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ONU deve ser cada vez mais de todos

Por admin

O Presidente da República, Armando Guebuza, voltou a fazer coro com vários outros lideres do chamado terceiro mundo, que exigem que se faça mais reformas no seio das Nações Unidas, para que se acabe com a velha composição do seu Conselho de Segurança,

 que faz com que um punhado de cinco países tenham o direito de vetar ou inviabilizar a vontade e as deliberações da maioria dos membros.

Guebuza reiterou, no discurso que proferiu logo no dia em que começou a Assembleia-Geral deste ano aqui na sede da ONU em Nova Iorque, ser imperioso que se  continue com as reformas estruturais, para que se acabe com essa composição minoritária, mas com um poder supremo do seu Conselho de Segurança.  

Os cinco países que são membros permanentes do Conselho de Segurança são os EUA, a China, a Grã-Bretanha, a Rússia e a França. Com a excepção da China, todos os quatro estão neste órgão desde que a ONU foi fundada há 68 anos.

Os que são contra a manutenção desta composição dizem que já não faz sentido, porque quando da fundação das Nações Unidas, em 1945, só tinham 51 membros, mas que hoje já contam com mais 142, o que totaliza 193 países que são seus filiados.

O que se pretende é que se faça um aumento do número de países que integram os diferentes órgãos desta organização mundial, para que reflicta este aumento dos  seus membros. Há que referir que quando a ONU foi criada, nenhum país africano fazia parte, dado que quase todos eles eram ainda colónias de algumas potencias europeias. O mesmo acontecia com muitas nações latino-americanas e algumas asiáticas.

Para Guebuza, esta situação faz com que as decisões da ONU nem sempre reflictam a vontade da maioria dos seus membros, e que por isso mesmo, é imperioso que se acabe com isso. Avaliando pelo crescente número de países, cujos lideres ecoaram as suas vozes exigindo que se acabe com esta monopolização da ONU por um punhado de países, pode-se dizer que não tardará muito que as Nações Unidas serão um dia uma organização multilateral e não um instrumento de poucos como tem sido ate agora.

GUEBUZA ENALTECE RELACIONAMENTO

ENTRE MOCAMBIQUE E ONU
Para o Presidente Armando Guebuza, tirando essa composição desequilibrada de alguns dos seus órgãos mais importantes,   a ONU tem tido um excelente  relacionamento com  Moçambique,  testemunhado pela visita ao país, este ano, do secretário-geral Ban Ki-moon. Guebuza revelou este facto durante uma conferência de imprensa que deu a jornalistas moçambicanos e da ONU, e que marcou o fim da sua participação na 68ª  Assembleia-geral desta organização mundial, que decorre em Nova Iorque.

Guebuza reiterou a necessidade da introdução, sem mais delongas, de reformas, sobretudo na composição do Conselho de Segurança. Ele e vários outros lideres preconizam que se faça a inclusão de mais países em regime de representação dos blocos regionais. Se assim fosse feito, África passaria a ter pelo menos um país no Conselho de Segurança como um dos membros permanentes. O  mesmo aconteceria com a Ásia e outros continentes e não agora em que a Europa tem três membros e África e América Latina nenhum.
Guebuza vincou que não se pode continuar com a mesma estrutura adoptada há 68 anos, onde um grupo de apenas cinco países tem o direito de vetar as deliberações dos restantes 200 países membros.
Ele explicou que a introdução de reformas irá permitir que a ONU possa efectivamente ser uma organização multilateral, e que as suas deliberações passariam a ser de facto o reflexo da maioria dos seus membros, e não de apenas um quinteto que tem o poder de se impor sobre os outros todos os restantes membros.
Vamos continuar a insistir para que isto seja alterado através de reformas que, como sabem, temos estado a preconizar’’, disse Guebuza em tom firme.
Mesmo assim, Guebuza elogiou a contribuição das Nações Unidas em muitas áreas da vida socioeconómico em Moçambique, vincando que as suas acções são bem visíveis em todo o país.
As Nações Unidas têm dado apoio substancial em sectores chaves para o desenvolvimento humano e social, como na Saúde, Educação e nas questões humanitárias, especialmente ligadas às crianças e jovens.

Gustavo Mavie, da AIM, em Nova Iorque

gustavomavie@gmail.com

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