Era fim de tarde de terça-feira. Justamente à hora de ponta, em que o tráfego na cidade de Maputo torna- -se aquela loucura que conhecemos, contudo dificilmente nos habituamos. O sinal do semáforo que se encontra no cruzamento entre as avenidas 24 de Julho e Guerra Popular acabava de fechar para os automobilistas. A azáfama de gente atravessando as duas avenidas, de um lado para o outro, à busca de transporte para regressar à casa era estonteante.
Lá estava ela, numa das esquinas daquele cruzamento, no meio de um avolumado amontoado de lixo de fibras de cana-de-açúcar, indiferente à multidão que ali cruzava seus caminhos. De faca em punho, a vendedeira ambulante descascava e golpeava a cana-doce dividindo-a em pedaços que eram depois colocados dentro de pequenos sacos plásticos amontoados sobre uma grande pedra. Leia mais…