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Não permitir que Tete seja província de ensaio de guerra

Por admin

– apela Presidente da República, por ocasião da visita efectuada àquela

O Presidente da República, Filipe Jacinto Nyusi, concluiu na última sexta-feira em Tete, a primeira etapa de digressão pelo país. Apelou à população desta província em particular e do país em geral para não permitir que algumas regiões sejam usadas como campos de ensaios para a guerra.

“Abram os olhos e digam não a guerra”, sublinhou o Chefe do Estado.

A província de Tete testemunhou
o fim do primeiro
ciclo de visitas
que o Chefe do Estado
vinha efectuando desde
Março último durante o qual
escalou 45 distritos, 24 cidades
municipais, quatro vilas municipais,
uma povoação incluindo as
capitais provinciais.
O objectivo destas visitas
era para se apresentar como
novo Chefe do Estado, falar do
seu programa quinquenal de
governação e agradecer a população
pelo voto confiado a si e a
sua formação política, o partido
Frelimo.
Foram momentos de interacção
com as populações, em
que o Presidente da República
deixou claro que o único inimigo
dos moçambicanos é a pobreza
que requer conjugação dos esforços
de todos no seu combate
através de desencadeamento de
acções que promovem a paz e
coesão nacional.
O Presidente da República
disse de forma reiterada nos comícios
orientados nos distritos
de Changara, Chiúta, Tsangano
e cidade de Tete que qualquer
 
espectro de ameaça à paz, conquistada
com muito sacrifício,
deve constituir preocupação
para todos os moçambicanos.
“Não podemos permitir
treinamento dos homens armados
nesta província. Estas
terras são para produzir. Portanto,
não podemos permitir
que Tete seja usada como uma
província de ensaios de perturbações
em Moçambique”,
disse o Chefe do Estado explicando
que antes das eleições
as regras foram bem definidas
e houve participação e observação
de todos os concorrentes,
sobretudo os da Renamo que até
exigiram a revisão da Legislação
Eleitoral.
Explicou que nas conversações
em curso no Centro Internacional
de Conferências Joaquim
Chissano, a delegação do
Governo tem feito de tudo para
viabilizar a integração dos homens
da Renamo.
“Já se discutiu sobre essas
pessoas que estão nas matas
tendo sido criada uma comissão
para a sua reintegração
quer na Forças de Defesa e Segurança,
Polícia da República
de Moçambique e reinserção
social para os da idade avançada,
mas até hoje ninguém
se apresentou”, disse o Chefe
do Estado apelando a quem conhece
tais homens para lhes persuadir
a saírem das matas.
Sublinhou que está disponível
para se reunir com o líder da
Renamo para encontrar soluções
para os problemas dos moçambicanos.
“A primeira equação
a resolver é a paz; por isso
colocamos esta questão como
prioridade no nosso plano de
governação.”
NOVO CICLO
DE GOVERNAÇÃO

Para compreender o pulsar
da vida e interagir com os moçambicanos,
Filipe Nyusi escalou
quatro distritos, nomeadamente
Changara, Chiuta, Tsangano e
a cidade de Tete, que apresentam
um certo nível de desenvolvimento
o que aumentou a
crença da população no slogan
segundo o qual é preciso confiar
na mudança e desenvolvimento
sustentável, neste novo ciclo de
governação inclusiva.
Filipe Nyusi transmitiu reiteradamente
confiança na solução
da tensão política que se regista
em algumas regiões, salientando
que a paz e a unidade nacional
são elementos que devem ser
reforçados continuamente por
todos moçambicanos, desde os
dirigentes até ao mais comum
dos cidadãos, “porque só dessa
maneira se pode enfrentar
desafios e alcançar novas conquistas”.
Em todos os comícios, o Presidente
da República explicou
que os moçambicanos lutaram
pela libertação do país para se
libertar do colonialismo português
e viver em paz. “Isso que
estamos a ouvir em alguns
distritos desta província tem
que parar e quem deve parar
é a própria população que não
deve permitir que haja confusão
e guerra”.
O Presidente da República
disse ainda que apesar das tais
ameaças e distúrbios em alguns
distritos desta província ganhou
coragem para continuar a defender
os mais altos valores nobres
dos moçambicanos.
No seu entender, as pessoas
devem abandonar as atitudes
negativas e engajar-se na produção
de alimentos para melhorar
a sua dieta alimentar e as suas
condições de vida. Para que esse
objectivo seja alcançado, o Chefe
do Estado apelou a população a
ceder parte das suas terras em
caso de aparecer um investidor
que queira investir na agricultura
através de grandes plantações
ou fazer ensaios de certas
culturas.
“Se vier um cidadão pedir
um hectare para testar os solos
é bem-vindo porque quer
participar no desenvolvimento
e esta é uma boa experiência.
Não queremos guerra em
Tsangano. Não acarinhem essas
pessoas que querem sangue
no país”, apelou o Chefe do
Estado acrescentando que não
se deve permitir brincar com a
vida da população.
Com cânticos e danças tradicionais
a população recebeu de
forma vibrante o estadista moçambicano
e em mensagens de
louvor e agradecimento enalteceu
os feitos alcançados desde a
sua tomada de posse, sobretudo
as acções que está a desenvolver
para o fim da tensão político militar.
MUDAR A MENTALIDADE
DAS PESSOAS

