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Condecorados mais de 100 cidadãos nacionais

Por admin

As celebrações do 3 de Fevereiro, Dia dos Heróis Moçambicanos, foram marcadas pela atribuição de galardões e insígnias aos heróis nacionais, cidadãos e instituições que se destacam na construção do país, à luz da Lei 10/2011, de 13 de Julho, Lei dos Títulos Honoríficos e Condecorações, recentemente aprovada pela Assembleia da República.

O Chefe do Estado, Armando Guebuza, presidiu a cerimónia que teve como um dos momentos mais altos a atribuição de títulos honoríficos e condecorações a mais de 100 cidadãos nacionais que se destacam na promoção da moçambicanidade.

Foram distinguidas 116 personalidades e instituições que se destacaram em diversas áreas de actividades, como por exemplo, as universidades Eduardo Mondlane e UNILÙRIO.

Entre os condecorados há assinalar 26 combatentes da luta de libertação nacional, agraciados com o título de Herói da Republica de Moçambique, entre eles, Eduardo Mondlane, Filipe Samuel Magaia, Francisco Manyanga, Paulo Kankhomba, Bonifácio Gruveta, Josina Machel, José Craveirinha, Justino Chemane, John Issa, entre outros.

Os títulos honoríficos contemplam ainda a Ordem Samora Machel do 1º e 2º graus; Ordem 25 de Junho; Ordem Militar 25 de Setembro do 2º grau; Ordem 4 de Outubro do 1º e 2º graus; Medalha Bagamoyo; Medalha Veterano da Luta de Libertação de Moçambique, Medalha de Mérito Académico; entre outras distinções.

O título honorífico Herói da República de Moçambique é concedido com objectivo de valorizar os feitos notáveis de cidadãos nacionais que enraizados na tradição da luta de libertação nacional contribuíram com raro significado para a coesão da nação, consolidação da independência nacional e defesa da pátria.

A Ordem Samora Moisés Machel é atribuída com objectivo de valorizar os actos excepcionais de coragem, sacrifício, solidariedade, empenho pessoal e dinamismo de direcção.

Relativamente a Ordem 25 de Junho esta é concedida com objectivo de valorizar os actos extraordinários de cidadãos nacionais e estrangeiros que tenham contribuído com heroísmo, espírito de sacrifício e de abnegação para a defesa da independência nacional.

A Ordem Militar 25 de Setembro é atribuída com objectivo de valorizar actos extraordinários de heroísmo, abnegação, valentia e coragem consentidos na luta de libertação nacional e na defesa da pátria moçambicana.

  

HOMENAGEM À GRANDEZA DOS HEROIS

Este ano a celebração do Dia dos Heróis coincidiu com a passagem do 45º aniversário do assassinato de Eduardo Mondlane, Arquitecto da unidade nacional, para além da tradicional cerimónia de deposição de uma coroa de flores, houve a condecoração a vários níveis dos heróis nacionais, bem como algumas instituições e personalidades que se destacam na edificação do país.

A esse propósito, a organização fez questão de montar três palanques na área pavimentada e que dá acesso a cripta: uma reservada aos titulares dos órgãos do Estado, onde decorreram as condecorações; uma para os representantes e os próprios galardoados. A outra albergou membros do Corpo Diplomático e os demais convidados. Ainda havia um palco onde foram exibidas algumas actividades culturais centradas na exaltação aos heróis nacionais.

As festividades contemplaram ainda um desfile dos diversos ramos das Forças de Defesa e Segurança (FDS), bem como das organizações sociais do partido Frelimo, designadamente, a Associação dos Combatentes da Luta de Libertação Nacional (ACLLN), Organização da Mulher Moçambicana (OMM), Organização da Juventude Moçambicana (OJM) e de militantes do Movimento Democrático de Moçambique (MDM).

 

CONDECORAÇÕES QUE ENALTECEM A PÁTRIA AMADA

As medalhas e os títulos honoríficos atribuídos aos homens, mulheres e organismos que se destacam na construção e desenvolvimento do país representam a cristalização do ideal de continuidade que torna legitima e perene a nossa existência como uma Pátria de Heróis, segundo defendeu há dias em Maputo, o Presidente da República, Armando Guebuza.

