Nacional

Panificadores preocupados com preço do trigo

Os operadores da indústria panificadora nacional mostram-se preocupados com as constantes oscilações do preço da farinha de trigo, principal matéria-prima para a produção de pão.

Em menos de dez dias, o preço da farinha de trigo, que é fornecida pelos principais importadores, registou dois agravamentos sucessivos.

De acordo com Victor Miguel, presidente da Associação Moçambicana de Panificadores (AMOPÃO), as moageiras, que são os principais fornecedores daquela matéria-prima, comunicaram inicialmente que a partir do dia 16 de Novembro iriam praticar um novo preço, passando de 1.080,00 para 1140,00 meticais o saco de farinha de trigo.

Para o espanto dos panificadores nacionais, na semana em que deveria entrar em vigor o novo preço da farinha, sem que tivesse terminado, passaram a circular informações segundo as quais o saco de trigo custaria 1270,00 meticais.

Na sexta-feira, dia 20 de Novembro, as moageiras fizeram circular mensagens telefónicas dando conta que o saco de trigo passaria a custar 1340,00 meticais, facto que viria a ser formalmente comunicado à AMOPÃO na segunda-feira, dia 23 de Novembro.

Contactos feitos pela direcção da AMOPÃO, junto dos associados situados nas regiões Centro e Norte, referem que, até à semana passada o preço encontrava-se inalterado naquelas zonas do país, cujos valores variam de 1.140,00 a 1200,00 meticais.

Segundo o presidente da AMOPÃO, muitos panificadores ainda não tinham começado a fazer as encomendas com base no preço anterior e ter sido estabelecida uma nova tarifa da farinha.

A este ritmo, conforme explicou a fonte, teme-se que até ao final de Dezembro próximo o preço do saco da farinha de trigo atinja os 2000,00 meticais.

Victor Miguel disse ter recebido chamadas da parte de muitos associados a manifestarem preocupação e mesmo vontade de encerrar a actividade, uma vez que não estariam em condições de fazer face aos custos do trigo praticando o actual preço do pão, que varia de 5.00 a 7.50 meticais.

Como principal impacto, caso se concretize o encerramento de muitas unidades de produção de pão, aquele que é dos mais procurados produtos para o consumo, poderá escassear ao nível da região Sul do país, durante o final do corrente ano.

De referir que, na sexta-feira, dia 20 de Novembro, algumas moageiras não forneceram farinha de trigo para determinadas padarias, alegadamente porque tinham stock zero.

Apesar de as outras matérias-primas que são usadas para a fabricação do pão estarem a sofrer igualmente agravamento tarifário, aquela que causa maior impacto para a indústria panificadora é a farinha de trigo.

Segundo nos foi dito, as variações verificadas no custo da farinha de trigo podem estar directamente relacionadas com a galopante desvalorização do Metical face ao dólar.

De qualquer forma, de acordo com o presidente da AMOPÃO, a indústria panificadora tem estado a trabalhar para evitar a escassez de pão mas, como refere, necessita ao mesmo tempo de criar a sua própria sustentabilidade.

 

Novas carruagens e furgões já estão no país

A empresa Portos e Caminhos de Ferro deMoçambique (CFM) acaba de receber o último lote de veículos ferroviários, designadamente carruagens, furgões e, ainda, geradores, adquiridos pelo Governo moçambicano para reforçar o transporte ferroviário de passageiros nas zonas Sul e Centro do País.

Trata-se de 33 carruagens, 4 furgões e 4 geradores que chegaram aos portos da Beira e de Maputo, nos dias 21 e 27 de Novembro, respectivamente, que se juntarão às 29 carruagens do primeiro lote, que já se encontram em funcionamento desde a primeira semana de Outubro nos sistemas ferroviário Centro e Sul.

Assim, o sistema de transporte ferroviário de passageiros do sistema ferroviário Centro passa a contar com 33 novas carruagens cada uma, sendo 27 de terceira classe, quatro de segunda, duas de primeira e ainda quatro furgões cargueiros e quatro geradores.

Com esta aquisição, a empresa CFM vai poder aumentar o número de unidades por comboio, o que vai conferir maior comodidade aos passageiros, cujo número tem vindo a crescer, particularmente nas cidades de Maputo, Matola e Beira.

Entretanto, de acordo com o Director Ferroviário do CFM-Sul, Augusto Abudo, a fase seguinte passará pelo aumento do número de rotas mas, enquanto isso não se efectiva, “vamos aumentar o número de unidades por comboio”.

No que diz respeito ao impacto da aquisição destas carruagens, Augusto Abudo considera que o mesmo já é visível. Por exemplo, na zona Sul, onde existiam 35 unidades para as três linhas, nomeadamente Goba, Ressano Garcia e Limpopo, “as pessoas viajavam em carruagens superlotadas, mas com a aquisição do primeiro lote de 29 carruagens, as condições mudaram, devendo melhorar ainda mais com a chegada deste último lote”.

 

Benjamim Wilson

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