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Os períodos de sucessão sempre foram marcados por nervosismo

Por admin

Uma vez estabelecemos um diálogo com o amigo leitor, onde falávamos de camaradas desonestos que estavam a agitar o País. Estes camaradas, hoje já têm rosto, tem corpo e forma e os nomes estão ai, disponíveis para quem os queira consultar. Por que é que vivemos este clima de nervosismo político? O que se pretende com este cenário todo? Que futuro podemos esperar? São alguns dos pontos que gostaríamos de debater hoje com o amigo leitor.

Os períodos de sucessão sempre foram marcados pelo nervosismo, porque como é óbvio, eles significam mudanças na estrutura económica, politica, social, cultural, etc., e há quem sempre sai e há quem entra, dependendo portanto das circunstâncias e oportunidades. Há um nervosismo em algumas pessoas, motivado pelo reconhecimento de que durante o tempo que tiveram a oportunidade de servir o país, preferiram falar com os seus botões que com os camaradas e o povo.

Este nervosismo é resultado do cartão vermelho que órgãos soberanos do partido deram a algumas dessas pessoas que hoje, são santificadas no altar da hipocrisia. É que não tendo conseguido manipular os membros do Comité Central, mesmo com investimentos financeiros altíssimos sem falar de encomendas a imprensa que gosta de Sopa, o grupo de camaradas desonestos que agitam o país, prefere agora inventar missivas sem rosto, depois de cartas de escárnio e maldizer de algumas pessoas bem identificadas, que se escondem nas organizações mas que tem meta, a Ponta Vermelha.

Este nervosismo é resultado de desespero de quem acha que pode voltar e/ou ascender ao poder usando as bases da Frelimo; este nervosismo é resultado da consciências de que só dentro da Frelimo, pela Frelimo e com a Frelimo se pode ganhar as eleições e estas pessoas só querem a estrutura do partido para isso, chegar ao poder apenas; este nervosismo é resultado da falta de disciplina partidária, de quem se serviu sempre dos símbolos do partido mas que sempre buscou apoio e legitimação fora deste; este nervosismo é resultado de desonestidade de que acha que automaticamente devia ser o escolhido e o eleito 

Aos poucos o Coelho vai saindo da mata, e as nossas suspeitas ganham forma a cada dia que passa. Infelizmente, algumas destas pessoas por detrás desta agitação, já tiveram oportunidade mas pouco fizeram pelo País. A liberdade que muitos tem de insultar, ofender e mentir, é resultado da tolerância deste governo, que não tem registo de limitação de expressão, opinião de ninguém. Aliás, os que escrevem estas cartas não o fazem agora porque o País está “mal” mas porque o que sempre quiseram fazer e dizer já tem espaço. Durante muito tempo conseguiram disfarçar, por um lado por falta da liberdade por outro porque estavam no poder.

 

Esta agitação pretende única e exclusivamente levar essas pessoas novamente ao poder. Aliás, não é por a caso que preferem reter-se a propalada “destruição” do Partido Frelimo, para resgatarem o seu protagonismo político. Onde estiveram estas pessoas quando o partido foi restrutura e resgatado do marasmo? Só agora é que tem olhos para enxergar a “destruição”? Este trabalho de organização do partido é resultado de esforço de muitos membros das bases e só eles podem dizer sobre o partido. Estas pessoas só querem ascender ao poder e nunca vão discutir a governação do País porque sabem que o nosso País está cada vez mais desenvolvido e temos oportunidades para todos, agora se essas oportunidades são suficientes, é outro debate; estas pessoas estão perturbadas porque os clubes, reuniões, círculos de poder que eram exclusivos a eles agora se tornaram num espaço de todos moçambicanos; estas pessoas estão desesperadas porque os membros da Frelimo que sempre foram usados para mera divulgação de mensagens eleitorais, agora estão a ascender a posições de liderança e chaves do país e do partido, isto incomoda a quem queria tudo para si.

O discurso de que “está a comer sozinho”, é o sinal claro e evidente do que estas pessoas estiveram a fazer durante o tempo que dirigiram os destinos desta nação. O que é que “está comer sozinho”? Esta tese leva-me a pensar que se estivesse a comer, se é que está a comer, com eles estariam calados e não seriam visionários tal como se nos apresentam. Este discurso é a prova inequívoca de que o problema aqui não é de politicas públicas nem tão pouco do cumprimento do manifesto eleitoral, mas o acesso a círculos de poder e consequentemente aos negócios que fluem no país. Estas pessoas, nunca vão exaltar sua obra, nunca falam do que já fizeram porque sabem que se forem a debater este aspecto, sairiam a perder, não que não tenham feito nada mas não superam o que nos 2 últimos mandatos registamos.

