Enquanto isso, alguns líderes de partidos extra-parlamentares consideram descabidas as reivindicações da Renamo sobretudo nesta fase em que já estão em curso os procedimentos para a
viabilização das eleições autárquicas, como por exemplo, a elaboração do respectivo calendário e cronograma de actividades a serem realizadas antes da data das eleições.
João Massango, secretário-geral do Partido Ecologista diz que apesar das constantes ameaças da Renamo a sua formação política já está a trabalhar arduamente rumo à conquista de alguns assentos nas assembleias municipais, dos municípios da Matola, Maputo, Beira e Cuamba, “até porque desta vez não seremos alvo de rejeição uma vez que já dominamos a legislação”.
Segundo afirmou Massango, com ou sem a Renamo as eleições terão que ser realizadas até porque esta formação política já pautou pelo mesmo procedimento aquando das primeiras eleições autárquicas em 1998.
“Eles deviam ter continuado a bater-se para as suas reivindicações fossem acatadas, não tendo sido recebidas pela maioria não há mais nada a fazer a não ser entrar na corrida e é em qualquer democracia o voto maioritário tem expressão efectiva neste tipo de situações”,disse João Massango.
Por seu turno, Paulino Nicopola, do partido PALMO classificou de extemporânea a reivindicação da Renamo numa altura em que faltam escassos oito meses para a realização das eleições autárquicas.
“As ameaças da Renamo até certo ponto são preocupantes, entretanto, nós já estamos a nos preparar para uma participação condigna até porque temos na manga uma possível coligação com o partido PANADE de modo a conquistarmos alguns assentos nas assembleias municipais”, disse Nicopola sublinhando que os municípios onde irão concorrer serão tornados públicos brevemente.
José Nhamizinga do Partido União Africana para a Salvação do Povo (UASP) considera o comportamento da Renamo um atentado a democracia numa altura em que o país caminha para as quartas eleições autárquicas e quintas eleições gerais.
“O mundo evolui a medida que o tempo vai andando e amarar-se as exigências como as que a Renamo coloca, e nesta altura, é uma perca de tempo. Os partidos políticos já estão a afinar a sua máquina partidária para uma participação condigna”,disse Nhamizinga para quem a perdiz deve mudar de estratégia se pretende manter o estatuto de maior partido de oposição e aspirante ao poder.