Nesta ultima etapa da sua
interacção com a população, o
Nyusi agradeceu a o voto de Tete Chefe do Estado introduziu um
hino que foi entoado no inicio
e fim dos comícios. Trata-se de
uma canção que geralmente é
cantada nas igrejas no momento
de Acção de Graças e que foi recriada
pelos músicos Fernando
Luís e João Paulo.
A mesma é intitulada. “ Ndri
ta Tlhangela Yehova Ha Yini? O
que quer dizer como agradecer
a Deus por todas bênçãos que
repousam sobre mim. Para o
Presidente da República este
cântico deve ser entoado por todos
em momentos de festas de
aniversários, baptizados e outros
eventos sociais.
Aliás, foi com ela que tomou
posse no passado dia 15 de Janeiro,
na Praça da Independência
em Maputo e iniciou o discurso
das celebrações dos 40 anos
da Independência Nacional no
Estádio da Machava, no dia 25
de Junho do ano em curso.
Nesse contexto, o Chefedo Estado recomendou que a
canção seja traduzida em pelo
menos quatro línguas nacionais
numa primeira fase, para permitir
que mais gente perceba o seu
significado. Estamos a falar de
uma experiência que se pretende
que seja a nova maneira de ser
dos moçambicanos neste novo
ciclo de governação.
O nosso jornal fez uma incursão
em torno de algumas
estrofes da canção e apurou
num dos versos que para alémde agradecimento a Deus faz-se
menção de que todas as bênçãos
repousam sobre a pessoa
que recebeu a força e o Espírito
Santo.
O outro aspecto saliente e
que certamente poderá ficar
como um dos pontos mais altos
deste tipo de reuniões foi a sua
apresentação na língua local de
cada província visitada, um acto
estendido aos acompanhantes
que tinham que se munir de cábulas.
Equipa multissectorial avalia
as potencialidades de Tete
O Presidente da República, Filipe Jacinto
Nyusi, considera a província de Tete
uma região de várias oportunidades para
o desenvolvimento do pais, sobretudo no
que diz respeito ao sector agro – pecuária,
razão pela qual nos próximos quinze dias
vai despachar uma equipa multissectorial
para avaliar a realidade no terreno.
Falando em Conferência de Imprensa
que marcou o fim da visita a esta província,
o Chefe do Estado diz ter ficado muito impressionado
com o desenvolvimento que a
província regista a vários domínios, embora
reconheça haver dificuldades na cadeia de
valores, produção, transporte, processamento
e mercado.
À semelhança do que é feito nas visitas ao
exterior, nas próximas ocasiões a sua delegação
vai integrar agentes económicos de várias
regiões para o intercâmbio da produção
agro-pecuária para que a riqueza seja explorada
pelos próprios moçambicanos.
“Assim vão nascer mais pequenas
e médias empresas. Em Tsangano por
exemplo, vimos que há condições para
produzir o trigo, batata-reno, milho e
outras culturas, pelo que decidi colocar
aqui dentro de 15 dias, uma equipa multissectorial para
avaliar os problemas de modo a alavancar a produção agro
– pecuária, portanto, ver a questão do mercado, vias de
acesso, transportes para aparecer resultados imediatos e
isso vai acontecer a partir deste semestre porque queremos
trabalhar para resultados concretos”, disse o Presidente
da República.
Acrescentou que relativamente aos objectivos que lhe levaram
a escalar aquela província foram atingidos e que já tem
os parâmetros definidos para este novo ciclo de governação
neste ciclo.
CHANGARA
Erosão e roubo do gado
na ordem do dia
