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Órgãos eleitorais confiantes no alcance das metas

Por admin

Os órgãos de administração eleitoral, designadamente, a Comissão Nacional de Eleições (CNE) e o Secretariado Técnico da Administração Eleitoral (STAE) mostram-se optimistas quanto ao alcance das metas previstas para o recenseamento eleitoral que termina já no dia 29 de Abril, terça-feira próxima.

Dados em poder do domingo indicam que até sexta-feira haviam sido registados 9.639.494 eleitores, 78,99 por cento do universo previsto pelos órgãos eleitorais que é de 12. 203. 727.

Estes números segundo o presidente da CNE, Abdul Carimo, são encorajadores, tendo em conta que houve registo dos cidadãos para as eleições autárquicas do ano passado, para além de que nos últimos tempos, regista-se maior fluxo dos eleitores aos postos do censo.

O presidente da CNE exortou, no entanto, os partidos políticos, coligações de partidos políticos e grupos de cidadãos a participarem activamente na sensibilização dos cidadãos para que aproveitem os últimos dias para efectuar o seu registo de modo a poderem exercer o seu direito de voto no dia 15 de Outubro próximo.

Muitos dos cidadãos entrevistados pelo nosso jornal à saída dos postos do recenseamento afirmaram que deixaram este acto para a última semana por considerarem que ainda estão dentro do período previsto pela lei.

Na maior parte dos postos escalados pelo nosso jornal os brigadistas estavam a espera de potenciais eleitores para se recensearem e, na ocasião, afirmaram que tal não constituía motivo de alarme uma vez que a maioria dos cidadãos se registou aquando do censo para as eleições autárquicas, no ano passado.

Virgínia Alice, supervisora no posto que funciona na Escola Primária Completa do Tunduro, na cidade da Matola, afirmou que nos últimos dias tem havido um maior fluxo de eleitores, na sua maioria solicitando pedir segunda via.

Segundo afirmou, a média é de 17 eleitores por dia, entre pedidos de segunda via, transferência e novas inscrições para aqueles que vão completar 18 anos até a data das eleições.

Por sua vez, Salomão Macamo, supervisor na Escola Primária do Jardim afirmou que o processo decorre sem sobressaltos tendo em conta que a maior parte dos eleitores se registou no ano passado aquando das eleições autárquicas.

Ana Edy, supervisora do posto instalado na Escola Primária Unidade 18, bairro do Aeroporto, disse que a maior parte dos eleitores que afluem aquele posto são pedidos de emissão de segunda via.

“Os eleitores que temos estado a recensear vem pedir a emissão de novos cartões, ora porque foram assaltados tendo perdido a documentação, ou porque sofreram roubos nas suas residências”,disse Ana Edy.

CNE reforça medidas de contingência

A Comissão Nacional de Eleições está a desdobrar-se no sentido de até terça-feira proxima, último dia do censo, registar o maior número possível de eleitores, sobretudo nas regiões onde este processo não havia arrancado, por razoes de varia índole.

Para o efeito, foram criadas 9 brigadas móveis que , em principio, deverão trabalhar no distrito de Gorongosa, província de Sofala, afim de trabalhar nos oito postos onde o processo não havia arrancado devido à tensão político-militar.

Trata-se dos postos da Casa Banana, Escola Primária Completa de Domba, Vanduzi, Nhataca, Chionde, Tsiquir, Mussicaz, Piro e de Mucodza, regiões onde esporadicamente registam-se casos de ataques armados de homens armados da Renamo.

As brigadas deverão avançar para o terreno sem a escolta da Policia da República de Moçambique (PRM), sendo que a segurança dos brigadistas e membros da CNE central que irão acompanhar este processo deverá ser assegurada pelos homens da Renamo. Igualmente, afirmou que os brigadistas não irão pernoitar nestas regiões, isto é, no final do dia deverão ser transportados para locais mais seguro

Segundo o porta-voz da CNE, Paulo Cuinica, a medida visa garantir que o censo consiga abranger o maior número de eleitores e sobretudo das regiões afectadas pela tensão político militar.

Cuinica acrescentou que no que diz respeito à segurança dos brigadistas, as partes ora em diálogo (Governo e Renamo) acordaram em garantir que as brigadas entrassem e saíssem da vila sem serem ameaçadas ou molestadas.

“Nós recebemos garantias das partes em conversações no Centro de Conferências Joaquim Chissano que as brigadas podem entrar naquela região e trabalhar em segurança. Os integrantes destas brigadas irão se retirar no fim do dia depois de cumprirem com a sua missão ”,disse a mesma fonte.

Questionado sobre se este exercício não era meramente para permitir o registo do líder da Renamo, Afonso Dhlakama, ora em parte incerta, o porta-voz da CNE referiu-se nos seguintes termos: “Nós estamos disponíveis a recenseá-lo se ele aparecer em Gorongosa, Maputo ou em qualquer parte do território nacional”.

Sobre o pedido de prorrogação dos prazos conforme a pretensão da Renamo, Cuinica referiu que está em avaliação, até porque tem implicações de vária ordem que devem ser estudadas. “ Uma das premissas para a extensão dos prazos é ver se ainda há eleitores por registar, portanto, estamos a trabalhar no assunto”.

Brigadistas tentam impedir cobertura jornalística

Em algum momento a nossa equipe de Reportagem deparou-se com alguns problemas de comunicação com os brigadistas por um lado e com comitivas dos órgãos eleitorais de nível provincial e de distrito por outro lado.

È que os integrantes destas comitivas se insurgiram contra a presença da imprensa nos postos do censo. Isso aconteceu nos postos instalados na Escola Primária Completa Unidade 18, no bairro do Aeroporto e Instituto Comercial de Maputo, no bairro da Polana cimento.

Na última escola, a brigada que por ali passava exigiu para que apresentássemos uma credencial passada pelos órgãos eleitorais para efectuarmos o nosso trabalho.

Em resposta a este pedido explicamos que a CNE e o STAE a nível central ainda não emitiram tal documento. Porque tais membros estavam a leste do processo, entraram em consultas telefónicas para depois nos sugerir uma deslocação ao STAE central.

Domingos Nhaule

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