Falando por ocasião das cerimónias centrais do Dia dos Heróis, que serviram igualmente para o lançamento das celebrações dos 50 anos do início da luta armada de libertação nacional a assinalarem-se no dia 25 de Setembro próximo o do Chefe do Estado disse que os homens, mulheres e organismos que receberam as insígnias são dignos “não porque passam a ostentar as honrosas medalhas, mas porque já as transportavam consigo e eram reconhecidos como seu portadores por outros cidadãos”.

Para Guebuza, cada um de nós é e pode ser moçambicano, bastando para esse feito satisfazer os requisitos legais, “todavia, ser moçambicano de honra é um feito, uma obra perene, pela qual uma Nação que se presa tem que reconhecer aqueles que elevam bem alto o nosso país”.

Acrescentou ainda que é preciso valorizar aqueles que com a sua criatividade e entrega elevam para bem alto a sua bandeira e o orgulho de serem moçambicanos, razão pela qual cerimónias idênticas terão lugar e em tempo oportuno noutras províncias.

Guebuza ressalvou ainda que todos os cidadãos são chamados a dar a sua contribuição na identificação de cidadãos ou instituições que têm dado contributo na construção do país para poderem serem dignos das condecorações a luz da lei do Títulos Honoríficos e Condecorações.

Deixou de ser o Estado ou Governo a identificar quem deve ser galardoado. Por outras palavras, somos todos convidados a estarmos atentos ao empenho e desempenho dos cidadãos e instituições de honra que honram Moçambique com a sua honra, devendo propor a sua distinção à comissão que dinamiza e coordena este movimento nacional que vai crescer em catadupa e que serve de elo entre cidadão e os órgãos do Estado a todos os níveis, disse Armando Guebuza para quem os galardões representam a promoção da auto estima, unidade nacional, patriotismo, cultura de paz, amor ao próximo, ao trabalho e a inovação, alicerces vitais da harmonia social, progresso e bem-estar.

 

GALARDOADOS SATISFEITOS COM AS MEDALHAS

A nossa Reportagem conversou com familiares e algumas personalidades distinguidas, os quais não esconderam a sua satisfação face à distinção atribuída.

Para Edy Mondlane, filho do Arquitecto da unidade nacional, Eduardo Mondlane, a condecoração atribuída ao seu pai é gratificante na medida em que corresponde ao papel por ele desempenhado para a edificação da unidade nacional.

Oswaldo Tazama, filho do herói nacional Oswaldo Tazama falecido no ano de 2001, a distinção demonstra o reconhecimento do papel desempenhado por todos os heróis nacionais que derramaram suas vidas em prol da conquista da soberania nacional.

“Esta distinção que recebi em nome do meu pai é uma honra porque dignifica os seus feitos e percurso na difícil missão de libertação do país, ou seja, é reconhecimento do seu contributo no processo da construção do país, que ainda tem muitos desafios pela frente”,disse Oswaldo.

Lúcia Kajika, em representação da família do herói nacional Bernabé Kajka,classificou de oportuna a distinção do seu falecido marido, pois segundo afirmou vem demonstrar que o sangue derramado pelo seu marido durante a luta de libertação nacional não foi em vão.

Já o bispo da Diocese dos Limbombos, Dom Dinis Sengulane, agraciado com a Ordem 4 de Outubro do 1º Grau a si atribuída, é o reconhecimento do papel da igreja na busca e consolidação da paz.

 “Esta distinção é o reconhecimento do papel da igreja e de outras pessoas de boa vontade que se têm envolvido na busca e consolidação da paz. Portanto, um estímulo para que aceitemos de facto que é possível consolidar esta paz conquistada há bastante tempo”, disse Dinis Sengulane.

Mateus Ngonhamo, ex- guerrilheiro da Renamo, galardoado com a Ordem 4 de Outubro do 2º Grau, disse que a distinção a si atribuída dignifica o papel que ele tem estado a desempenhar no âmbito da preservação da paz e unidade nacional.

Acrescentou que a medalha 4 de Outubro deve ser vista como sendo o tributo a todos os cidadãos nacionais e estrangeiros que têm dado a sua contribuição para que a paz prevaleça em todo território nacional.

 

Domingos Nhaule

nahule2009@gmail.com

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