Opinião

Querer e saber fazer também são virtudes

Temos de convir, temos de concordar que não é todos os dias que ouvimos um ministro criticar o trabalho de um funcionário do seu ministério, de um seu subordinado. Em público. Aconteceu em Tete. 

Há poucos dias. O “Notícias” da passada quinta-feira (página 4), referindo-se à área dos transportes e comunicações, titulava que Gabriel Muthisse reprova relato de prestação de contas. Logo a seguir escrevia que O Ministro dos Transportes e Comunicações de Moçambique, Gabriel Muthisse, reprovou o relatório apresentado pela direcção provincial do sector que dirige, em Tete, considerando que o informe não reflecte a actual realidade de desenvolvimento acelerado que se regista naquela parcela do país nos últimos anos, com a reactivação da indústria extractiva de minerais, com maior destaque para o carvão. Segundo o matutino de Maputo O titular da pasta dos Transportes e Comunicações afirmou que o relatório apresentado por ocasião da sua visita de trabalho a Tete, a qual decorre desde o passado dia 14 do mês em curso, não espelha a real situação da província em termos de funcionamento da área dos transportes rodoviários por parte dos operadores públicos, privados e associados. Segundo o ministro O relatório foi elaborado nos paradigmas dos finais da década de 20, é por isso que o seu estilo não permite uma reflexão da actual realidade da província. Ainda segundo o “Notícias”, Aquele dirigente apontou, por exemplo, que o relatório da direcção provincial dos Transportes e Comunicações não aponta, com exactidão quantos operadores nacionais estão envolvidos nos serviços de transporte rodoviário de carga pesada como o carvão e de outro tipo de mercadorias, encomendas postais, entre outras pequenas cargas de impacto socioeconómico dos transportadores. Ao que se pode ler, o relatório terá dito pouco mais do que nada. Ou seja, coisa nenhuma. Daí, o Ministro ter afirmado que Queremos um relatório actualizado, com todos os detalhe para, em pleno século 21, qualquer pessoa que tenha acesso a ele possa entender, sem grandes esforços, o nível de desenvolvimento da área dos transportes rodoviários na região.

 

 

 

Sem margem para dúvidas, a crítica, apontar onde está o erro e quem o cometeu, constitui um exercício pedagógico. Apesar de praticado poucas vezes e por poucos. Mas, sempre vale mais poucos do que nenhuns. O que não invalida o facto de ser salutar. Para todos. Para quem critica e para quem é criticado. Porque pode corrigir atitudes e acções erradas. Comportamentos errados. E, como todos sabemos há muito de errado a corrigir. Assim o saibamos e queiramos fazer. Até porque querer e saber fazer também são virtudes.

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