Depende do vosso compromisso o futuro deste país
O Presidente da Frelimo, Filipe Nyusi, afirmou semana passada, em Maputo, durante o 1º Congresso da Organização da Juventude Moçambicana (OJM), que encerra hoje,que o futuro da Frelimo depende do compromisso dos jovens.
Nyusi disse que em nenhum momento os jovens se devemdeixar levar por tendências regionalistas, racistas ou de qualquer tipo de divisão.Por isso, a liderança que cessou não pode abandonar a organização. Mas devem contribuir para que ela permaneça forte do que quando entraram, disponibilizando toda a informação pertinente e ajudando o novo secretariado como autênticos membros da Frelimo.
Na oportunidade,a energia que corria nas veias dosjovens da OJM, mostrava que são do mesmo sangue.A combinação multicolor que enchia a sala do congresso, que simbolizava a bandeira que cobre os moçambicanos, era correspondida pela união multilinguística e multicultural, que mereceu um registo particular.
Era a história a ser construída. Tratava-se do primeiro congresso, no qual fizeram parte 1.125 jovens e 1.200 convidados, incluindo moçambicanos na diáspora, oriundos, nomeadamente daÁfrica do Sul, Angola, Suazilândia e Zimbabwe.
A parte inaugural da cerimónia de abertura contou com um momento em queforam galardoadosmembros que a organização considera beneméritos, designadamente, Francisco Cabo, John Kachamila, João Tique e Eduardo White. Na classe dos honorários constam oactual presidente da Frelimo, Filipe Nyusi, o seu fundador, Eduardo Mondlane, primeiro Presidente da República de Moçambique, Samora Machel, o ex-presidente Joaquim Chissano, fundadora do Destacamento Feminino, Josina Machel e o pioneiro Secretário-geral da OJM, Zacarias Kupela.
O presidente Filipe Nyusi disse quegraças à clareza da missão e da coesão daqueles, organizados pela OJM que nos primeiros anos da independência nacional, o partido logrou lançar e consolidar as bases da moçambicanidade.
“Foram jovens, alguns aqui presentes como dirigentes do nosso partido e Estado, que se notabilizaram na direcção e mobilização da juventude na luta contra as agressões racistas de Ian Smith e do regime do Apartheid, garantindo a preservação da independência e integridade territorial do país. Por isso, com o seu saber, capacidade e entrega à causa nacional, lançaram os alicerces da OJM que hoje celebra, em congresso, a sua maturidade e responsabilidade”.
Porém, a juventude foi chamada a liderar os processos de desenvolvimento do país, através do seu dinamismo, talento e disciplina, particularmente, garantir a perseverança da paz e estabilidade política para permitir um desenvolvimento do país.
Conforme disse Nyusi, os jovens do 25 de Setembro já foram “vencidos” e os desafios dos jovens do 8 de Março já estão consolidados. Todavia, há novas dificuldades que precisam de jovens portadores de novas visões para enfrentar os desafios da globalização, que proporcionam facilidades de circulação de percepções, que podem reforçar a paz, a unidade nacional e o progresso.
“Por isso, a passagem da antiga liderança para a nova, deverá contribuir para o reforço da unidade e coesão internas, à luz da linha de orientação do nosso partido. Vocês continuam a ser a “Seiva desta Nação”, como afirmou o saudoso Presidente Samora Machel, empenham-se noite e dia, estudando, trabalhando, inventando, inovando, empreendendo, defendendo o país, combatendo o crime”, lembrou.
Acrescentou que a OJM e outras organizações sociais do partido devem cumprir os mesmos procedimentos, alegadamente porque esse é o Ácido Desoxirribonucleico (ADN) do partido, do qual não se pode abdicar.
Num noutro desenvolvimento, o Presidente da Frelimo explicou que o jovem da Frelimo deve ser um cidadão exemplar, não só no partido, mas sobretudo, na comunidade ou no local de trabalho.
“Todos estamos conscientes de que a juventude é a força que deve manter viva e vibrante a história da Frelimo através da continuidade das conquistas já alcançadas ao longo do tempo, valorizando os sacrifícios consentidos pelos seus antecessores. O bom exemplo demonstrado pelo membro da OJM engrandece a si próprio e à sua organização, fazendo com que demais jovens procurem filiar-se ao partido e à esta organização”, apelou Nyusi.
