Texto de Benjamim Wilson
A proliferação de barracas, sobretudo nas extremidades das vias que estão a beneficiar de obras de reabilitação, localizadas no Distrito Municipal de KaMavota, na cidade de Maputo, está a preocupar o edil da capital, David Simango.
Para reverter o actual cenário as estruturas locais foram chamadas a conterem a onda de edificação de barracas junto das vias, visto que muitas delas não deverão beneficiar de nenhuma compensação quando as obras de ampliação das estradas arrancarem.
Este facto agrava-se ao longo da Avenida Julius Nyerere, no troço entre a zona do “Expresso”, no bairro do Hulene, e a Praça da Juventude, em Magoanine, onde os munícipes sistematicamente têm vindo a erguer estabelecimentos junto daquela via.
Muitas delas construíram as barracas apenas quando se aperceberam da realização das obras de reabilitação da Avenida Cardeal Dom Alexandre e da Rua da Linha. São infra-estruturas que serão demolidas em virtude dos trabalhos que estão a ter lugar naquelas artérias do distrito de KaMavota.
Segundo David Simango, no encontro que orientou com os membros do Conselho Consultivo daquele distrito urbano, a edificação de infra-estruturas junto das vias poderá levar a uma situação em que duas viaturas dificilmente poderão circular, ao mesmo tempo, nos dois sentidos.
O edil de Maputo pediu aos membros daquele órgão distrital para pautarem por uma atitude de vigilância, de modo a evitar que mais barracas sejam construídas junto das vias. Aliás, já foram realizados levantamentos das infra-estruturas que existiam ao longo do período em que decorreram os estudos técnicos com vista à reabilitação das vias.
Outro troço que está a ser tomado pelos munícipes é a segunda fase de reabilitação da Avenida Dom Alexandre. Mais barracas estão a ser erguidas, de forma desordenada, nas extremidades daquela via.
O vereador de Infra-estruturas do Conselho Municipal, Victor Fonseca, disse que muitas daquelas pessoas não deverão receber nenhum tipo de compensação, pois haverá necessidade de demolir as infra-estruturas para dar lugar a realização dos trabalhos de reabilitação daquela via, no troço entre a Avenida Cândido Mondlane e a Praça dos Combatentes, vulgo “xiquelene”.
Fonseca disse que foi realizado, em tempo oportuno, o registo das barracas que existiam ao longo daquela via, mas que ultimamente têm surgido muitas infra-estruturas novas.
Por outro lado, no Distrito Municipal de KaMavota têm surgido reclamações em relação a poluição sonora provocada, em grande parte, pela falta de controlo do horário do fecho das barracas que se dedicam à venda de bebidas alcoólicas.
No informe apresentado pela Polícia Municipal local, soubemos que foram forçadas a encerrar um conjunto de 17 barracas e que sofreram sanções com multa um universo de 70 estabelecimentos, cujo valor colectado ronda os 284.400 meticais.
Em relação ao fecho das barracas, a polícia informou que os consumidores, por volta das 21.00 horas, compram grandes quantidades de bebidas e introduzem no interior das viaturas, para permanecer na via pública a beber, enquanto escutam em tom alto música a partir dos carros.
Ainda em KaMavota, a Polícia da República de Moçambique deu a conhecer que constituem crimes mais frequentes roubos, furtos, arrombamentos de residências e furtos simples.
Refira-se que durante a sua presidência municipal aberta a KaMavota, David Simango visitou as áreas propensas a inundações, onde as casas têm estado a ser demolidas, assim como a zona de Chiango, no bairro do Albazine, onde se procura travar a onda de ocupações desordenadas de terra por parte das pessoas.
Na sexta-feira passada, o edil de Maputo procedeu ao lançamento da 5ª edição do Programa Estratégico para a Redução da Pobreza Urbana (PERPU), cuja cerimónia teve lugar no bairro de Mavalane.