Opinião

USD: economia americana em retoma!

O Mundo viveu momentos de “crise económica” com efeito a partir de 2008, despoletada pelo sector imobiliário, com ênfase nos Estados Unidos da América, por essa altura, a solução encontrada foi a de injecção de moeda na economia estimulando o consumo, uma medida que foi largamente criticada no mundo inteiro, na verdade não houve e creio que não se esperava por algum consenso sobre esta matéria sensível.

Outra medida adoptada pelos países afectados, foi “injectar” dinheiro no Bancos Comerciais para “salva-los” da falência certa, outra medida que, não colheu consensos no mundo inteiro, na verdade, muitos analistas consideraram essa medida o financiamento do sector privado através do erário publico, sem que, para o efeito, no mínimo se apurasse responsabilidades sobre o que teria sucedido e o papel dos gestores desses Bancos que, ao que se sabe, encaixavam “bons milhões” de Dólares Americanos ou de Euros pela gestão.

Durante este período, analistas sobre a nossa economia vieram a publico dizer que não seriamos afectados, sobretudo porque a causa da falência não tinha qualquer relação com a natureza da nossa economia, recordo-me das palavras da antiga primeira – ministra Luísa Diogo a dizer que “não seremos afectados pela crise económica mundial” o que lhe valeu muitas criticas de circunstancia.

Passados sete anos desde o despoletar dessa crise, os economistas do grande capital foram desenhando soluções em “surdina” uma das fontes do financiamento da dita economia foi a República da China onde “quase” todos buscam recursos financeiros apesar das críticas ao seu desenvolvimento social e dos direitos humanos, pode se dizer, sem grande margem de erro que, a economia Chinesa “alavancou” a economia Americana e, hoje, assistimos ao “acordar” de um gigante antes adormecido.

No actual estágio da economia americana, devo recordar que, a referência internacional de transacção financeira é o Dólar Americano; a retoma desta economia está a mexer com as restantes economias que se consideravam sólidas e “imunes” é evidente que, esta realidade não pode passar ao lado de uma economia como a nossa, a Moçambicana, transaccione ou não com os EUA, o simples facto de a sua moeda servir de “bitola” comercial, leva-nos a medir todo com base naquele padrão específico.

No contexto internacional por exemplo, para não fazer esforço desnecessário, busco a informação do Governo as respostas dos Deputados da Assembleia da Republica “o euro perdeu 14% do seu valor, o yane japonês que se desvalorizou em 8% o real do Brasil perdeu quase 56 porcento do seu valor, o Kwacha da vizinha Zâmbia 100%” este é o exemplo do que aconteceu e está a acontecer pelo mundo fora.

No caso de Moçambique e, durante a crise económica mundial, não houve evolução objectiva no sentido de produção interna de bens de consumo, continuando a nossa indústria a depender de matéria-prima importada do estrangeiro com forte dependência das oscilações cambiais, do ponto de vista social, o Governo foi criando “almofadas” para que os produtos básicos não subissem de preço e ao mesmo tempo que subsidiava os transportes e o pão, estas medidas, como é óbvio, são “paliativas” e não resolvem o problema da nossa economia.

Em algum momento, o Governo teria que deixar de subsidiar os transportes e o trigo e, por via disso deixar o curso da economia seguir o seu rumo, é pois, esta realidade de hoje, a depreciação do metical não representa algo estranho a realidade da nossa economia, quando temos que importar tomate, batata, cebola, repolho, cenoura e outras hortícolas de cuja produção não requer grandes investimentos agro-tecnicos, não se pode esperar outra coisa que não pagar o preço daqueles que produzem para nós.

A actual situação e, parafraseando Carlos Agostinho do Rosário, não deve nos deixar em “pânico” antes pelo contrario, deve convocar-nos a uma reflexão sobre o futuro da nossa economia, trata-se de uma solução a médio prazo mas que pode ser durável e por todo o sempre, uma das medidas a ter em conta é que se estabeleça a Paz para libertarmos as mentes para a produção!

Adelino Buque 

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