Cossa já não é secretário-geral
● OJM celebra hoje 38 anos da existência, a cerimónia será antecedida por deposição de coroa de flores na Praça dos Heróis
Ate ao fecho desta edição decorria ainda, na Escola da Frelimo, na Matola, a reunião máxima da OJM, pelo que não era conhecido o elenco que vai dirigir aquela organização juvenil filiada ao partido no poder, no próximo lustro.
Todavia, à saída da nossa reportagem oespírito reinante continuava de camaradagem, o que prenunciava um processo eleitoral caracterizado por um ambiente tranquilo, na esperança que vencesse aquele que viesse aser líderda OJM, sem divisões de qualquer espécie.
O congresso começou por aprovar o relatório das actividades do Comité Central de 2010-2015 e renovação dosEstatutos da OJM ao que seguiu a eleiçãodo Comité Eleitoral que por sua vez orientou a eleição do respectivo Secretário-geral.
Estiveramna corrida para o cargo três candidatos, nomeadamente Mety Gondola, DalfinoGuila e HendroNhavene.
Segundo AnchiaTalapa, porta-voz do primeiro congresso da OJM, porque umdos três candidatos,não conseguira reunir votos suficientes que lhe viabilizasse a sua elegibilidade, por isso, estamos a preparar os boletins de votação para a segunda volta, com o objectivo de desempatar
Talapa acrescentou que a juventude vai assumir os desafios lançados peloPresidente da Frelimo, Filipe Nyusi, durante o seu discurso, porque sente-se pronta para decidir o futuro do partido e do país, tal como fizeram os jovens de 8 de Março e 25 de Setembro.
“Assumimos esse compromisso e já fizemos o levantamento das dificuldades que os jovens enfrentam no seu dia-a-dia. Neste momento preocupa-nos a instabilidade política, habitação para a juventude, a subida do dólar, as taxas de juros emitidas pelas instituições bancarias, que vedam os jovens ao empreendedorismo. Só precisamos de oportunidades para demostrarmos o nosso dinamismo”.
Entretanto, a Organização da Juventude Moçambicana celebra hoje, domingo, 38 anos da existência da agremiação, que será antecedida por decomposição de flores na Praça dos Heróis Moçambicanos.
Direcção deve responder Aos anseios da juventude
-EmiGizelaFache, membro da OJM em Gaza
EmiGizelaFache, membro da OJM na província de Gaza, falou ao domingopara dizerque espera da nova direcção uma representação condigna da juventude e que saiba responder os seus anseios.
“Os desafios continuam a ser os problemas de habitação, por acaso essa foi uma das questões mais discutida no congresso, educação e emprego”, disse Fache.
Acrescentando que a OJM é o viveiro dos futuros dirigentes deste país e “está ciente das necessidades do país nos próximos anos”.
O Secretário-geral deve ser mais dinâmico
-Tomás Zaba, da delegação de Tete
“Queremos um Secretário-geral que vai olhar para todo o país e não somente para Maputo. As oportunidades devem ser as mesmas para todos os jovens. Deve-se desenvolver a OJM no país e na diáspora.
Por exemplo, Tete, em particular, faz fronteira com alguns países como Malawi, Zimbabwe e Zâmbia e queremos que a nova direcção dinamize os jovens nesses locais com planos concretos e inclusivos”, disse Tomás Zaba, Membro da OJM na delegação da província de Tete.
Segundo Zaba, a liderança do país está a ser entregue à juventude paulatinamente. Por isso, aceitamos com muita responsabilidade os desafios que o país impõe e isso vai depender da nossa humildade em aceitar aprender dos mais velhos.
“Até ao momento, fizemos a revisão dos estatutos e esperamos sair desse congresso mais unidos e coesos, sem grupinhos”, apelou.
O trabalho tem que iniciar da base
– Diz Beni Chumi, delegado de Inhambane
O delegado da província de Inhambane, Beni Chumi, disse que a OJM está ciente do trabalho que os novos dirigentes terão pela frente, ressalvando, no entanto, que os problemas tem que ser resolvidos a partir da base, pelo que o novo elenco tem que efectuar as visitas a províncias para se inteirar dos problemas por que os outros jovens têm passado”.
Idnórcio Muchanga
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