Política

Jovens exortados a não apartar-se das conquistas históricas

O Reitor do Instituto Superior de Relações Internacionais (ISRI), Patrício José, desafiou a juventude moçambicana a não apagar a memória histórica da luta armada de libertação que culminou

com a conquista da independência nacional, dando liberdade e soberania ao povo moçambicano.

Patrício José, que falava semana finda em Maputo, num seminário subordinado ao tema “Juventude, Paz e Desenvolvimento”, por ocasião do Dia da Juventude Africana, assinalado no dia 1 do mês em curso, fez questão de frisar que qualquer jovem que se desvincular das suas origens históricas, “corre o risco de perder o rumo e ficar desnorteado.”

Segundo explicou, esta exortação vem a propósito de, na maioria das vezes, constatar-se que os jovens têm-se desligado dos processos históricos, alegadamente por não terem vivido esses momentos de grande euforia e sacrifícios dos melhores filhos desta pátria.

“Neste momento em que o país está a enfrentar algumas dificuldades, com reflexos na juventude, esta tem uma tendência de pretender apartar-se das conquistas da Independência Nacional. Por exemplo, eles costumam dizer que não têm nada a ver com o colonialismo, com a luta de libertação nacional e querem emprego, mas a promoção do emprego resulta de uma actividade governativa num estado soberano que foi criado por um processo histórico que é a luta armada”,disse Patrício José.

Acrescentou que a juventude deve compreender que os problemas que o país enfrenta se devem principalmente ao facto de o país ter sofrido 500 anos de dominação estrangeira. “Há dificuldades que até hoje ainda temos e que resultam pelo facto de termos sido explorados, numa situação em que os moçambicanos tinham altos níveis de analfabetismo. Então, não podem se apartar de forma alguma dos processos históricos, porque apagar os processos históricos estarão a apagar a sua própria memória”.

Para Patrício José, mais do que ficarem nas lamentações, os jovens devem investir no estudo, de modo a produzir conhecimentos científicos que possam tirar o país do estágio actual.

No que diz respeito ao desenvolvimento, Patrício José referiu que este deve traduzir-se na melhoria das suas condições de vida e na sua participação na vida política económica e social do país.

“Temos de participar nos processos democráticos e na criação do nosso Estado, conhecer a nossa própria história para compreendermos de onde viemos e para onde vamos. Não podemos avançar se abandonarmos a nossa cultura. Houve processos que aconteceram antes e nós temos que assumi-los assim como o fizeram os jovens das gerações do 25 de Setembro e de 8 de Março”,disse Patrício José.

Instado a pronunciar-se sobre como é que os jovens devem lidar com os discursos inflamatórios de certos políticos, Patrício José respondeu nos seguintes termos: “a juventude é que derrama sangue na frente do combate em tempo de guerra, pelo que é necessário ter a consciência de que um discurso belicista não pode ser do seu interesse. É preciso lutar pela preservação da paz para fazer crescer o país.”

Por seu turno, Simião Ponguane, jornalista da Televisão de Moçambique, exortou os jovens a preservar os seus valores culturais. “Os valores são muito importantes numa sociedade do consumo, o que é que isso quer dizer: significa que nós não vivemos pendurados no espaço onde não se come nada, não se veste nada, não se usa carro. Entretanto, sabendo quem somos nós, quais são os nossos valores podemos gerir e inserirmo-nos muito bem numa sociedade de consumo.”

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