Quando Daniel, aluno da 2.ª classe na Escola Especial Número 1, perdeu a sua mãe no princípio deste ano, as suas professoras deixaram a sala de aula para estarem ao seu lado naquele momento de luto. Se a família não estava presente?! Até estava, mas naquele momento ninguém melhor do que elas poderia ajudar a exteriorizar o turbilhão de sentimentos que o afligiam, sem verbalizar.
Elisabete Adelino, uma das duas professoras, transpôs os limites impostos pela profissão e tornou-se a confidente do pequeno Daniel. “Estivemos com ele desde as cerimónias fúnebres até ao dia que regressou à escola. Ninguém da sua família conseguia lidar com o seu mundo e estávamos lá para minimizar os limites de comunicação entre ele e a sua família, composta por pessoas ouvintes”, recorda.
Quando ele retornou às aulas, o papel da professora Elisabete não cessou. O pai de Daniel procurava-a para “se queixar” de o ver constantemente triste e aos choros pela casa. “Muitas vezes conversávamos com ele para entender como estava a lidar com a perda e com o novo ambiente familiar junto ao pai, dado que antes vivia com a mãe e avô. Depois, explicávamos ao pai o que se estava a passar. Hoje, ele está melhor”, conta e mais adiante acrescenta que, actualmente, este encarregado de educação “já está a aprender a língua de sinais para se comunicar com o seu filho”, partilha a professora, numa interacção com o domingo Leia mais…