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TVM não deve servir de arma de arremesso político no país

Por admin

– PR na gala pelos 35 anos

O presidente da República, Filipe Nyusi, disse quarta-feira passada, em Maputo, que a TVM não deve servir de arma de arremesso político ou ideológico contra o povo, nem lugar privilegiado a partir do qual o país comece a ser despedaçado ou esquartejado, entre outras instruções que o estadista deixou para o canal na sua condição de servidor público.

O estadista falava por ocasião da gala daquele estacão televisiva, pelos 35 anos da sua criação, tendo acrescentado que a necessidade de unidade entre todos os moçambicanos, a defesa de interesses supremos da pátria, muitas vezes não se compadece com um jornalismo potencialmente sensacionalista.

Por isso, segundo Filipe Nyusi,não se deve encorajar a televisão de todos nós a levantar muros político-sociais, mas sim a fazer pontes pelas quais passarão todos os moçambicanos, desfrutando do quanto é belo viver em harmonia, longe dos fantasmas divisionistas.

“A TVM deve ser um canal pelo qual circula o sangue puro dos moçambicanos; a janela de vidro transparente que transmite a certeza dos factos narrados; a porta pela qual entram as denúncias das incorreccoes do nosso desempenho e pela qual saem aqueles cidadãos que confiados a alguns sectores vitais da nossa sociedade desatinam com os interesses supremos da nossa sociedade”.

Disse ainda que não gostaríamos que fosse a partir desta estacão emissora que Moçambique fosse feito um conjunto de quintais incomunicáveis e inexpugnáveis à convivência social, irritados face à necessidade da unidade do nosso povo, assanhados perante a indivisibilidade da nossa pátria.

Falando particularmente aos funcionários e trabalhadores da TVM, disse que aquela instituição, com três décadas e meia de existência, transporta um referencial histórico-cultural, porque detentora do maior acervo de imagens sobre o passado recente e o presente da jovem pátria.

Na vossa condição de maior e mais antiga televisão do país, orgulhai-vos da vossa trajectória e sintam-se encorajados a continuarem a registar essa história. Mas não vivam apenas de memórias das vossas glórias!

Apelou que soubessem que esse é um percurso que agora só vale por pertencer aos anais da história. O vosso desafio é a recriação para voltarem a posicionar-se no mercado, num lugar que, honrosamente, o tempo e os moçambicanos vos reservam. É tempo de levar à população um trabalho televisivo que apresenta cada vez maior qualidade.

A TVM deve compreender e saber inserir-se num contexto da oferta televisiva que mudou bastante e reconfigurou o consumo do conteúdo de televisão na sociedade moçambicana, disse o estadista, para quem são necessárias mudanças e adaptações aos novos tempos. Hoje o consumidor interage com conteúdos, tanto de televisões abertas como pagas, para além de outras plataformas decorrentes dos avanços tecnológicos.

O telespectador determina o seu próprio horário de consumo, de acordo com a sua rotina e a sua necessidade, o que, por exemplo, redefine a noção de horário nobre, ajuntou o Chefe de Estado.

Dito doutra forma, o telespectador dos dias de hoje, já não é mais aquele de há 35 anos que não tinha alternativas e aceitava o produto televisivo de forma passiva. O actual é incapturável, volátil e tem tudo à distância de um clique no controlo remoto. Por isso as reformas são imperiosas e de carácter urgente.

 Numa outra passagem do seu discurso, Filipe Nyusi disse que não podemos encorajar a TVM a privilegiar atitudes de sectores irresponsáveis da nossa sociedade, que apenas se interessam por eles e pelo presente. Aqueles que voluntariamente se demitem da sua responsabilidade face ao futuro de gerações inteiras.

“Não gostaríamos de ver na TVM uma apetência tendenciosa de apologia à violência de toda a espécie, ao ódio contra o próximo, à descriminação dos moçambicanos, quer seja com base nas várias crenças politico-ideológicas, partidárias, quer seja com base na raça, cor da pele, pior ainda se for com base na região e tribo, porque isso fragmenta a nossa sociedade”.

A TVM não deve estar na dianteira nem deve participar na onda de desacreditação do nosso país, não deve ser um tubo de escape de interesses estranhos ao desenvolvimento harmonioso de Moçambique.

A idade da TVM obriga-lhe a não agir de forma emocional face aos acontecimentos que a nossa sociedade fabrica permanentemente, apela-se, por isso, ao maior rigor, profissionalismo e, acima de tudo, responsabilidade, face aos pilares que não devem ser demovidos de forma mesquinha, sobre os quais assenta a nossa Independência, soberania e se desenvolvem as nossas liberdades.

A mais velha televisão do nosso país deve ser a fonte mais fidedigna de informação do nosso país, face aos órgãos da sua estirpe. Donde as pessoas saem com a realidade objectiva dos factos e esperam os competentes desfechos concludentes.

A TVM anunciou na oportunidade novos programas que entende que lhe vão tornar qualitativamente diferente nos próximos dias, para cumprir cabalmente com a sua missão como estacão pública.

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