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Reacções ao informe do Chefe do Estado

Por admin

Para conhecer a opinião dos cidadãos sobre o informe do Chefe do Estado feito esta semana no Parlamento, o jornal domingo ouviu alguns destes à escala nacional. Aqui fica em discurso directo os depoimentos:

Foi muito humilde

– Rafael Omar, Jornalista, em Nampula

Do discurso, percebi que o Chefe de Estado foi muito humilde ao reconhecer, logo no início do seu informe, que o Estado da Nação não é bom e dizer que “não estamos satisfeitos com os resultados…”. É isso que a Renamo queria ouvir e não ouviu porque se retirou da sala de sessões. Eu dizia ontem, citando Marinho Guzman, que “saber ouvir é uma virtude”.

Outra coisa que me impressionou foi ouvi-lo a elogiar o trabalho da polícia, numa altura em que esta é contestada por muitos. Pela sua importância, o Presidente repetiu que “não estamos satisfeitos com os nossos resultados, como Nação podíamos alcançar ainda mais”. Mas alertou que este grau de insatisfação deve ser transformado em esforço de todos. Foi bom realçar a questão da inclusão, a necessidade de todos se sentirem com responsabilidade de contribuir para que os resultados sejam satisfatórios.

Foi bom ter passado por cima de assuntos polémicos como o caso EMATUM, mas gostaria que apelasse mais sobre a necessidade de se deixarem os albinos em paz e harmonia, como se quer para qualquer moçambicano deste país.

A palavra do Chefe é soberana e toda a gente ouve e cumpre. É verdade que já se falou muito (e ainda se fala) deste assunto, mas nunca seria demais enfatizá-lo aqui. Rapto de comerciantes, que está a ganhar terreno na capital é um assunto também preocupante. Não me lembro ter ouvido, ou pelo menos, com ênfase.

Foi uma questão humana a medida tomada pelo PR do indulto das penas de prisão para alguns cidadãos nacionais e estrangeiros, pelas razões por si evocadas. Sobre o abandono dos deputados da Renamo da sala de sessões, digo apenas que foi lamentável a atitude. Entendo que se a Renamo soubesse o que o Presidente da República (PR) iria dizer, estaria na sala para ouvir integralmente o informe. Esperava que nesta legislatura as coisas mudassem mas, infelizmente, foi a mesma Renamo de sempre.

 

O país está a desenvolver-se

– Sérgio Siquero, professor em Balama

O PR, no informe anual sobre o Estado da Nação, reconheceu que o país andou muito nos 11 meses de governação, embora haja ainda muito por fazer. Apesar de ter dito que continua aberto ao diálogo com líder da Renamo, o povo continua a viver um clima de insegurança pelo facto de não se saber qual será o passo a seguir em torno das ameaças do mesmo, em continuar a dizer que quer nomear os seus governadores nas províncias onde alega ter ganho as eleições.

Eu estava ansioso em ouvir do Chefe do Estado sobre a situação persistente de falta de carteiras nas escolas, enquanto o país produz e exporta muita madeira. O PR disse também que a segurança alimentar é boa, mas fala-se de bolsas de fome em algumas comunidades de Moçambique…eu penso que a introdução de novas técnicas de produção mecanizada podia mudar a situação. Para terminar pedir mais uma vez que se reforce o dialogo com líder da Renamo.

 

 

Moçambique vive uma estabilidade sustentável

– Newton Joaneth, artista plástico, Tete

Ouvi o discurso e gostei. O PR deu um parecer objectivo sobre aspectos inerentes à vida real da sociedade moçambicana no geral. Insistiu muito na paz, o que na verdade é um nobre desejo que todos ansiamos. O país para mim vive uma estabilidade política sustentável, acredito que muitos projectos surgirão futuramente e dias melhores virão.

 

 

 

Foi um discurso de esperança

– Sérgio Neto Nemba, técnico de desenvolvimento rural, Cuamba

 

O foco da intervenção do PR foi carregado de muita frontalidade, com muito sentido de responsabilização. Enumerou os factores importantes que corporizaram a sua governação em diferentes áreas e reconheceu os ganhos nestas áreas, apesar das adversidades ocorridas. Reconhece e elege os insucessos na sua governação como desafios à transpor. O facto de ainda prevalecer a pobreza é um problema a superar. Aponta as calamidades, a depreciação do metical, pobreza, situação política como maiores problemas que afectam os moçambicanos de momento. Finalmente, o seu lado humano é evidenciado com o uso de expressões como compaixão, dom da vida e o chamamento doutras forças política para conversar e criar estabilidade. Indulta as penas de mil cidadãos em situação de reclusão para junto dos seus familiares festejarem o Natal e fim do ano. Foi um discurso de Estado, responsável, de esperança, incentivo ao trabalho, apesar de reconhecer que ainda não está satisfeito com o desenvolvimento e bem-estar dos moçambicanos.

 

 

Nyusi é homem por acarinhar

– Professor Joaquim Alberto Nota, Tete

Temos Presidente. Temos que acarinha-lo. Não tenho palavras para qualificá-lo, de tanta humildade e transparência. Digo mais: quando chegou à Assembleia da Republica fez-me lembrar o saudoso Samora Machel, parecia que advinhava o que iria dizer ao povo” é assim que se expressou o professor Joaquim Alberto Nota, já à porta da reforma, que trabalha desde 1984 na província de Tete, onde passou por Boroma, Dégue, Nhaodza e capital provincial.

Nota terminou dizendo que o discurso do Chefe de Estado foi uma aula bem planificada, com objectivos educativos bem presentes e não deixou em mãos alheias o seu lado humano ao nos surpreender com a tal alínea i), perdoando alguns compatriotas em conflito com a lei.

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