Opinião

O PASSADO E A MEMÓRIA COMO FONTE DA NOSSA INSPIRAÇÃO

Em nenhuma parte do Mundo  surgiu um Povo ou País de pretos racistas,  pois, por A + B, a história dos homens, mostra-nos e ensi- na-nos que, este fenómeno chamado racismo, foi sempre, 

mas mesmo sempre, uma manifestação de branco para preto.

Temos essa experiência na nossa própria,  pele como uma profunda ferida ainda por cicatrizar. Aqui bem perto ao nosso lado para não  irmos tão longe, na vizinha Àfrica do Sul,  ou na então Rodésia do Sul e por ai fora. Mas surgem  hoje, ainda que timidamente, insinuações de que em Moçambique existe um racismo de preto para branco e aponta-se até como exemplo, a composição do Governo.
Estas insinuações ao lado de outras manifestações que em nada ajudam para a coesão social dos moçambicanos, para não falar da Unidade Nacional,  o máximo que produzem, é o remexer dessas cicatrizes ainda frescas, alargar a distância entre pretos e brancos, e justificar cada vez mais a desconfiança entre ambos.
Quando acedemos à Independência, todos nós lembramo-nos da composição do nosso Governo e do figurino das nossas delegações para o exterior que vezes sem conta intrigaram meio mundo em tentar compreender se Moçambique ficava em África ou na Europa. Não tenho nenhuma sombra de dúvidas que, quando o Presidente Samora, optou  pela  constituição do seu Governo tinha as suas razões, mas  o que é certo é que, a maioria do seu elenco governamental, ou não esteve   à altura de compreender e interpretar a dimensão do sinal do espírito reconciliador e do virar de uma página que só um grande homem de estatura humana de Samora poderia  conceber e assumir, ou então olharam para esse sinal, como sinal de rendição do homem negro visto  de uma lógica tipicamente  ocidental. 
Nessa altura, ninguém criticava ninguém e muito menos insultar ou caluniar

Quando Joaquim Alberto Chissano assume a Presidência deste País, e  também por razões próprias, modificou a composição do seu Governo, ficou logo a impressão de que Chissano cometera pecado original, por ter mostrado que os pretos neste país, também tinham capacidade e Inteligência para assumir os destinos desta Terra. Aqui, não preciso lembrar a ninguém do surgimento de uma gama de panfletos a passsarem-se por jornais, com o objectivo único, não só de denegrir o Governo de Chissano,
como também a sua imagem e de sua família, numa ofensiva para mostrar, que ele cometeu um erro “imperdoável” em ter  ignorado os brancos no seu Governo em detrimento de incompetentes pretinhos.
Quando Guebuza assume o Poder e desilude a expectativa dos desesperados lutadores pelo protagonismo perdido que felizmente jamais voltará, redobram-se os insultos, as calúnias, e todos nós calados e impávidos a ver e a ouvir.
Alguém poderá dizer, mesmo o Nhantumbo e companhia escrevem e falam, mas meus caros, quando falamos do combate à pobreza neste País, existe a tendência de olhar apenas para a pobreza material, talvez por ser  a relativamente mais fácil de combater em relação à pobreza mental.
Apenas para terminar; quando ouvimos hoje vozes daqueles que, para  a sua própria conveniência invocam muito o nome do Presidente Samora, não o fazem porque ele foi melhor do que Eduardo Mondlana, Chissano ou Guebuza, fazem-no sim pela força nostálgica do tempo que passou que como mais acima disse, jamais voltará.
Mas por favor, não cristalizem nem a capacidade de memória nem a inteligência do falecido Presidente!
Num olhar atento e consequente, qualquer um pode concluir que, na história da FRELIMO, cada fase na sua evolução teve sempre um líder à altura e que no desempenho da sua missão, sempre se autosuperou. Assim tivemos, Eduardo Mondlana, Joaquim Chissano e temos hoje Armando Guebuza, e para todos eles, digo; Bem-haja FRELIMO!

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