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Moçambicanos na RAS querem paz e desenvolvimento no seu país

Por admin

Moçambicanos que vivem na África do Sul condenam veementemente aquilo que consideram intenção da Renamo de retorno à guerra em Moçambique e apelam ao Governo para tudo fazer com vista a convencer a Afonso Dhlakama e à Renamo, para um diálogo profundo.

Ninguém sabe ao certo quantos moçambicanos vivem na África do Sul. Muitos dizem que fugiram da guerra movida pela Renamo terminada em 1992, deixando tudo em casa na fuga precipitada e, incluindo documentos de identificação. Sabe-se apenas que a comunidade moçambicana é a mais numerosa de todos os grupos de estrangeiros na África do Sul.

Num encontro organizado pelo Comité da Zona da Frelimo para discutir a preparação das eleições internas, daquela formação politica, os representantes de emigrantes, simpatizantes e membros do maior partido moçambicano desviaram os debates eleitorais para condenarem o que consideram intenção apetitosa da Renamo de mergulhar o país num conflito armado.

“Apelamos ao Governo para, a todo o custo, fazer tudo e tudo mesmo para diálogo com a Renamo e persuadir Afonso Dhlakama a abandonar o seu apetite pelo retorno á guerra”– disse Casimiro Mário Manhenje, acrescentando que “todos nos que estamos aqui interrompemos as nossas aspirações de estudo por causa de prolongadas guerras. Hoje seríamos Doutores, Engenheiros ou Médicos mas tudo foi abandonado por causa da guerra movida por Dhlakama.”

Casimiro Manhenje foi mais longe afirmando que apesar do apelo para o diálogo, já não acredita que Afonso Dhlakama seja uma pessoa com a qual se pode confiar, porque assinou acordos e depois volta a promover guerra.

Zanza Wetela disse que “pedimos ao nosso glorioso partido dirigido pelo Presidente Filipe Jacinto Nyusi para falar com o nosso irmão e pai Afonso Dhlakama. Queremos voltar à casa. África do Sul já não nos diz muito. Estamos a sofrer, mas não podemos regressar por causa da guerra à espreita.”

O encontro dos membros, simpatizantes e representantes de emigrantes moçambicanos decorreu um dia depois do ataque no qual 23 pessoas perderam a vida na província de Manica.

O Membro da Comissão Política, Vice-Chefe da Bancada Parlamentar da Frelimo e Secretário de Mobilização do Comité Central da Frelimo, Sérgio Pantie, disse que a Frelimo e o Governo não têm a mínima intenção de retorno à guerra e nem de matar Afonso Dhlakama.

Segundo Sérgio Pantie, o partido, governo, Presidente Filipe Nyusi e outros órgãos do Estado, estão a envidar todo o esforço para evitar que o país volte a mergulhar num conflito armado, porque “sabemos que a guerra que durou cerca de 16 anos não construiu escolas nem hospitais. Pelo contrário destruiu escolas, matou alunos e professores e destruiu centros de saúde, matou doentes, enfermeiros e médicos.”

A maior parte dos moçambicanos vivendo na África do Sul chegou como refugiados. Uns instalaram-se nas províncias do Limpopo, Mpumalanga e Kwazulu-Natal que fazem limite com Moçambique. Outros foram para as províncias do interior do Pais. Nessa altura Afonso Dhlakama era apoiado e acarinhado pelo regime do apartheid.

Informações de agentes secretos do regime racista indicam que o líder da Renamo recebia salário de 800 randes mês de sectores militaristas das forças de defesa da África do Sul.

Um apresentador de Rádio, actor de Televisão e músico moçambicano considera que Afonso Dhlakama quer justificar os apoios e promessas que fez aos seus aliados, de que chegaria ao poder e depois lhes ofereceria paraíso.

Raul Francisco Guivane Nwamba trabalha na Rádio SAfm, considerada líder de informação e noticiário no território sul-africano. Raul vive na África do Sul há 40 anos e acredita que com a descoberta e exploração de recursos minerais, Moçambique já não e pais pobre.

Para Raul Nwamba, os aliados de Afonso Dhlakama conseguem ver que o país está bem e querem retorno dos seus apoios financeiros e militares.

 

 

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