“Instalei o control parental, mas tempo depois não suportei a pressão que eles faziam. Acabei por ceder um pouco no acesso aos conteúdos na internet”, confessa T. Gemo, pai de três filhos, ao domingo. Até ao momento, garante que tem a situação sob seu controlo. Como? Impôs a remoção dos passwords nos telemóveis dos dois mais velhos e periodicamente acede aos mesmos para a monitoria dos conteúdos.
Sua filha mais velha está com 18 anos e frequenta o nível superior. Ainda assim, não baixa a guarda quando se trata do acesso a conteúdos digitais. Tem consciência de que os cria em tempos difíceis, em que a existência da internet tornou a fronteira entre o privado e o público ténue.
Enquanto isso, F. Muianga, mãe de um par de filhos, rende- -se e dá mão à palmatória: Não é fácil controlar os filhos, porque nem sempre estamos por perto. Temos que sair para trabalhar e, nesse momento, fazem o que entendem ao celular. Voltamos cansados e não lhes damos a devida atenção. A mais velha já atingiu a maioridade e trabalha. Quanto a esta, diz estar descansada. Mas, do mais novo, não pode dizer o mesmo: “só temos controlo dos nossos quando estão ao nosso lado. É que, com o celular, acedem outros ambientes e interagem com outras pessoas. Até na escola, podem aprender muitas coisas com os amigos. Como controlar isto?”, questiona.
Por isso, há quem prefere jogar no que a seu ver é seguro. “O celular é uma arma nas mãos das crianças. Meu filho tem 10 anos e nem penso em lhe oferecer tão já!”, sentenciou uma mãe que se mostrou tímida à câmara do nosso fotógrafo e precipitou-se a desaparecer das nossas vistas. Leia mais…