Opinião

Mulheres e Mulheres

Quando a  memória vagueia até à juventude com a minha saudosa mãe, ali no Chamanculo, sentada na sua máquina de costura, rodeada de várias jovens mulheres a quem ensinava a costurar e a bordar, reconheço o seu legado como mãe e educadora. Era uma mulher nacionalista, com uma audiência sempre atenta ao seu  discurso, e leitora assídua do jornal Notícias a quem acusava se ser propaganda colonialista.

Foi com a minha mãe que aprendi que muito do que vem nos jornais é falso, é notícia fiada. A verdade é que a Frelimo estava a vencer a guerra e as mentes na guerra movida contra o colonialismo. Como todos os moçambicanos ela ficou radiante com a indepêndencia nacional, mas ainda foi a tempo de fazer um alerta. Confidenciou-me naquela voz dócil e conivente que apesar da independência, o branco (o ocidente), jamais iria deixar Moçambique em paz. Era uma profecia e uma constatação de quem conhecera a face cruel do racismo, e a brutalidade e sagacidade do colonialismo.

Ela era uma modista de mão cheia, e dona de uma escola de costura que foi a casa onde cresci para o nacionalismo e patriotismo.

Todos no Chamanculo a conheciam, formando parte de um núcleo de mulheres anónimas  actuando na surdina, para funcionarem como uma retaguarda segura aos sonhos turbulentos que nos atormentavam o sono. O falecido presidente Samora Machel rendeu-lhe uma homenagem, tendo-a visitado pessoalmente em vida.

A emancipação e integração da mulher na sociedade moçambicana remontam desde os tempos da luta de libertação. A mulher engajada no DF da Frelimo participou na produção de alimentos para os combatentes, além de participar  na luta armada ao lado dos homens. Este legado patriótico de ser transmitido às novas gerações.

Hoje a mulher por mérito próprio é  indispensável ao desenvolvimento sócio, político e económico, desempenhando lugares de chefia em todos  os sectores da sociedade, desde o social, político, económico e diplomático.

 Reconheço que desde os tempos remotos de Chamanculo, da luta de libertação aos dias de hoje, o salto foi enorme. A independência está consolidada, muitos dos nossos já se foram, mas cada etapa produz novos heróis e heroínas. O país deu um salto enorme em frente, mas existe algo que não muda, o carácter e a personalidade da pessoa.

A Frelimo desmitificou mostrengos da pseudo superioridade do branco, mas tal como no passado temos nacionais negros que quando se olham ao espelho sentem vergonha, não sentem orgulho da carapinha que usam nem honrados da bandeira que têm, e outros que se sentem mais preenchidos servindo interesses inconfessáveis, a mando de países estrangeiros. Não precisamos de lições políticas do ocidente,…..do ocidente queremos investimentos e know- how e nada mais.

Conforme diz o presidente Armando Guebuza a construção de um país não é um processo acabado. É um trilho difícil, com desafios pontuais a ser enfrentados, e outros a surgir, fruto da conjuntura política e desigualdade socioeconómica. Os escolhos sucedem-se, e os argumentos para enfrentá-los devem ser adequados ao tempo em que vivemos. Muitos moçambicanos têm beneficiado do progresso, outros contudo ainda não.

É só uma questão de tempo até que todos entendam o sentido e a necessidade do envolvimento na economia, através da capacitação académica, profissional e empreendedorismo económico.

Todos sabem que Alice Mabota, presidente da LDH de Moçambique,  é mais demónio do que aparenta ser. Da sua língua viperina liberta sempre o veneno de quem não sente orgulho em ser moçambicana. Nas assinaturas com a sua intervenção não existe uma dimensão pedagógica, apenas protagonismo pessoal.,

Tal como o amigo Afonso Dlhakama apelam à métodos anticonstitucionais para pôr em causa a constitucionalidade da República. Para eles derramar o sangue de moçambicanos e não a democracia  é um acto de sacrifício humano, devotado ao culto de espíritos fantasmas, que enfermam a  mente de alguns africanos sob a orientação de curandeiros. Julgam ser uma prática, lhes permitirá adquirir maior poder mediático numa projecção da imagem mais fortalecida, junto dos correligionários e adversários políticos.

Falando à margem da conferência nacional sobre paz e prevenção da violência político-eleitoral, que decorreu em Maputo, disse que os guerrilheiros da Renamo, que atacam, roubam e matam a população, atacam as FDS, estão a praticar um acto legítimo.

