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MDM: Um falso gigante que vive num castelo de areia

por admin

Hoje vamos reflectir em torno do Movimento Democrático de Moçambique, um partido de pertença da família Simango, que nas últimas eleições autárquicas teve um encaixe de apoio dos dissidentes da RENAMO e também dos que ao longo do tempo viram sua influência na Corte a perder valor. 

Afinal o que é o MDM e qual é a sua origem? Como é que se fez no mercado político e quais são as suas formas de reprodução? Como funciona a sua estrutura directiva e por que é que ainda que seja um movimento democrático seja fundamentado em princípios ditatoriais? Em torno destas e mais questões queremos hoje falar deste falso gigante que vive no Castelo de Areia.

O PARTO PREMATURO DO MDM

O Movimento Democrático de Moçambique surge como apoio urgente ao jovem Deviz Simango, que acabava de ser expurgado da RENAMO por Afonso Dlhakama, líder da RENAMO, por este achar que quem devia avançar nas eleições autárquicas de 2008 era Manuel Pereira, e não Deviz que vinha liderando a Cidade da Beira em nome da Perdiz. O general Afonso Dlhakama achava que era altura de refrescar a máquina na Beira, por medo que o seu pupilo Deviz o assaltasse o trono dada a popularidade que tinha conquistado durante o primeiro mandato na cidade da Beira.

Durante a discussão dentro da RENAMO, o seu líder Afonso Dlhakama conseguiu se impor e colocar seu candidato, Manuel Pereira. Deviz aventurou a solo e sabia que tinha largas vantagens, aliás, só o facto de ter sido expurgado da RENAMO já o fazia de menino abandonado que precisava de apoio e acolhimento, os beirenses jamais podiam o odiar, o rejeitar, por que era como um Nado que nasceu prematuramente e que tinha sido abandonado na cidade pelo seu progenitor. Portanto, Deviz e o MDM já nascem de um conflito e aprenderam muito cedo que era melhor pegar num Cabo electrificado e depois chorar, gritar bem alto, para fazer crer as pessoas que aquele Cabo na verdade veio até si e deu-lhe esticão.

Todos sempre o apoiaram não necessariamente pelo projecto político, mas por ter sido vitima, a prova disso é que o PCN que nasceu em condições diferentes do MDM não logrou seus intentos mesmo tendo a família Simango a frente, portanto era preciso que estes fossem “vítimas de alguma coisa” para que tivessem algum sucesso. Espiritualmente, assim nasceu o MDM, num parto prematuro vítima da intransigência de Dlhakama e da RENAMO.

A REPRDUÇÃO POLÍTICA DO MDM

Se é verdade que o MDM nasceu em resultado desinteligências dentro da RENAMO, não é menos verdade que dentro daquela formação política houve rotura e separação, alguns preferiram aliar-se imediatamente ao Deviz e outros ficaram a fazer hossanas ao general ora em parte “incerta”.

O cenário em surge o MDM fez com que este partido apostasse na vitimização como forma de reproduzir-se na sociedade. Quer dizer, os demais membros aprenderam do seu guia espiritual, Deviz Simango, a ir ao encontro do Cabo de Alta Tensão, depois de electrocutados gritam e fazem nos crer a todos nós que o posto de transformação de energia deslocou-se até a casa, a sede deste partido. O resultado é que temos estes jovens, muita das vezes agindo sob efeito de droga e bebidas alcoólicas, em escaramuças com a polícia e com os membros do partido FRELIMO.

Este método de reprodução política é conhecido por todos mas ignorada pelos intelectuais de costume. Quem é que não sabe que durante as últimas eleições autárquicas, os membros do MDM feriram e mataram dois jovens na Massinga? Quem não sabe que os membros do MDM levaram uma Urna e foram a casa do candidato da Frelimo em Quelimane? Quem é que não sabe que Manuel de Araújo agrediu fisicamente um cidadão em Gurué? Porque é que disto pouco ou nada se diz? A quem convém? É que, está assim o camponês a deixar o Pepino torcer ainda miúdo, pois assim hoje o beneficia. Um dia irá desejar um Pepino menos defeituoso, e irá recordar-se da nobre oportunidade que teve de corrigir os erros mas não o fez, pois interessava mais chegar ao poder que de facto influenciar mudanças.

Esta reprodução ideológica do MDM, já tirou vida a alguns jovens que foram arrastados por discursos emotivos e convidados a desobedecer a ordem nacional. A verdade é que tudo terminou ali, o sonho dos jovens e das suas famílias se esfumou ali, mas catapultou o maquiavélico discurso do MDM sobre perseguição, mas como vimos, temos aqui vítimas que não são vítimas na verdade tem o talento de chorar primeiro e desta forma arrastar incautos.

Facto curioso é que nestes confrontos nenhum líder do MDM, seu familiar e/ou alguém próximo é ferido, apenas jovens inocentes, que se juntam a uma causa que não conhecem e assim justificam fundos alocados para alteração da ordem nacional.

