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Frelimo sempre apostou no envolvimento da mulher

Por admin

O Presidente da República, Armando Guebuza, considera que, a nível do país, nota-se um problema muito sério de atitude, no que concerne a lidar com determinados desafios do momento,

 tais como a preservação da paz, a qual, quando não é tida em boa consideração pode afectar a unidade nacional.

Dirigindo-se recentemente a dezenas de membros e representantes de organizações da sociedade civil baseadas na província de Inhambane, o PR sublinhou que a paz é o factor inspirador e que cristaliza todo o resto em qualquer sociedade.

“Se assumirmos colectivamente que a paz diz respeito a todos e não se resume apenas aos dirigentes, porque ela beneficia a todos nós, então teremos bons resultados neste aspecto e a nossa atitude conta muito para tal”, disse Guebuza.

Num encontro que foi dominado por mensagens de repúdio à guerra e apelos à manutenção da paz, bem como ao diálogo permanente entre o governo e as diferentes forças vivas da sociedade moçambicana, incluindo os partidos políticos, alguns representantes da sociedade civil questionaram a Guebuza se não seria oportuno o governo direccionar alguns investimentos para a região de Muxungué.

Tal ideia foi apresentada por um clérigo que considera que tal acção iria permitir a criação de condições para a reintegração “daqueles homens armados da Renamo e atraí-los a reinserir-se na sociedade e largarem as armas, porque pode ser que não saibam fazer outra coisa se não manipular arma de fogo. Aqueles nossos irmãos que estão em Santugira podem ter dificuldades de se integrarem na nossa sociedade, porque só sabem manipular armas. Por isso, seria aconselhável que o Governo, no âmbito das boas relações de cooperação que mantém com diferentes países, procurasse formas de implantar naquela região algumas unidades industriais, o que contribuiria para a criação de postos de emprego que beneficiariam a comunidade local e até mesmo os homens armados da Renamo”, apontou aquela representante da sociedade civil.

FÁBRICA DE CIMENTO PARA MUXUNGUÉ

Em jeito de resposta, o Presidente Guebuza referiu que tendo em conta a necessidade do desenvolvimento global e gradual de todos os pontos do país e sobretudo com vista a reduzir cada vez mais as assimetrias regionais, o Governo até tem um plano para a construção de uma fábrica de cimentos no Posto Administrativo de Muxungué, mais precisamente na Sede do Posto administrativo de Estaquinha, a qual terá a capacidade de produção de cerca de 500 toneladas de cimento por ano.

“O que posso adiantar é que temos um quase acordo com os nossos parceiros da China para a instalação de uma fábrica de cimento exactamente em Muxungué o que irá gerar oportunidade de emprego para a nossa população naquela zona. Está-se a discutir, nesta fase, a questão do fornecimento de energia eléctrica, porque, como sabem, todos os anos, a nossa taxa de consumo de energia aumenta 15 por cento, o que é sinónimo de desenvolvimento”, disse o PR.

Num outro momento, o Presidente Guebuza apelou à sociedade civil para que se junte ao Governo na divulgação destas iniciativas e amplifique o convite para que as pessoas vão trabalhar na fábrica, quando ela começar a operar, porque “sentimos que a informação nem sempre chega lá onde deveria chegar e, quando chega, às vezes chega deturpada”.

Guebuza referiu-se, a título de exemplo, à questão das pensões e de outras benesses que deveriam ser do usufruto dos desmobilizados de guerra da Renamo e que aparentemente estes não têm tido acesso, simplesmente porque a informação não lhes chega convenientemente.

“Suspeito que esta informação não chegou a alguns desmobilizados da Renamo e/ou, se chegou, foi deturpada, embora muitos deles estejam efectivamente a receber a pensão e outros tantos a inscreverem-se. Todos desmobilizados de guerra têm este direito”, explicou Guebuza, acrescentando que quanto aos problemas burocráticos que amiúde caracterizam o processo de recenseamento desta camada social, estes estão a ser resolvidos paulatinamente. 

MULHERES DEVEM CONCORRER ÀS ELEIÇÕES

Num outro momento, Armando Guebuza, na sua qualidade de Presidente do Partido Frelimo, foi questionado porque razão há uma fraca participação de mulheres nos processos de eleições internas para a Presidência dos 53 Municípios.

Em resposta, Guebuza referiu que ele próprio está preocupado que tal suceda, mas chamou atenção para que não se considere o “fim em si mesmo, a participação de mulheres ou homens nos lugares de direcção nas diferentes esferas de governação. O mais importante é que tanto homens assim como mulheres, quando exerçam cargos de direcção ou governação, preocupem-se sempre em valorizar as pessoas. Sejam justos e promovam a justiça social em qualquer área da governação”, disse Guebuza.

Salientou que aqueles que se acham com capacidade para participar nestes processos e uma vez eleitos dirigirem condignamente os sectores onde estarão colocados “ e levarem maior justiça e valorização do cidadão, não deveriam hesitar em candidatar-se. No meu partido, por exemplo, estamos a tentar impor como norma o respeito pela observância de quotas para as diferentes camadas sociais, fazendo o que se chama descriminação positiva. É nessa base que temos 40 por cento de mulheres como deputadas na Assembleia da República, órgão este que é presidido por uma mulher e para além disso, a nossa bancada parlamentar também é dirigida por uma mulher, de entre vários exemplos que poderíamos aqui mencionar”, explicou Guebuza, referindo ainda que o seu partido sempre estará na vanguarda em termos de criação de espaço para participação das mulheres, jovens e outras camadas sociais nos processos de tomada de decisão.

“A nível do nosso partido, não temos problemas nenhuns de aceitar a participação feminina na esfera política. Por isso, podem as mulheres prepararem-se a partir de agora para se candidatarem para as eleições municipais dos próximos 5 anos e devem fazê-lo sem qualquer espécie de hesitação”, disse Guebuza.

José Sixpence

Fotos de Ferhat Momade

 

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