Leite sem açúcar, pão integral com manteiga sem gordura; peixe grelhado ou pedaço de frango preparados com água e sal e xima. Sopas. De variados sabores, principalmente ao jantar. É isto ou é o fim, confessa um cidadão obeso em conversa com o domingo. O excesso de peso trouxe-lhe dissabores: “sofro de tensão alta. A fadiga, por sua vez, não me deixa fazer longas distâncias, fora a diminuição da potência sexual. Ser obeso não ajuda em nada”.
Este é o desabafo de um taxista, que não quis ser identificado, que diariamente se coloca na ‘pista’ de forma lesta e veloz para satisfazer as urgências dos seus clientes. Mas a marcha por si empreendida com os seus próprios pés, essa, deixa muito a desejar. A si e aos outros que combatem o peso desmedido e se debatem por uma vida saudável.
Desta forma chama-se atenção para um problema que passa despercebido aos olhos de alguns indivíduos, mas que constitui um perigo para a vida dos seres vivos. Todos. Fala-se, pois, da obesidade, explica-nos a nutricionista Orlanda Dias, afecta ao Hospital Central de Maputo (HCM), uma doença metabólica, crónica, de causas múltiplas, caracterizada pelo acúmulo de gordura no organismo causado pelo consumo excessivo de calorias na alimentação, superior ao valor usado pelo organismo para a sua manutenção e realização das actividades do dia-a-dia. No nosso país, de acordo com o index mundial de 2014, a taxa de incidência de Obesidade era de 4,9% na população adulta.
Conforme disse, a obesidade acontece quando a ingestão alimentar é maior que o gasto energético correspondente.
E quando consideraríamos que um individuo é obeso?
A resposta vem de pronto: quando o seu índice de massa corporal (IMC) é superior a 30/kg/m2, um valor obtido dividindo-se o peso do individuo pelo quadrado da sua altura. Ou seja: IMC= P(kg)/h (m)2. Esta é a fórmula mais comum de verificar a obesidade.
Nos dias que correm já é considerado um problema de saúde pública, alerta a profissional. Pudera. Pelas ruas da cidade, à semelhança de países como os Estados Unidos da América, Brasil e Portugal, já se notam as marcas do excessivo peso nos indivíduos, uma condição que pode ser enquadrada em três tipos, segundo aclara Orlanda Dias: a Obesidade Andróide, central ou visceral – quando a gordura se acumula na metade superior do corpo, sobretudo no abdómen. Este tipo é mais comum nos homens, quando têm a famosa “curva da felicidade”. O corpo assemelha-se a uma maçã, por isso é também chamada de obesidade tipo maçã. A ele associa-se a ocorrência de doenças cardiovasculares, diabetes do tipo 2, apneia do sono.