmo se tratando de algo perpetrado pelo seu companheiro. Aliás, neste fórum (4º Congresso) acordamos a necessidade de nos tornamos mais práticas e incisivas na assumpção das nossas responsabilidades”. Manjama chamou igualmente a atenção para “um grande vilão” que contribui para o desencaminhamento de um grupo especial: os jovens. Trata-se do desenvolvimento tecnológico. 

Hoje em dia eles buscam, por via das tecnologias de informação e comunicação, formas de vida alheias que ferem a nossa essência. A educação tradicional perdeu espaço, devido à dinâmica do momento”. Por este motivo, “urge modificarmos os conceitos que atropelam a nossa natureza. A mulher tem esse dever, de lutar para que a nossa sociedade seja melhor, de recuperar os valores morais e culturais”, rematou.

Afinal, à figura da mulher associam-se características tais como “ figura forte, batalhadora”, palavras de Elsa de Paula Soares, técnica superior de Ciências Documentais, participante ao 4º Congresso da OMM. Para Elsa de Paula, alinhando com os desideratos já avançados, a mulher deve “assumir e fortificar o papel de zeladora da família, ao mesmo tempo que desenvolve o seu lado profissional nas suas ocupações laborais”.Até porque são tarefas que ela tira de letra, sendo que “é possível equilibrar os dois interesses”, considerou.

Entretanto, nesta altura em que a humanidade conhece mudanças a vários  níveis e, por conta disso segundo disse, os jovens dão um passo maior que a perna,“muitas vezes atropelando os nossos valores familiares e/ou culturais e trilhando pelo caminho do mal, há que remar contra a maré, fazendo um controlo, mas com alguma democracia”. É que, conforme defendeu, “sem democracia não se alcança a paz. É preciso abrir espaço para a comunicação, deve haver muita conversa entre pais e filhos”. Mas, mais do que isso,“as mulheres devem posicionar-se como fiscalizadoras, para evitar que crimes e abusos aconteçam no seio das famílias e se estendam para outros âmbitos. Há que criar uma sociedade melhor”, sancionou.

Carol Banze
carolbanze@yahoo.com.br

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