O ponto de entrada a Tete foi o distrito de Changara e aqui
entre outros aspectos, a população mostra-se preocupada com a
erosão que ameaça cortar a Estrada Nacional Numero 7, ligando
as províncias de Tete e Manica e o resto do país, bem como o
roubo do gado que tem reduzido os esforços dos criadores.
Neste contexto, os criadores pediram ao Chefe do Estado que
fossem suspensos os pagamentos de caução para os ladrões de
gado, penas que variam entre 20 a 30 anos de prisão maior, bem
como a criação de uma força especial para a protecção do gado.
Os criadores estimados em mais de cinco mil pediram
igualmente a construção de represas para o beberamento do
gado, que na época seca é dizimado. O distrito conta com uma
população de 44 mil e 183 bovinos e 48 688 caprinos. A província
tem um efectivo de 257 632 bovinos e 318 300 caprinos.
CHIUTA
Falta ensino pré – universitário
No segundo dia dos trabalhos, o presidente da República
escalou o distrito de Chiuta com uma população de 97 mil e 872
habitantes onde foi confrontado com a falta do Ensino Secundário
do Segundo Ciclo, bem como as vias de acesso, sobretudo a que
liga a sede distrital ao Posto Administrativo de Cazula, bem como
a problemática do abastecimento de água potável.
Sobre as vias de acesso, a população pediu a construção de
uma ponte no rio Mafudzi para facilitar o escoamento dos produtos
agrícolas que chegam a apodrecer por falta de transporte. Com a
ponte a distância será de 45 quilómetros contra os actuais 200 a
partir da separação entre Moatize e Chiuta
TSANGANO
Homens da Renamo
inquietam população
Este distrito é potencialmente agrícola com culturas como
batata -reno, feijão, milho e todo o tipo de hortícolas e a população
mostrou-se preocupada com a circulação dos homens armados
da Renamo, nas localidades de Chiamdame e no povoado de
Monge para quem sai de Moatize em direcção a Angónia.
Segundo relatos de alguns líderes locais e personalidades
influentes, trata-se de pessoas que na sua maioria nasceram
após o Acordo Geral de Paz em 1992 e que nunca tiveram
contacto com as autoridades administrativas do Estado.
Ainda de acordo com aqueles líderes o tiroteio havido
há dias foi em resposta a uma tentativa que as autoridades
encetaram de tirar as pessoas das matas. Desde a guerra
dos 16 anos que aquelas pessoas vivem com armas, pois
não chegaram de entrega-las à ONUMOZ e agora estão a ser
agitadas”, disse Elias Wadison, da Associação dos Combatentes
da Luta de Libertação Nacional.
CIDADE DE TETE
População exige
cama extra
para acompanhantes
dos doentes
Na cidade a preocupação principal foi a necessidade
da introdução de uma cama extra para os acompanhantes
dos doentes em todas a enfermarias do Hospital Provincial
alegadamente porque o pessoal da saúde não tem dado o devido
apoio aos doentes.
Esta preocupação foi colocada na mensagem lida pelo régulo
Saize que igualmente queixou-se das elevadas taxas aplicadas
nas portagens das pontes Samora Machel e Kassuende.
Sobre a questão do hospital, Carla Mosse, directora provincial
da Saúde disse ao domingo que naquela unidade hospitalar
existem pavilhões para os acompanhantes dos doentes, mas
estes exigem dormir ao lado do doente contra todos os riscos de
contaminação, uma vez que isso regista-se mais nas enfermarias
de tuberculose e na medicina.
Domingos Nhaúle
d Nhaule2009@gmail.com

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