Hoje algumas pessoas afirmam que a vitória de Deviz Simango era certa na Beira, mas só dizem isso depois dos resultados. Durante a campanha era notável que Deviz tinha um candidato a altura e que tudo era possível naquela autarquia, que todos nós sabemos que é gerida pela família Simango de acordo com seus desejos e apetites. Deviz não queria correr o risco de perder a cidade, mais uma vez inventou uma crise e ficou vítima que merecia carinho e atenção. A verdade é que ele organizou o comício perto da Sede da Frelimo porque sabia que haveria um choque e depois viriam daí todas consequências. Por isso ele saiu ileso, seu partido não perdeu nenhum bem. O mesmo já não se pode dizer em relação a Frelimo e o seu candidato, este saiu ferido e muitas viaturas ostentando panfletos da Frelimo foram queimadas.

A velha táctica funcionou, mas uma vez aquele menino “perseguido” atraiu atenção de todos aqueles que durante os últimos 5 anos viram seus terrenos vendidos a terceiros; aqueles que durante as últimas cheias clamavam pela presença de um edil que estava preocupado em dar apoiam as vítimas de Chokwé; aqueles que durante os últimos 5 anos viram despachos do tribunal a seu favor a serem ignorados pelo edil. Na hora do voto, o tribalismo que consubstancia o discurso político do Deviz e de Manuel de Araújo, falou mais alto.  

A DEMOCRACIA DITATORIAL DENTRO DO MDM

Aquela formação política chama-se Movimento Democrática de Moçambique, mas à luz dos seus estatutos ninguém é eleito, todos são nomeados e imaginem por quem? Claro, o Deviz Simango, quer dizer a família Simango é que manda dentro do partido. Por isso o chefe da Bancada é o primo de Deviz, Agostinho Ussore, aliás, nesta bancada ainda temos o cunhado de Deviz, Eduardo Elias.

Dentro do partido Deviz lidera o partido como Presidente, o irmão e o primo, chefe e vice-chefe da bancada, e ainda seu primo Albano Carije, são membros da comissão política. A liga da Liga da Juventude do MDM tem como presidente o sobrinho Sande Carmona e o vice-presidente cunhado do Deviz, de nome Moisés Chenene irmão da esposa. Já a liga feminina é liderada por uma pessoa de relações histórico-familiares com a família Simango. Aliás, no passado alguns nomes foram avançados para ocupar posições de destaque dentro dos órgãos sociais do partido mas debalde. O critério é ser próximo a família.

Ninguém é eleito dentro do MDM, todos são nomeados, todos são indicados pela estrutura máxima do partido. Por isso na cidade de Maputo, a campanha do candidato Venâncio Mondlane, esteve tremida pois ele caiu de pára-quedas dentro do partido o que não agradou a muitos membros.

CONVÉM O DISCURSO TRIBALISTA E O FALSO GIGANTE

Quem é que não sabe que dentro daquele partido reina a ditadura? Quem é que não sabe que o MDM, tal como a RENAMO não tem nenhuma seriedade, muito menos uma estrutura partidária funcional?  E por que é que convém apoiar clandestinamente estes jovens? É que num país como nosso, com as descobertas de minerais, é preciso implantar regimes fracos e fragilizados, tribalistas, com capacidade que o MDM tem de dividir o país, o povo e os moçambicanos, para que clandestinamente nossos recursos sejam sacados.

´Há um investimento clandestino que visa não necessariamente apoiar o MDM, mas sim fragilizar o país, e sabem os criminosos envolvidos nesta operação que só apostando neste é possível arrastar Moçambique a uma crise sem precedentes para depois tirar os lucros. É que os regimes fracos e fragilizados, são ideais para desordem de um país. O tribalismo que Manuel de Araújo propala não é a toa, nem tão pouco do Deviz, aliás, estranho o apoio a este partido vindo de Maputo, quando ouvimos não raras vezes discursos do tipo “Beira é dos beirenses” “Quelimane é dos Quelimanenses” “fora dirigentes da Frelimo vindos de Maputo”. Este discurso está a preparar o futuro fatal para muitos que acreditam neste falso gigante.

O MDM equipara-se a um falso Gigante que vive num Castelo de Areia, é que a ilusão da grandeza é tal que acredita-se que o Castelo de Areia erguido na Beira, é capaz de acolher aos moçambicanos. Não poucas vezes, estranhou-se e questionou-se até o silêncio do MDM face ao cenário de crise criado pela RENAMO, a verdade é que este partido estava a esfregar as mãos para que a perdiz não fizesse parte do escrutínio; estava sobretudo a e rezar para que mais vidas fossem ceifadas ao longo da estrada nacional para que chegada a época eleitoral, encaixassem mais membros, mais assentos nas assembleias municipais, e mais finanças para o partido. Foram contratadas pessoas para fazer campanha na Matola e Tete por exemplo, uma prática habitual do MDM, que era para dar continuidade as obras do Castelo de Areia, e aumentar o salto do falso Gigante, debalde

 

Jossias Maluleque

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