O que estas pessoas querem, é que sejam legitimadas pelas estruturas fora da Frelimo; é que a Frelimo seja pressionada pelas forças externas para tomar decisões que favoreçam os desonestos. Isso não vai acontecer, aliás, a história da Frelimo nos ensina e nos mostra que as decisões deste partido sempre foram soberanas, tomadas à luz dos estatutos e dentro dos órgãos. Como podem dizer que os membros do partido não querem os 3 candidatos e que existem outros que são queridos? Que órgãos do partido é que disseram isso? Qual é a base para dizer que os 3 não são queridos? Qual é a base para contrariar o princípio que sempre guiou as escolhas do partido? Portanto este “jogo sujo” não visa de forma alguma a garantir o bem do partido e do governo, antes pelo contrário.

Os rostos da carta em cena

Há dias assisti programas de televisão onde o DrFrangoulis era convidado. No primeiro ele comentava a troca de tiros que culminou com a morte de dois sequestradores no bairro da Costa do Sol. O ilustre desmente que tenha havido troca de tiros, alega que a PRM está a mentir porque os vidros do carro dos malfeitores estavam fechados, dai a impossibilidade da acção da policia ter sido em resposta aos disparos dos criminosos. Não se cala em mim a seguinte pergunta: Será que o facto dos vidros estarem fechados é suficiente para defender esta tese? Serão os vidros daquele carro tão duros para não permitir a saída de uma bala mas permitir a entrada de outras?

 

DrFrangoulis subestima a inteligência da PRM, se calhar se ele estive no lugar dos agentes, teria descido do carro, mandar parar os sequestradores e pedir para que o acompanhassem a esquadra mais próxima. Sugere o ilustre criminalista, que aqueles criminosos iriam, de livre e espontânea vontade, entregar as armas e confessar os seus crimes, aliás, até aqueles que conseguiram fugir noutra viatura, teriam se rendido sem necessidade de força policial.

Se aqueles agentes da policia, tivessem sido mortos pelos criminosos, o mesmo criminalista, teria aparecido na televisão a dizer que “A NOSSA POLICIA NÃO TEM CAPACIDADE PARA FAZER FACE AO CRIME ORGANIZADO”. É estranha esta relação entre o DrFrangulis e o crime em Moçambique, onde ele toma sempre posição que contraria a PRM.

No segundo programa era para comentar a famosa “carta”. Em comunicação não se analisa apenas palavras mas também os gestos e outros aspectos, e era visível a encarnação do Dr.Frangoulis à carta que circula na imprensa sem assinatura, sem rosto. Ele dizia que era um aspecto a ser tomado em conta e que a mesma revela o desgaste do partido. Criminalista que é o Dr. Frangoulis, acha que estariam perante uma evidência para devido juízo racional ou para se chegar a matéria de análise de facto? Aquela carta é o resumo de tudo que tanto o ilustre criminalista, como algumas pessoas alheias ao processo e as dinâmicas da Frelimo, tem estado a dizer, por isso essa relação “amorosa” com a missiva.

Não sugiro aqui que Dr. Frangoulis e os demais deixem de pensar e analisar as dinâmicas da Frelimo, mas é suspeito o vosso desejo de ver a Frelimo a “crescer” quando todos dias, dedicam forças e energias para destruir este partido e a sua liderança. Estranhamente condenam a quem defende hoje a Frelimo, alegadamente porque são todos lambe-botas, esquecem-se que também defenderam a Frelimo com actos e palavras.

Deviam acompanhar as dinâmicas do partido, e aceitar que hoje somos mais de 4 milhões com opiniões diferentes e com igualdade de oportunidades dentro do partido à luz dos estatutos. Quantos jornais não venderam às custas da vossa imagem, muita das vezes beliscada? E vocês insistiram em defender a causa até onde puderam. E porque é que não aceitam a passagem de testemunho de forma ordeira e pacífica.

Que fique claro, não acuso Dr. Frangoulis de ser autor da tal carta, mas estou a dizer que o que vem lá escrito é o que ele e alguns outros nos habituaram. Se ele é o rosto ou não, a verdade é que cabe a Frelimo decidir o seu futuro. Não em programas televisivos mas sim em fóruns próprios e com os órgãos apropriados.

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