Enfatizou que  actuam face à exclusão social e política, a que são sujeitos pelo governo "uma pessoa excluída não é boi, não é leão, não é galinha, ela sabe que meios usar para resolver as questões que a preocupam. Há exclusão política e económica no país, e as pessoas sentem isso."

A líder da LDH foi  mais longe ao considerar que os guerrilheiros da Renamo que ainda estão no mato, e que protagonizam confrontos com as Forças de Defesa e Segurança, representam os interesses de uma maioria moçambicana, que sofre os mesmos problemas da exclusão.

E o descalabro !..Alguém anda a alimentar estas patranhas e a ser permisso a contínuas diatribes com origem na boca desta mulher.

Como é que a Líder dos Direitos Humanos se pode exprimir daquela forma? Atacar o executivo e a integridade do Estado, apelando à violência armada? E não é a primeira vez que o faz.

Mas quem está politicamente excluído em Moçambique? Não está a Renamo representada na Assembleia da República?

Eu sempre achei que esta senhora é um caso mal resolvido com a nossa sociedade. Quando a verdade é massificada a mentira morre. Esta mulher só diz mentiras. Numa sociedade com cultura democrática, esta xiphefu não  teria voz, quanto mais ter audiência.

Alice Mabota pretende à força ser alternativa à governação, quando não tem caçifo para isso. Cultiva a imagem de defensora dos fracos, quando na verdade é o contrário. Apenas gente ignorante ou com ódio recalcado ao governo como ela, pode votar nesta aprendiz de feiticeira. Sinceramente não sei como a Liga dos Direitos Humanos ainda lhe paga o salário, o que deixa pressupôr que a organização apoia a sua linha de acção em todos os sentidos.

O alvo preferencial dos seus ataques são os orgãos de soberania, em especial o executivo de Armando Guebuza, e apenas observa a ordem do patrão que lhe paga. Mas será que é trabalho da LDH  semear e propagar o ódio e a violência, e não paz e a concórdia?.

Enquanto os países africanos não atingirem um nível satisfatório de desenvolvimento humano, haverá sempre aquele/aquela que irá querer salientar-se dos outros, mesmo pela negativa. O protagonismo cristalizado nas ações que definem uma ambição desmedida, e mancham  o papel  do patriotismo, que não se revê na ação de Alice Mabota. 

Foi no dia 7 de Abril que celebramos a passagem do dia da mulher moçambicana, com Josina Machel como expoente da abnegação à pátria, agora caiu-nos na rifa uma antipatrióta primária, paga para pôr alguém que não gosta das opções políticas feitas pelos moçambicanos. Acreditamos na democracia que erguemos. Os governos são legitimados pelos eleitores, e não porque cultivamos uma animosidade incontida contra este ou aquele político.

Quem ataca as FDS e a população não merece um prémio, mas a cadeia, e transforma-se ela própria em alvo militar legítimo.

O papel das FADM é defender a constituição, sendo o garante da soberania nacional.

Os orgãos de soberania não podem viver condicionados de politiquices.

Do que  é que o Procurador-geral está à espera para indiciar criminalmente por incitamento à violência?

Enquanto houver impunidade como estas e outras alimentadas  por jornalistas de meia tigela ao serviço de uma media medíocre  os moçambicanos viverão sitiados entre mentiras e incertezas.

A subtileza com que se usa as disparidades sociais ultrapassam o razoáel, omitindo-se haver países em situação delicada e em muito pior situação do que o nosso.Temos situações que são característica do subdesenvolvimento herdado, mesmo assim Moçambique  tem crescido e a  desenvolver-se notando-se pelo aumento de consumo de energia e bens alimentícios , construção de habitação de renda económica, escolas e hospitais, muito embora se saiba que o caminho para a perfeição seja ainda longo. O estado social do país tem de ser inovador para que a dimensão da nossa democracia não saia diminuido, das pressões  económicas ditadas por uma época em que o político deixou de ser factor decisor.

Partidos políticos não podem ter uma extensão militar, por ser anticonstitucional e não ser essa a via de educar política e civilmente uma porção da sociedade a  viver dentro de regras democráticas; não ser essa a forma de fundamentar um convívio baseado no princípio de igualidade, mesmo tendo em conta a medida das suas desigualdades.

Inácio Natividade

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